Especialistas de diversas áreas dos setores públicos e privados relacionadas à temática ambiental estão reunidos em Belo Horizonte, entre os dias 04 e 06 de dezembro, na oficina “Plano de Ação Estratégico” no âmbito do projeto “Áreas Prioritárias – Estratégias para a Conservação da Biodiversidade e dos Ecossistemas em Minas Gerais”.

A oficina é a última etapa do projeto que tem como objetivo traçar estratégias para a implementação do conjunto de áreas identificadas como prioritárias para a conservação da biodiversidade, dos serviços ambientais e dos recursos naturais em Minas Gerais. A identificação dessas áreas ocorre desde novembro de 2018.

O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas), Marcus Vinícius Polignano, participou das discussões e esteve presente na oficina. “O CBH Rio das Velhas foi pioneiro na discussão de áreas prioritárias para conservação da biodiversidade, visto que no nosso Plano Diretor de Recursos Hídricos consta uma agenda azul, constando os balanços hídricos, qualidade das águas, relação volume outorgado e volume explotável e percepção ambiental da comunidade. Estamos participando dessa importante discussão para contribuir de forma positiva”, afirma.

Polignano complementou dizendo que não tem como produzir água destruindo os territórios. “Áreas como as serras do Gandarela, Moeda, Espinhaço e Cabral devem ser preservadas para que os rios tenham água. Só é possível produzir água preservando os territórios. Precisamos internalizar isso se não teremos cada vez mais conflitos pelo uso da água e escassez dos recursos hídricos”, explica.

O presidente do CBH Rio das Velhas finalizou falando sobre o conflito dos setores que ocorre atualmente. “Existe hoje um modelo de exploração econômica que avançou tanto na questão ambiental, especialmente na questão das águas, que hoje esse bem se mostra limitante até para o próprio modelo que impacta diretamente os recursos ambientais. Manter a integridade dos territórios é essencial e o bem de todos deve ser o mais importante. Por isso, é importante entender a discussão de território que é alimentada por terras, que formam afluentes e a calha principal, e, assim, teremos quantidade e disponibilidade o tempo todo”, finaliza.

A oficina é promovida pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) em parceria com a World WideFund for Nature(WWF-Brasil), Fundação Biodiversitas, além da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Projeto Áreas Prioritárias – Estratégias para a conservação da biodiversidade e dos ecossistemas de MG

A proposta do projeto é identificar o melhor conjunto de áreas para conservação e para a restauração de espécies e ecossistemas em Minas Gerais. O trabalho complementa o atual sistema de unidades de conservação, buscando manter condições para a persistência das espécies e serviços ecossistêmicos a longo prazo.

O principal objetivo é a criação de uma base de dados geográficos de biodiversidade, serviços ecossistêmicos e pressões antrópicas, que permita análises espaciais capazes de orientar as atividades de rotina e de tomada de decisões do Sistema Estadual de Meio Ambiente de Minas Gerais (Sisema).

A mobilizadora do CBH Rio das Velhas, Nívia Lopes, também participa do evento e esclarece que outro importante objetivo da oficina “é a elaboração de mapas de áreas prioritárias especificamente adaptados, em escala e resolução adequadas às múltiplas necessidades da gestão ambiental pública com vistas à conservação e restauração dos biomas”.

Os mapas terão múltiplas aplicações, podendo ser usados no cotidiano da fiscalização, da conservação da biodiversidade, da restauração florestal e conectividade de fragmentos. Também podem ser usados na gestão de recursos hídricos e no sistema de regularização ambiental que já utiliza o critério locacional em suas análises.

Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Luiza Baggio
*Fotos: Luiza Baggio