Elaboração de projetos é tema de curso na bacia do Ribeirão Onça

18/12/2017 - 16:50

O oitavo Curso de Sensibilização e Educação Ambiental do projeto hidroambiental ‘Diagnóstico de Nascentes Urbanas da Bacia Hidrográfica do Ribeirão Onça’ aconteceu neste sábado (16), na Unidade Cristiano Machado da faculdade UNI-BH. Abordando o tema ‘Elaboração de Projetos e Captação de Recursos’, o encontro foi destinado a lideranças comunitárias e cuidadores de nascentes das regiões do Baixo Onça, Ribeirão Isidoro e Córrego Vilarinho.

O curso foi conduzido por Lizandra Barbuto e Renato Orozco, da Associação Nossa Cidade, que busca aumentar a qualidade de vida nas cidades por meio de tecnologias sociais e empoderamento comunitário na resolução de seus próprios problemas. A atividade foi desenvolvida à luz do Dragon Dreaming, metodologia para a realização de projetos criativos, colaborativos e sustentáveis com alto engajamento dos participantes.

O coordenador do projeto, Guilherme Cerqueira, explicou que este foi o último de um total de oito cursos – com temas variados, mas todos centrados na questão da proteção das nascentes – desenvolvidos junto à comunidade da área de abrangência. “A gente quer é que, depois de ter provocado todas essas pessoas, que elas possam emergir projetos, demandas espontâneas. A ideia é fortalecer essas pessoas, que já têm um cunho ambiental, para que possam multiplicar não só a questão da proteção, mas também essa vivência local”.

Lindaura Santos, liderança comunitária do Núcleo do Brejinho/Projeto Manuelzão, destacou o fato de os cursos trazerem uma complementação ao trabalho que exercem de preservação do meio ambiente local. “A gente tem a prática, o dia a dia que desenvolve com a comunidade. Mas muitas vezes a gente questiona: eu estou certa, esse é o caminho mesmo? A importância [dos cursos] é trazer conhecimento, teoria, pra gente repassar pra comunidade e saber planejar”.

Além dos cursos realizados junto à comunidade, o projeto hidroambiental ‘Diagnóstico de Nascentes Urbanas na Bacia Hidrográfica do Ribeirão do Onça’ prevê ainda o cadastro de 600 nascentes e a formação de cuidadores para essa fontes de água. Haverá também a publicação de um catálogo de nascentes e um curso de capacitação e elaboração de um Plano de Manejo Comunitário de Nascentes.

Para divulgar e compartilhar as informações sistematizadas do projeto serão realizados ainda um simpósio com a participação de professores e estudiosos de temas ligados à preservação das nascentes urbanas e um seminário de encerramento das atividades.

Ambientalista local de longa data, o coordenador do Núcleo da Bacia Hidrográfica do Córrego da Santinha/Projeto Manuelzão, Thomaz Oliveira, enalteceu o fato de o projeto reunir lideranças importantes das regiões para pensar a preservação dos cursos d’água. “Fico feliz de saber que tem tantas pessoas preocupadas com a questão do meio ambiente e valorização de nascentes, então esperamos que realmente nós tenhamos um resultado positivo”.

O projeto é realizado pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas) e Subcomitê da Bacia Hidrográfica (SCBH) do Ribeirão Onça, com apoio técnico da Agência Peixe Vivo e execução da NMC Projetos e Consultoria.

Veja as fotos do encontro:

Ribeirão Onça

O Ribeirão Onça é um afluente da margem esquerda do Rio das Velhas e tem como principais afluentes o córrego Cachoeirinha e o Ribeirão Izidora que recebe os impactos diretos da ocupação de Venda Nova e região norte de Belo Horizonte. A Bacia Hidrográfica do Ribeirão do Onça ocupa parte da cidade de Contagem e da região norte de Belo Horizonte é considerada a que mais polui o Rio das Velhas. Sua bacia abriga mais de um milhão de pessoas e em parte dos 36,8 km de extensão do Ribeirão, tem suas margens ocupadas irregularmente, provocando a degradação ambiental ao longo do curso d’água.

Juntamente com o Ribeirão Arrudas, o Onça encontra-se na região mais populosa da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas, em Belo Horizonte, Contagem e Sabará. Os ribeirões Onça e Arrudas são responsáveis pela drenagem da maior parte dos esgotos da Região Metropolitana de Belo Horizonte e sofrem com a diminuição das áreas de drenagem natural e ocupação desordenada de encostas e fundos de vale, devido a sua intensa ocupação.


Mais informações:

Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas
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