Crise atual dos rios das Velhas e São Francisco são citadas em Workshop internacional da UFMG

21/11/2014 - 19:36

A crise das águas nas bacias dos rios das Velhas e São Francisco foram abordadas e revelaram necessidade de uma gestão integrada de Bacia.

Os graves problemas da crise da água e suas consequências para o mundo se tornaram tema de um workshop internacional realizado na UFMG, nos dias 17 e 18 de novembro. O evento reuniu especialistas da América do Norte, Latina e estudiosos em gestão de recursos hídricos do Brasil.

“Nosso objetivo foi reunir especialistas de diferentes áreas do conhecimento para apresentar suas visões sobre os recursos hídricos e sua absoluta importância para o desenvolvimento nacional, considerando aspectos como qualidade e quantidade, abastecimento e saúde pública, indústria, mineração, reuso, agricultura e conservação da biodiversidade com vistas a oferecer subsídios e diretrizes para a melhor gestão desse recurso essencial”, afirmou o professor Ricardo Motta, coordenador geral do evento, que também contou com a coordenação internacional do Sea Grant Programe da University of Flórida, através do professor Karl Havens.

A realidade das Bacias do rio das Velhas e do São Francisco foram abordadas pelo presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do rio das Velhas, Marcus Vinícius Polignano que palestrou no evento, representando o Projeto Manuelzão. Para ele, há necessidade de se rever a governança das águas que atualmente vem sendo feita pelo uso irracional dos recursos naturais.

“Nossa política atual é de exaurir esse recurso. Hoje as pessoas estão consumindo, consumindo, até o momento em que não há mais o que consumir. Nesse contexto, pensam em fazer governança. Isso é um absurdo, os sinais dados pelo meio ambiente são claros, o que faltou foi exatamente governança e essa é uma discussão que diz do presente e do futuro porque se persistir esse modelo, ele não se sustenta, não se mantém e não se viabiliza”, afirmou.

Sobre o rio das Velhas, Polignano, revelou a diminuição drástica da vazão de águas, os problemas de mortandade de peixes, cianobactérias e a proliferação de ágapes. “Nossos rios precisam de mais cuidados, temos que pensar em gestão integrada de bacias. Por mais que trabalhemos pela melhoria na quantidade e qualidade das águas, muito ainda precisa ser feito”, alertou.

O professor Karl Havens, da University of Flórida, também compactua desta afirmação e defendeu a necessidade de mudanças na governança mundial nos recursos hídricos. “O momento é de chamar a atenção dos países do mundo a elaborar idéias e estratégias na gestão das águas”, disse.
Para os palestrantes do evento, os sinais de uma crise generalizada nos recursos hídricos estão por toda parte. “Temos que adotar medidas e cobrar soluções para que a humanidade não sofra os piores efeitos de uma grande crise mundial das águas que se aproximam”, alertaram.

Veja como foi o evento

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