O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas vem a público expressar sua solidariedade aos cidadãos e cidadãs atingidos pela cheia do rio nos últimos dias, especialmente em Itabirito, Rio Acima, Raposos, Nova Lima, Sabará e Santa Luzia.
O Comitê acompanha o monitoramento da cheia do rio, feito pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), e a possibilidade de eventuais impactos também em outros municípios a jusante. Assim, reforça a orientação das Defesas Civis para que a população desligue aparelhos elétricos e quadro geral de energia das casas, observe atentamente as encostas, permaneça em local abrigado, proteja seus documentos em sacos plásticos e, em caso de urgência, acione a própria Defesa Civil Municipal ou Corpo de Bombeiros.
Órgão integrante do Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos de Minas Gerais, o CBH Rio das Velhas entende ser fundamental e urgente a adoção de políticas públicas – do Estado e municípios – nas áreas que compõem as planícies de inundação dos rios. Tais áreas são os espaços à margem dos cursos d’água que naturalmente ficam inundados durante as cheias e que, portanto, não podem ser ocupados.
Cabe ao poder público agir no sentido de evitar a ocupação dessas áreas e de, gradativamente, promover o processo de realocação das famílias que ali já se encontram – caso contrário, continuaremos a ver e viver essas cenas ano após ano.
O Comitê reforça também o seu compromisso aos municípios ribeirinhos da Bacia Hidrográfica de disponibilizar, em 2022, as Cartas de Inundação do rio, no sentido de melhor embasar as políticas públicas a serem adotadas.
Confira as fotos da cheia em Raposos (MG), nos dias 08 e 09 de janeiro:
Acompanhamos também, com enorme preocupação, a segurança das estruturas de mineração na Bacia Hidrográfica que persistem em ameaçar nossos rios e a nossa população. Acreditamos que não podem ser imputadas ao processo natural das chuvas a justificativa sobre qualquer incidente que venha a acontecer.
O que ocorreu ontem (08 de janeiro) na estrutura da Vallourec na Mina Pau Branco revela uma enorme fragilidade dessas estruturas de mineração. E gera uma insegurança especialmente àquelas localizadas na região conhecida como Alto Rio das Velhas, de onde vem a água que abastece 60% da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Cabe lembrar que, atualmente, três barragens de rejeitos nessa região se encontram no nível máximo de criticidade quanto à segurança e que, qualquer eventual rompimento, poderia implicar em um caos hídrico na Grande BH.
Exigimos, assim, políticas de segurança e monitoramento contínuos a todas as estruturas de mineração inseridas na Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas e no estado de Minas Gerais como um todo.
Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
Fotos: Marcos Neves