A Câmara Técnica de Educação, Comunicação e Mobilização (CTECOM) do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas) aprovou, nesta terça-feira (26), a proposta de votação pública como meio de definir um nome afetivo para o Dourado (Salminus franciscanus), peixe que simboliza a luta pela revitalização de toda a bacia.

Os conselheiros do colegiado definirão, ainda em maio, de três a cinco sugestões que serão levadas a voto popular. O resultado da votação sai uma semana antes do Dia do Rio das Velhas, 29 de junho, quando também se comemoram os 24 anos de fundação do CBH.

Edinilson dos Santos, presidente da CTECOM, avalia que a eleição é instrumento precioso para realçar a centralidade da preservação dos recursos hídricos, mas ressaltou: “É preciso cuidado e critérios na escolha do nome do nosso peixe-mascote, o que recomenda a seleção prévia e, depois disso, o voto da sociedade, evitando modismos e embaraços que comprometeram processos similares”.

Eu Faço Parte

Luiz Ribeiro, coordenador de Comunicação do CBH, ao apresentar a campanha 2022 de Comunicação e Mobilização Social, evocou o papel da CTECOM na instituição do Dia do Rio das Velhas e na eleição do Dourado como símbolo do Comitê.

Na apresentação, Ribeiro rememorou as campanhas anuais desde 2017 e sintetizou o sentimento que inspira a jornada atual: “Após um grande período de perdas, sacrifícios e resiliência, finalmente abre-se a perspectiva de retorno seguro do convívio e das ações que envolvem a mobilização social nos territórios. Além de tudo, trata-se de um ano eleitoral, é hora de mobilizar o meio político, as companhias de saneamento, o setor produtivo e a sociedade civil em torno da necessidade urgente de revitalização do rio”, que “sofreu redução de 40% em superfície de água nos últimos 30 anos”.

Após discorrer sobre conceitos e objetivos da campanha Rio das Velhas Eu Faço Parte, lançada em 22 de março, Dia Mundial da Água, Ribeiro frisou que o esforço para recolocar o tema na agenda política começou apenas dois dias depois, em reunião com os prefeitos da bacia.

Para amplificar a campanha, o CBH está fazendo contato com instituições e empresas em busca de parceria na replicação de seus conteúdos. Tereza Bernardes, conselheira representante da Copasa, já sinalizou que a Companhia vai unir esforços na divulgação.

Votação pública para escolha do nome do Dourado foi aprovada pelos membros da CTECOM, em reunião virtual

De olho no rio

O Monitoramento Ambiental Participativo (MAP) é uma ação conjunta do CBH Rio das Velhas, Agência Peixe Vivo e Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep-UFMG) que foi apresentada à CTECOM por Juliana França, doutora em Ecologia, Conservação e Manejo da Vida Silvestre pela UFMG.

Trata-se de relevante iniciativa baseada no conceito de Ciência Cidadã, que desenvolve projetos científicos com a participação de pessoas “comuns”, que não são especialistas na matéria. No caso concreto, o projeto MAP possui duas vertentes principais: os Amigos do Rio, que apoiam a pesquisa coletando dados físico-químicos e relatando mudanças no curso d’água, congregando atualmente 16 ribeirinhos, e a Rede de Escolas de educação básica, com 23 instituições parceiras, uma para cada Unidade Territorial Estratégica do Rio das Velhas.

Essa segunda iniciativa parte da capacitação de professores sobre biomonitoramento (que utiliza como indicadores a presença de invertebrados aquáticos), treinamento dos estudantes, monitoramento e seminário final. O propósito principal é a conscientização das comunidades envolvidas. De acordo com França, “a atuação de estudantes da educação básica traz informações claras e amplia muito o engajamento”. Edinilson dos Santos parabenizou o projeto e destacou: “Esse envolvimento das escolas é fundamental”. A evolução do trabalho pode ser acompanhada pelo Instagram em @mapriodasvelhas.

Assessoria de Comunicação do CBH Rio das Velhas
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
Texto: Paulo Barcala
Fotos: Bianca Aun