Em 2006, o médico, professor da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e profundo conhecedor da bacia do Rio das Velhas, Eugênio Marcos Andrade Goulart, escreveu o livro ‘De Lucy a Luzia: a longa jornada da África ao Brasil’ (Ed. Coopmed). A obra conta a história dos primeiros humanos que chegaram à região central do Brasil, de face negróide, como Luzia – cujo fóssil se encontrava no Museu Nacional, tomado por um incêndio em setembro deste ano – e que foram extintos pela leva seguinte, de feições asiáticas, que deu origem aos índios atuais.
A história do livro tem início na África, onde viveu o hominídeo que ganhou o nome de Lucy, que, apesar de ter o cérebro do tamanho de um chimpanzé, possuía uma característica que faria toda a diferença no futuro: era bípede. Pressionado pela seca migrou para a Ásia e aos poucos foi ocupando a Austrália, a Europa e finalmente as Américas.
Na região central do Brasil, os primeiros humanos chegaram provavelmente há 12 mil anos e tinham a face negróide, como nos mostra Luzia e cerca de 80 outros fósseis com características faciais semelhantes – que também se encontravam no Museu Nacional e cujo paradeiro ainda não foi revelado. Esse primeiro povo foi extinto pela leva seguinte, de feições asiáticas, que deu origem aos índios atuais.
Nas grutas de Minas Gerais, muitas delas inseridas na bacia do Rio das Velhas, repousam vários fósseis de seres humanos, de diversos animais, além da megafauna extinta. Uma verdadeira biblioteca de pedra a nos contar fascinantes histórias de nosso passado remoto.
O autor
Eugênio Marcos Andrade Goulart é professor da Faculdade de Medicina da UFMG e Diretor de Publicações Científicas do Projeto Manuelzão. Além de diversas publicações na área médica, publicou em 2001 o livro ‘Nos Ermos e nas Brumas da Serra do Espinhaço’ e foi editor do livro ‘Navegando o Rio das Velhas das Minas aos Gerais’, lançado em 2005.
Confira a versão digital do livro ‘De Lucy a Luzia: a longa jornada da África ao Brasil’:
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