O Parque Natural Municipal das Andorinhas tem uma área de 557 hectares e abriga a nascente principal do Rio das Velhas. Localizado em Ouro Preto, o parque tem um trecho de 6,27 km da Sub Bacia Nascentes e compõe parte da porção sul do maciço meridional do Espinhaço.
Além de sua importância natural e ambiental, o local também é de grande relevância na história de Ouro Preto, antiga Vila Rica, no contexto do Ciclo do Ouro das Minas Gerais e as expedições que percorreram a região do Rio das Velhas. A área da Cachoeira das Andorinhas constitui patrimônio natural de reconhecido valor histórico, paisagístico, turístico e de rara beleza cênica, e que se insere na vertente norte da Serra de Ouro Preto, cuja vertente sul, tombada pelo IPHAN, emoldura o entorno histórico da cidade.
Reapresentado na reunião do Subcomitê Nascentes, que aconteceu no dia 6 de fevereiro, em Ouro Preto, o Termo de Referência para a elaboração do “Plano de Manejo” do Parque das Andorinhas, poderá ser um grande instrumento de preservação do local. “Essa revitalização é fundamental na Política Estadual de Recursos Hídricos”, ressaltou o coordenador do Subcomitê, Ronald Carvalho, conhecido como Roninho.
Plano de Manejo
De acordo com Alberto Vieira de Melo Matos, engenheiro ambiental e gerente da área Ambiental do Parque Cachoeira das Andorinhas, o projeto propõe mecanismos de integração com base na criação de um mosaico das unidades de conservação, contidas na APA das Andorinhas e a sua integração com outros que contemplem demais unidades da região, de modo a construir uma política de conservação comum, potencializando suas ações administrativas, fortalecendo o envolvimento da sociedade, com foco na preservação da biodiversidade e na sustentabilidade regional.
O plano é um documento técnico fundamentado nos objetivos gerais de uma unidade de conservação. Estabelece o zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade. “O plano de manejo está previsto na lei que criou o sistema nacional de unidades de conservação para organizar as áreas naturais protegidas em todo o território brasileiro. Uma das exigências desta lei é que a unidade de conservação tenha seu plano de manejo e que o mesmo considere consultas à comunidade e a um grupo de técnicos para fazer os levantamentos necessários para melhoria da gestão da área e o que isso pode trazer de retorno para as pessoas”, revela Alberto Matos.
Segundo Matos, o Parque das Andorinhas ainda não tem Plano de Manejo. “O Termo de Referência apresentado na reunião trata de uma proposta para fazer o Plano. Além de aproximar as comunidades também aumentará os níveis de proteção da nascente do Rio das Velhas”.
Para Ronald Carvalho, a elaboração e a implantação de um Plano de Manejo para o Parque das Andorinhas estabelecerão pré-condições que irão conduzir a um produto final constituído de um instrumento gerencial de trabalho que assegure uma gestão eficiente, eficaz, descentralizada, participativa e corresponsável no cumprimento dos objetivos de conservação. Ainda segundo ele, a proposta é contemplar as relações do Parque com a população do seu entorno, bem como os fatores bióticos e abióticos cuja integridade é estabelecida com o advento das normas de criação.
Desenvolvimento do diagnóstico sócio econômico
Junto ao diagnóstico natural, o intuito da proposta também é caracterizar a situação socioeconômica da população que mora na unidade e seu entorno, utilizando ferramentas de diagnóstico participativo, atribuindo informações levantadas a locais específicos e mapeadas. “Após a conclusão da fase de diagnóstico e da aprovação do relatório resultante pelo órgão gestor, será efetuado o planejamento estratégico para a gestão do Parque.
O processo de planejamento deverá ser organizado e efetuado em conjunto com a equipe gestora”, comenta Alberto Matos, ao revelar que a análise e o planejamento ecológico do Parque embasarão o diagnóstico, levando em consideração as ameaças e potencialidades identificadas, apontando assim para ações práticas que venham garantir a conservação do Parque a curto, médio e longo prazo. A proposta agora será encaminhada à diretoria do Comitê e posteriormente à Agência Peixe Vivo para análise.
Parque Natural Municipal Cachoeira das Andorinhas
O Parque Natural Municipal Cachoeira das Andorinhas é um patrimônio natural de reconhecido valor histórico, cultural, paisagístico e turístico. Sua área abriga um conjunto de belas cachoeiras como a Andorinhas e Véu da Noiva, emolduradas pela serra de Ouro Preto. Cabeceira do Rio das Velhas, o local, apresenta uma grande diversidade de paisagens representativas de Mata Atlântica e do Cerrado.
Conheça a região das nascentes do Rio das Velhas e o Parque da Cachoeira das Andorinha
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Parque precisa de cuidados
Ouro Preto é conhecida pela sua história, pela riqueza de seus monumentos e beleza de suas construções. Mas não pára por aí. A cidade, que é Patrimônio Cultural da Humanidade, também oferece passeios ecológicos ao Parque Natural Municipal das Andorinhas, onde está a Nascente do Rio das Velhas.
O Parque faz parte da Área de Proteção Ambiental da Cachoeira das Andorinhas – APA e funciona todos dos dias. O local poderia ser um belo ponto para reunir a família e aproveitar a natureza, mas não é o que acontece, segundo Ronald Carvalho. Segundo ele, o Parque tem estado abandonado e, há menos de duas semanas, em visita ao local, deparou-se com descuidos dos funcionários e lixo espalhado pelo local.
“O Parque está precisando de uma administração mais adequada. Ele está sendo utilizado pelas pessoas, turistas, comunidade e é uma área de lazer. Há equipamentos e investimentos consideráveis, mas necessita de administração devida para guardar esse conjunto. O que está acontecendo é que essa estrutura administrativa está deficiente em relação à sua demanda. Ainda não temos pessoas treinadas e que entendam que educação ambiental com o local se dá na sua postura com o trabalho no seu dia a dia”, ressalta Ronald.
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