Vale apresenta situação das barragens que ameaçam o Rio das Velhas

04/05/2020 - 11:04

Representantes da Vale apresentaram aos membros do Grupo de Trabalho Barragens do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas) a situação das barragens da mineradora que representam uma ameaça ao Rio das Velhas. A reunião aconteceu por meio de videoconferência na manhã do dia 30 de abril.

O gerente de Riscos e Emergências na Vale, Alessandro Santos Oliveira, do complexo Paraopeba e Vargem Grande, apresentou a localização das barragens e as interferências na bacia do Rio das Velhas. “A Vale tem quase 40 barragens a montante no complexo Paraopeba Vargem Grande e 10 dessas estruturas estão na bacia do Rio das Velhas, sendo que três estão no nível 3, que é o alerta máximo e significa risco iminente de ruptura [a barragem B3/B4, da Mina Mar Azul, na região de Macacos e Nova Lima, e as barragens Forquilha I e Forquilha III, da Mina Fábrica, em Ouro Preto], duas encontram-se com o nível 2[ Forquilha II e Grupo, as duas em Ouro Preto] e cinco com nível 1 [Forquilha IV, em Ouro Preto, Dique B, Capitão do Mato, Vargem Grande, em Nova Lima e Maravilhas II, em Itabirito]”.

Veja as 10 barragens que ameaçam o Rio das Velhas e o método construtivo de cada uma:

Em seguida, o representante da Gestão Integrada de Descaracterização de Barragens da Vale, Arthur Guerra da Silva, mostrou o status das barragens que estão sendo descaracterizadas na bacia do Velhas. “Temos 26 estruturas em Minas Gerais que serão descaracterizadas, sendo que cinco se encontram na bacia do Rio das Velhas. A primeira ação da nossa metodologia de trabalho é de estabilizar a estrutura com adequação do fator segurança, para em seguida iniciar a descaracterização. Estamos trabalhando para que o fator de segurança das barragens subam”.

Os representantes da Vale esclareceram que a barragem 8B da Mina Águas Claras, em Nova Lima, já foi descaracterizada. O objetivo da mineradora é que nos próximos dois anos todas estejam descaracterizadas ou com o fator de segurança adequado, sem oferecer risco às comunidades e municípios localizados abaixo das estruturas e ao meio ambiente.

Confira abaixo o cronograma de descaracterização:

O coordenador do GT Barragens e vice-presidente do CBH Rio das Velhas, Ênio Resende, esclareceu aos representantes da Vale que o objetivo do Comitê é manter a segurança hídrica da Grande BH. “O Comitê tem interesse na qualidade das águas da bacia e precisamos conhecer a situação das barragens e empreendimentos no intuito de corroborar. O foco do CBH Rio das Velhas é na questão da segurança hídrica, principalmente pelo sistema de abastecimento do Rio das Velhas ser realizado em Bela Fama [Sistema de Captação da Copasa em Nova Lima] a fio d’água. Um rompimento de barragem no Velhas seria uma tragédia estratosférica”, comenta.

O vice-presidente do CBH Rio das Velhas finalizou a reunião solicitando à Vale documentos que mostram as ações nas barragens. “É importante o Comitê saber quais ações e obras a Vale está desenvolvendo nas barragens a montante para evitarmos qualquer problema no curso das águas do Rio das Velhas, como por exemplo uma contaminação. Por isso, solicitamos que a mineradora encaminhe os documentos que mostram as ações da mineradora para que possamos conduzir os trabalhos deste GT da forma mais rápida e eficiente”, solicitou.

Participaram da reunião os membros do GT Barragens, Ênio Rezende, Eric Alves Machado, Fúlvio Rodriguez Simão, Nelson Cunha Guimarães, Poliana Aparecida Valgas de Carvalho, Renato Júnio Constâncio e Valter Vilela Cunha, bem como os representantes da Vale Luiz Castro Figueiredo, Mauro Lobo, Thais Oliveira, Alessandro Santos Oliveira e Arthur Guerra.

 

Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Luiza Baggio