São Bartolomeu, distrito de Ouro Preto, foi um dos três destinos brasileiros selecionados pelo Ministério do Turismo para participar do concurso Melhores vilas turísticas do mundo, promovido pela Organização Mundial do Turismo (OMT), agência das Nações Unidas.
O vilarejo foi inscrito por meio de chamada pública, pela Secretaria Municipal de Turismo, Indústria e Comércio. “Ouro Preto já havia recebido, pelo distrito de Lavras Novas, o título de um dos destinos mais acolhedores do Brasil, pelo Travellers Review Awards 2021, da plataforma Booking.com, e agora comemora São Bartolomeu como uma das Melhores vilas turísticas do mundo. Um pequeno vilarejo que dispensa porta-vozes e mostra toda a sua beleza pelos moradores: pessoas monumentais”, comenta Rodrigo Câmara, secretário Municipal de Turismo.
Alguns dos critérios considerados para a escolha do destino são a baixa densidade populacional de, no máximo, 15 mil habitantes; estar localizado em uma paisagem com importante presença de atividades tradicionais como agricultura, silvicultura, pecuária ou pesca; compartilhar os valores e estilo de vida da comunidade; e o posicionamento digital (redes sociais).
Os outros dois destinos indicados pelo MTur para participar da competição são a Vila de Enxaimel, em Pomerode (Santa Catarina), e o distrito Alberto Moreira, em Barretos (SP).
O secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, celebra a indicação. “O turismo rural é um dos principais ativos de Minas Gerais, ao lado do turismo religioso, o cultural e o de natureza. O turismo rural é sinônimo de pertencimento, de memória afetiva, de raízes e também de desenvolvimento econômico, de geração de emprego e renda nos nossos campos e nos entornos deles. São Bartolomeu merece a indicação, todos deviam conhecer”, destaca.
São Bartolomeu: primeira vila às margens do Rio das Velhas
A fartura de frutas no distrito de São Bartolomeu, em Ouro Preto, induziu os moradores à fabricação de doces caseiros, tradição reconhecida na região. Cercado pelas águas ainda limpas do Rio das Velhas e pela Floresta Estadual Uaimií, São Bartolomeu é um local de águas preservadas, mas com pouca disponibilidade.
Com uma população de 730 habitantes e localizado a cerca de 18 quilômetros de Ouro Preto, o povoado de São Bartolomeu foi fundado nos anos finais do século XVII pelos bandeirantes, em busca do ouro, sendo um dos mais antigos de Minas Gerais.
Entre os vestígios do período áureo destaca-se a Igreja de São Bartolomeu, localizada no centro do distrito, cujos altares apresentam o estilo Nacional Português. As características arquitetônicas dessa igreja – com três janelas, torres com telhadinho e cunhais de madeira – é típica das primeiras construções em Minas Gerais.
São Bartolomeu é, ainda, um distrito muito conhecido como a terra dos doces artesanais. A tradição dos doces de frutas possui registro como patrimônio imaterial de Ouro Preto desde 2008. Entre os produtos, o mais famoso é a goiabada cascão. Outro traço local importante é a religiosidade de seu povo, que tem o santo que dá nome ao local como padroeiro: São Bartolomeu, celebrado em 24/8, juntamente com a Festa do Divino Espírito Santo.
O distrito possui ainda belo casario setecentista (século XVIII), sendo que algumas dessas casas contam com oratórios públicos inseridos nas construções. As belezas naturais de São Bartolomeu também devem ser destacadas, já que a localidade fica às margens do Rio das Velhas e é cercada pela Floresta Estadual Uaimií, o que incentiva os passeios nas trilhas e cachoeiras ao redor da localidade.
A Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) São Bartolomeu, inaugurada em 2008, é a estação localizada mais a montante no Rio da Velhas. Com ela, evita-se que a cabeceira do rio receba cargas de matéria orgânica que poluirão suas águas, a jusante.
Festas
A vila possui festejos bastante tradicionais. Em abril, a Festa Cultural da Goiaba celebra a tradição do feitio de doces artesanais, passada de geração em geração. Nessa festa, há degustação, exposições, sorteios, além de oficinas e shows.
Em agosto, a Festa de São Bartolomeu e do Divino Espírito Santo, também são registradas como patrimônio imaterial de Ouro Preto, desde 2014. Aos 80 dias anteriores das celebrações, a Bandeira do Divino passa de casa em casa para arrecadação de “esmolas” para o festejo, prática de difusão da fé herdada dos portugueses.
Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
Com informações da Agência Minas
Fotos: Bianca Aun, Léo Boi, Luiza Baggio, Marcelo Andrê e Ohana Padilha