Mais de 300 pessoas participaram, neste domingo (10), do ato ‘Mexeu com a Serra do Curral, mexeu comigo’, que teve início com uma caminhada até o Pico Belo Horizonte pela manhã e foi encerrado com um ato cultural, no fim da tarde e início da noite, na Praça do Papa. A manifestação – encabeçada por várias entidades ligadas ao Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas) – pede o fim das atividades exploratórias de minério nesta região que é patrimônio tombado do município de Belo Horizonte.
“Trata-se de uma exploração absolutamente abusiva de mineração na Serra do Curral. Esse movimento [‘Mexeu com a Serra do Curral, mexeu comigo’] não tem uma cara específica nem de um partido, nem de um projeto, nem de uma ONG. É um projeto cívico de toda a população de Belo Horizonte e que veio pra ficar. Desrespeitar isso aqui [Serra do Curral] é desrespeitar Belo Horizonte”, afirmou o presidente do CBH Rio das Velhas e Coordenador do Projeto Manuelzão, Marcus Vinícius Polignano.
Logo cedo, centenas de pessoas se reuniram no Centro Cultural Vila Marçola, no bairro Serra, de onde partiram até o Pico Belo Horizonte – maior elevação dentro do município, presente inclusive no brasão e bandeira da cidade, e que vem sendo ameaçado sobretudo pelas atividades da Mina Corumi da Empabra SA (Empresa Mineradora do Pau Branco).
Outro empreendimento que é questionado na região pelos movimentos sociais e ambientais é o Complexo Minerário Serra do Taquaril (CMST), da Taquaril Mineração, que solicita Licença Prévia concomitante à Licença de Instalação para extrair 56,5 milhões de toneladas de minério de ferro, em uma escala de produção de 4 milhões de toneladas ao ano.
Manifestação mesclou caminhada até o Pico Belo Horizonte, discursos que pediam o fim da mineração na região e shows musicais. Créditos: Bianca Aun.
Ato Cultural
Às 16h, vários artistas se apresentaram na Praça do Papa pedindo a paralisação das atividades de mineração na Serra do Curral. Um dos shows da noite foi do Bloco Volta Belchior. O cantor e compositor Sílvio Rosa, um dos líderes do grupo, contou o que para ele significa a Serra do Curral como artista e cidadão de Belo Horizonte. “É maravilhoso a gente poder ter um lugar como esse, já que temos tão pouco de natureza na nossa cidade. A Serra do Curral é um patrimônio de Belo Horizonte, de Minas Gerais e do Brasil. Lutar por ela é lutar pela vida, pelo o que somos enquanto seres humanos”.
Os shows foram intercalados por discursos de vários ambientalistas e representantes de subcomitês vinculados ao CBH Rio das Velhas, como o de Maria Tereza Corujo, do Águas do Gandarela, Arthur Nicolato, do Ribeirão Arrudas, e Adriano Peixoto, do Águas da Moeda.
Uma das pessoas que prestigiou o ato foi Matheus Coelho Proença, advogado, que passeava na praça no fim de tarde. Representado pelo discurso que ouvia, ele disse considerar as atividades de mineração na área como um crime ambiental. “Eu acho que a Serra do Curral é um cartão postal de Belo Horizonte. Mais do que isso: representa uma identidade da cidade. Quando se pensa em BH, no Curral del Rey, logo se pensa na Serra. Acho que essa atividade de mineração é um crime e deve ser paralisada imediatamente”, clamou.
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