Durante todo o mês de abril, os municípios Capim Branco, Confins, Esmeraldas e Jequitibá, que estão no Médio Alto Rio das Velhas, receberão as oficinas participativas que são uma das etapas do desenvolvimento dos Planos Municipais de Saneamento Básico (PMSB), financiados pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas) com recursos da Cobrança pelo Uso da Água.
Mobilizadora social da empresa Seletiva, executora dos planos de saneamento básico, Ana Carolina Sotero é uma das responsáveis pela realização das oficinas participativas e explica a importância desse contato com a população durante a elaboração dos planos. “Este é um momento em que nós temos escutamos a população, de forma organizada, sobre as fragilidades e potencialidades que cada o município tem, pois só as pessoas que vivem nos locais é que sabem a real situação do saneamento.”
Lixo: um vilão de Capim Branco
Durante a oficina participativa realizada nos dias 01 e 02 de abril em Capim Branco, primeiro município a receber a atividade, a população trabalhou com quatro eixos temáticos: abastecimento de água, esgotamento sanitário, resíduos sólidos e drenagem. Com esses temas foram levantados os pontos fortes e os pontos fracos da cidade.
Para os participantes, um dos principais problemas enfrentados no município diz respeito ao lixo, tanto relacionado a baixa frequência da coleta, quando na conscientização da população na hora de descartar corretamente o lixo produzido em suas residências. A situação agrava ainda mais com a ocorrência de chuvas que, com a falta de drenagem ou por entupimento das “bocas de lobo”, acaba ocorrendo enchentes e alagamento de casas.
Grupos de trabalho das Oficinas Participativas realizam suas contribuições para colaborar no desenvolvimento do Plano de Saneamento Básico de Capim Branco.
“A partir do momento que a pessoa não descarta o lixo corretamente, há o problema de entupimento de boeiros, de poluição das águas e dos nossos rios. A partir do momento em que todo o município começar a ter mais ações, acho que a população vai começar a conscientizar mais”, aponta a agente de saúde Fabiana Mendes, que atualmente é responsável por acompanhar 215 famílias dentro do Programa Saúde da Família (PSF) da prefeitura municipal. Para a agente de saúde, a falta de um plano de saneamento básico afeta, por exemplo, o desenvolvimento das crianças na escola, além de gerar mais gastos com saúde para o município.
Integrante do Conselho Municipal de Meio Ambiente e vereador de Capim Branco, Edmar Peireira de Souza acredita que, com a aprovação do plano de saneamento básico, o município receberá recursos do Governo Federal, o que acarretará em um trabalho mais eficaz de coleta de resíduos sólidos e, consequentemente, de preservação ambiental.
Inserido na bacia do Ribeirão da Mata, o município desenvolve um trabalho de cercamento de nascentes para preservação dos cursos d’água. Desde 2018 tem a atuação da Copasa na canalização do esgoto que é enviado para o município vizinho Matozinhos, já que Capim Branco ainda não possui uma Estação de Tratamento do Esgoto (ETE).
Veja mais fotos das Oficinas:
Acompanhe cada etapa do Plano Municipal de Saneamento Básico
O trabalho de desenvolvimento de um plano de saneamento é dividido em seis produtos: o plano de trabalho, os diagnósticos de situação do saneamento básico, os prognóstico, programas, projetos e ações, (que incluem as oficinas e audiências públicas), os mecanismos e ações, o Termo de Referência para a Elaboração do Sistema de Informações Municipal de Saneamento e a entrega do relatório final. Ao todo serão 10 meses para realização de todas essas etapas.
A partir da finalização do plano de saneamento básico, o documento segue para aprovação na Câmara Municipal com objetivo de se tornar lei.
Para acompanhar o desenvolvimento dos planos, basta acessar a plataforma SIGA Rio das Velhas, que disponibiliza relatórios de execução do projeto.
Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
Texto: Michelle Parron
Fotos: Michelle Parron