No último dia 18, em reunião virtual, o Grupo Gestor de Vazão do Alto Rio das Velhas (Convazão), do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas) tratou de assuntos relacionados à previsão do tempo e a manutenção do sistema de captação e desassoreamento do Rio das Velhas em meio ao período de seca que Minas Gerais atravessa. O monitoramento da vazão pretende garantir segurança hídrica nos sistemas de captação e abastecimento de água do Alto Rio das Velhas em tempo de poucas chuvas.
Monitoramento meteorológico
A meteorologista da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Ruany Maia, apresentou a previsão do tempo para os próximos dias e destacou que a massa de ar seco ganhará força no Brasil, o que resultará na ausência de chuvas no país, incluindo Minas Gerais. “As chuvas estão dentro da média e dá para ver que, mesmo com essa ausência de precipitação, estamos dentro do normal para essa época do ano. Estamos no ápice do período seco, e as chuvas têm se concentrado no sul do Brasil, que é o normal neste período”, analisa. Ela também mencionou que o período chuvoso vai de outubro a março, mas em setembro deve chover um pouco e existe a possibilidade de que em outubro haja chuvas acima da média para o mês.
O representante da Cemig e secretário do Comitê, Renato Constâncio, sugeriu intensificar as reuniões mensais do Convazão para acompanhar de perto a previsão do tempo e tomar decisões em caso de necessidade. Ele também propôs que a Cemig disponibilize um meteorologista para participar das reuniões com frequência de 15 em 15 dias. “O que a gente pode fazer aqui no Convazão, nosso propósito, é assumir o compromisso de manter a Cemig nas atualizações meteorológicas, e também até intensificar essas reuniões mensais. A partir de um certo momento, podemos fazer essas reuniões com uma frequência maior, de 15 em 15 dias”, sugeriu.
Acompanhamento fluviométrico
Logo após o primeiro momento de avaliação da previsão meteorológica para os próximos meses, Núbia Vale, da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), informou sobre o andamento do desassoreamento da alça direita do Rio das Velhas, que começou em 1º de junho e deve ser concluído até 1º de outubro. Ela explicou que um corta-rio foi implantado para isolar a alça e permitir a retirada do sedimento acumulado ao longo dos anos, principalmente após as fortes chuvas de 2022. “O sistema de captação Rio das Velhas possui duas alças de sedimentação, uma delas artificial, que foi construída na época de sua implantação. Nós estamos trabalhando na alça direita, aproveitando o momento de seca”, explica. Ela informou também que a atividade acabou causando uma interferência na leitura da vazão em Honório Bicalho, uma vez que a estrutura criada para isolar a alça do rio causou um remanso. Segundo ela, o desassoreamento da outra alça deve acontecer somente quando passar o próximo período de chuva.
Na mesma linha, Roberto Alves, também da Copasa, falou sobre a desativação da estação fluviométrica de Honório Bicalho pelo Serviço Geológico Brasileiro (SGB) em 2023, que dificultou o monitoramento na Estação de Bela Fama. “A estação de Honório Bicalho era fundamental para o monitoramento das vazões no Alto Rio das Velhas. Com a sua desativação, tivemos que buscar alternativas para estimar a vazão do rio”, afirma. Para isso, a Copasa utilizou dados da estação de Rio Acima. A estação foi reativada pela Copasa com o apoio do SGB. As leituras no local, porém, ainda não estão precisas, o que levou a companhia a decidir não as divulgar.
Ele também comentou o erro de leitura causado pelo desassoreamento do Rio das Velhas. “Quando se iniciou o serviço de desassoreamento da alça direita, criou o remanso de que falava a Núbia. Isso aumentou o nível de água do rio, mas não gerou um aumento da vazão real. É só uma questão da restrição hidráulica do curso d’água. Talvez por isso vimos aquelas informações de vazões mais altas”, concluiu.
A reunião foi encerrada com a definição das próximas etapas do trabalho do Convazão e o compromisso de intensificar as reuniões para acompanhar a previsão do tempo e garantir a segurança hídrica da região.
Assessoria de Comunicação do CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Leonardo Ramos
*Foto: Bianca Aun