Mais de 5 mil piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento são despejadas na natureza diariamente no Brasil. Dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento revelam que a ausência de acesso à água tratada atinge quase 35 milhões de pessoas e 100 milhões de brasileiros não têm acesso à coleta de esgoto, refletindo em centenas de pessoas hospitalizadas por doenças de veiculação hídrica.
Na Bacia Hidrográfica o cenário não é muito diferente: 16 municípios de um total de 51 no território não possuem coleta e nem tratamento de esgoto. O lixão é a destinação final de resíduos sólidos que predomina na Bacia: ocorre em 14 municípios (33% do total).
Com o objetivo de jogar luz sobre as deficiências de saneamento na Bacia Hidrográfica, mobilizar a sociedade e inspirar a pactuação entre os diversos setores sobre a meta de sanear 100% do território, o CBH Rio das Velhas lança a campanha de comunicação e mobilização social 2023: Rio das Velhas Eu Faço Parte: Saneamento já!
O saneamento básico é um direito garantido pela Constituição, e uma ferramenta estratégica essencial para o desenvolvimento da qualidade de vida no país. Além de essencial para a saúde das pessoas, o saneamento é vital para a sustentabilidade dos nossos rios, que hoje sofrem com toneladas de dejetos despejados em suas águas diariamente.
A ausência de saneamento deixa sequelas profundas na sociedade. Na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a qual parte significativa está inserida na Bacia do Rio das Velhas e onde vive 30% da população do Estado, os dados são aterrorizantes:
• 658 mil pessoas (10,9% da população) não têm acesso à água;
• 1.152.344 de pessoas (19,1% do todo) não têm coleta de esgoto;
• 117.181,35 mil m³ de esgoto não tratado por ano;
• 772 internações totais por doenças de veiculação hídrica ao ano;
• 7 óbitos por doenças de veiculação hídrica ao ano;
• R$ 2.887,95 mês: Renda das pessoas com saneamento;
• R$ 1.256,51 mês: Renda das pessoas sem saneamento;
• 9,89 anos de educação formal: Escolaridade das pessoas com saneamento;
• 6,35 anos de educação formal: Escolaridade das pessoas sem saneamento.
Fonte: Instituto Trata Brasil
Ao contrário do que comumente se pensa, o saneamento básico não se restringe ao esgotamento sanitário. Quatro modalidades distintas e complementares integram o conceito de saneamento:
A bacia do Rio das Velhas possui um índice de atendimento urbano de água de 93,4% – maior até do que o índice brasileiro, que é de 91,4%. Alguns municípios, contudo, registram dados preocupantes: Jaboticatubas tem cobertura de apenas 78,4%. Em Monjolos a situação é ainda pior: 66,8%.
Dos 38 municípios da bacia que declararam dados ao SNIS (Sistema Nacional de Informações em Saneamento), 16 não possuem coleta e nem tratamento de esgoto. São eles: Araçaí, Augusto de Lima, Baldim, Buenópolis, Capim Branco, Confins, Congonhas do Norte, Inimutaba, Jaboticatubas, Jequitibá, Monjolos, Nova União, Presidente Juscelino, Santana do Riacho, Santo Hipólito e Taquaraçu de Minas.
A bacia do Rio das Velhas conta com significativa poluição difusa derivada da drenagem de sua extensa mancha urbana, que compromete em muito a qualidade de suas águas. O Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia aponta como uma das principais metas para a recuperação do território a redução da contaminação de origem urbana relacionada ao carreamento de sedimentos e contaminantes pela rede de drenagem pluvial.
O lixão é a destinação final de resíduos sólidos que predomina na Bacia: ocorre em 14 municípios (33% do total). O chorume gerado nessas áreas não é recolhido nem tratado: ele penetra na terra e contamina o lençol freático. Apenas Belo Horizonte, Buenópolis, Caeté, Contagem, Itabirito, Lagoa Santa, Nova Lima, Pedro Leopoldo, Raposos, Rio Acima e Sabará possuem aterro sanitário regularizados, correspondendo 26% do total de municípios com sede na bacia.
Fonte: Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (2010)
O peixe Dourado (Salminus franciscanus), nativo deste território, é considerado o símbolo da bacia do Rio das Velhas. Em 2022, o Comitê criou uma votação popular aberta na internet que batizou o personagem como Piraju.
Este ano, a ideia é que o Piraju conduza a estratégia, especialmente nas redes sociais, para tratar do assunto de maneira leve, atingindo novos públicos. A ideia é criar uma editoria em que o Piraju dá dicas e informações relacionadas ao saneamento na Bacia do Rio das Velhas.
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