Pesquisas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) mostram como transformar o lodo de esgoto em fertilizante por meio de Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) sustentáveis. O reaproveitamento do lodo de esgoto foi apresentado aos membros da Câmara Técnica de Planejamento e Controle (CTPC) do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas) por videoconferência, no dia 26 de julho.
O coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT/UFMG) ETE Sustentáveis, Carlos Chernicharo, mostrou aos membros da CTPC que essas estações de tratamento, se adequadamente projetadas, construídas e operadas, podem alcançar elevadas eficiências de remoção de matéria orgânica, nutrientes e patógenos, cumprindo o seu papel principal de controle da poluição da água.
“O esgoto é constituído por 99,9% de água e o 0,1% são sólidos que precisam ser removidos para que o efluente tratado possa ser retornado aos corpos receptores ou para o reuso agrícola. O lodo é o resultado do tratamento do esgoto nas ETEs. Após a retirada de resíduos sólidos grosseiros e areia da água do esgoto, forma-se uma grossa camada do lodo, que, após tratada, pode ser usada como fertilizante”, explica o coordenador do INCT/UFMG.
Carlos Chernicharo esclarece que o lodo contém elementos importantes para o solo e plantas. “O lodo contém água, ou seja, umidade, tem matéria orgânica que pode ajudar na estruturação do solo e, principalmente, os nutrientes nitrogênio e fósforo que são uma oferta que se faz para as plantas”, afirmou.
No entanto, Carlos Chernicharo alerta que o lodo precisa ser tratado antes da utilização como insumo agrícola. “Ele precisa ser higienizado, o que pode ser feito de várias formas, como por exemplo a aplicação de cal para evitar a contaminação do meio ambiente”, esclareceu.
Pesquisas têm indicado que o emprego da biomassa na agricultura chega a ser 60% mais econômico do que o envio a aterros sanitários e pode representar economia para o produtor. Além disso, o uso do lodo na agricultura é uma rota alternativa para as companhias de saneamento básico que pode gerar menos custo do que o aterro que é feito atualmente.
O coordenador da CTPC, Ronald Guerra, explica que o Plano Diretor da Bacia do Rio das Velhas (PDRH) tem um enfoque no saneamento básico. “O Comitê tem investido em ações de melhorias no saneamento básico da bacia, como por exemplo a contratação dos PMSB [Planos Municipais de Saneamento Básico] de acordo com o Plano de Bacia. A CTPC tem discutido ações de saneamento para o meio rural, como uma forma de melhorar a qualidade das águas da bacia e as ETE sustentáveis são uma alternativa para o meio rural”, disse.
Subcomitê Poderoso Vermelho
Os membros da CTPC também discutiram na reunião do dia 26 de janeiro sobre a solicitação do Subcomitê Poderoso Vermelho, que abrange os municípios de Sabará, Santa Luzia e Taquaraçu de Minas, de ampliação da área de abrangência do Plano de Manejo da Unidade de Conservação Refúgio de Vida Silvestre Estadual Macaúbas, visto que há possibilidade de integração de gestão territorial.
O Plano de Manejo do Refúgio de Vida Silvestre Estadual Macaúbas está em fase de elaboração pelo CBH Rio das Velhas e o Subcomitê pediu ampliar o Plano de Manejo para a Área de Preservação Ambiental (APA) Andrequicé, localizado em Santa Luzia.
A CTPC em conjunto com a Agência Peixe Vivo vai analisar a viabilidade da solicitação junto à empresa contratada.
O status dos projetos contratados pelo CBH Rio das Velhas podem ser acessados pelo SIGA Rio das Velhas, na aba ‘acompanhamento de ações’.
Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
Texto: Luiza Baggio