Prefeituras e organizações não-governamentais de várias partes da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas iniciaram, na última semana, a retirada das mudas que estão sendo produzidas e doadas pelo Viveiro Langsdorff – uma parceria do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas) com a ArcelorMittal Brasil, Agência Peixe Vivo e Subcomitê Rio Taquaraçu, que viabilizará a produção de 300 mil mudas nativas até 2022.
São mais de 60 espécies da Mata Atlântica, todas adaptadas ao nosso clima, altitude e pluviosidade, já que derivam de sementes coletadas na região. Ingá, Pau-pereira, Jequitibá, Quaresmeiras e canafístulas são algumas delas. “Muitas são espécies frutíferas para animais, que ajudam muito na recomposição de uma área na atração de polinizadores e dispersão de sementes”, afirmou Alison Brandão, um dos engenheiros florestais responsáveis pelo viveiro.
Foi a Agência Peixe Vivo quem comunicou aos vários municípios da bacia sobre a possibilidade da doação das mudas, e estes apenas agendaram a retirada. Na última quinta-feira (11), somente Sete Lagoas enviou dois caminhões para pegarem mais de 5.400 mudas do viveiro. O representante da prefeitura, Frederico Campos, contou que o município é muito pouco arborizado, tanto na parte urbana quanto na rural, e que, por isso, as espécies chegam em boa hora. “Parte das mudas vai ser doada a produtores rurais para serem utilizadas na recuperação de nascentes e outra parte vai ser utilizada no paisagismo da cidade, arborização urbana mesmo”.
Em 2017, foram produzidas 30 mil mudas no Viveiro Langsdorff. Município de Lagoa Santa retirou mais de 5.400 unidades (acima, à direita).
Há pouco mais de um ano, o CBH Rio das Velhas, Agência Peixe Vivo e ArcelorMittal Brasil firmaram a parceria para recuperação e operacionalização do Viveiro de Mudas Langsdorff. O objetivo principal é recuperar nascentes e matas ciliares da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas e mitigar os gases de efeito estufa decorrentes das emissões geradas no transporte de produtos da ArcelorMittal Brasil até seus clientes finais. Somente em 2017, foram produzidas mais de 30 mil mudas.
“A gente sabe que um dos maiores custos para a recuperação de uma área degradada vem das mudas. E, um projeto deste tamanho como o do Viveiro Langsdorff, com previsão de doação de 300 mil mudas para a bacia, viabiliza em muito esta recuperação, pois fica praticamente apenas o custo de mão de obra para o plantio”, concluiu Giovani Vieira, engenheiro florestal e um dos coordenadores do projeto.
Viveiro homenageia naturalista russo
O nome escolhido para o viveiro é uma homenagem ao Barão Georg Heinrich Von Langsdorff, zoólogo, botânico e médico, mentor de uma grandiosa expedição naturalista entre 1821 e 1829. A viagem contou com um grupo de pesquisadores e desenhistas por uma viagem de 17 mil quilômetros que observou e retratou a fauna, a flora e o modo de vida do interior do Brasil. A expedição passou pela da bacia do Rio Taquaraçu, registrando os aspectos naturais e sociais da região.
Veja fotos do Viveiro Langsdorff:
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Bacia do Rio Taquaraçu
A Unidade Territorial Estratégica (UTE) Rio Taquaraçu localiza-se no Médio Rio das Velhas. Composta pelos municípios de Caeté, Jaboticatubas, Nova União, Santa Luzia e Taquaraçu de Minas, ocupa uma área de 795,5 km² e detém uma população de 41.094 habitantes. Os principais rios da unidade são o Rio Taquaraçu, Rio Vermelho, Ribeirão Ribeiro Bonito e o Rio Preto.
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