O 13º Encontro de Subcomitês do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas) começou nesta quarta-feira (26) em Belo Horizonte com uma intensa programação de campo dedicada à troca de experiências sobre mobilização social e educação ambiental. O primeiro dia levou os participantes a uma visita técnica à microbacia do Córrego Bom Jesus, território estratégico para o GMEA Pampulha (Grupo de Mobilização e Educação Ambiental e Sanitária da Bacia da Pampulha) e considerado referência em ações de engajamento comunitário para a recuperação ambiental.

O Encontro, que segue até sexta-feira (28) no Hotel Quality Pampulha, reúne coordenadores dos Subcomitês que compõem o CBH Rio das Velhas e se alinha à campanha “Velhas Eu Faço Parte: Aprendizado que Revitaliza”, iniciativa que reforça a Educação Ambiental como ferramenta de transformação social e de fortalecimento da gestão participativa na bacia.

Visita técnica evidencia boas práticas na microbacia do Bom Jesus

A programação teve início no Aquário da Bacia do Rio São Francisco, localizado no Jardim Zoológico de Belo Horizonte. O espaço, com 3.000 m² e mais de 1 milhão de litros de água distribuídos em 21 tanques, abriga mais de 50 espécies, entre nativas e exóticas, e serviu como ponto de partida para a recepção dos participantes e a abertura conduzida pelo Subcomitê Ribeirão Onça, Prefeitura de Belo Horizonte, Prefeitura de Contagem e Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais).

De lá, o grupo seguiu para o Mirante Confisco, onde houve apresentação de representantes do Programa de Recuperação e Desenvolvimento Ambiental da Bacia da Pampulha (PROPAM). A visita continuou no Pomar na Rua, iniciativa da sociedade civil, e depois avançou para pontos estratégicos da microbacia, antes do retorno ao hotel para a recepção e a apresentação institucional da Diretoria do CBH Rio das Velhas.

GMEA Pampulha: um modelo em construção para outros territórios

Criado no âmbito do Programa Reviva Pampulha, o GMEA surgiu da necessidade de fortalecer a mobilização social e o engajamento comunitário em torno da revitalização da bacia. Sua atuação se alinha ao Plano de Educação Ambiental (PEA) do CBH Rio das Velhas e reúne moradores, lideranças comunitárias, representantes do poder público, usuários de água e organizações ambientais em um esforço conjunto de preservação e recuperação dos corpos hídricos.

Para Miquéias Maia, conselheiro do Subcomitê Ribeirão Onça e gerente de mobilização socioambiental da Secretaria de Meio Ambiente de Contagem, a oportunidade de apresentar o trabalho realizado na microbacia do Bom Jesus é essencial para fortalecer a gestão compartilhada. “Considero fundamental que tenhamos esta oportunidade, enquanto Grupo de Mobilização e Educação Ambiental e Sanitária da Bacia da Pampulha, de compartilhar com os representantes dos Subcomitês da Bacia do Rio das Velhas a experiência que adquirimos do ano passado até o presente momento, através de palestras e circuitos de percepção ambiental desenvolvidos na sub-bacia do Bom Jesus.”

Miquéias enfatiza ainda que os resultados alcançados podem inspirar outras regiões. “Considero fundamental, em virtude do êxito alcançado dentro deste território, definido por uma estratégia grupal bem estruturada, proporcionar um espaço para compartilhar o sucesso obtido. Acredito que esta iniciativa pode servir de modelo para outros territórios e sub-bacias da Bacia do Rio das Velhas, que demonstrem interesse em replicá-la.”

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Diversidade territorial e integração de experiências

Entre os presentes, representantes de sub-bacias com dinâmicas ambientais muito distintas da região visitada ressaltaram a importância dessa troca. É o caso de Rogério Dayrell, coordenador do Subcomitê Rio Cipó, que veio de um território com forte predominância de áreas naturais e diferentes desafios de conservação. “É um sentimento ambíguo, pois em nossa bacia lutamos pela preservação da qualidade da água, em um contexto com realidades diversas daquelas observadas hoje. Ao mesmo tempo, a experiência de hoje, com foco na mobilização, reforça a esperança de que, ao engajarmos cada vez mais pessoas em ações de recuperação ambiental, poderemos construir um futuro promissor.”

Para Rogério, a vivência neste primeiro dia reforça caminhos e alertas importantes. “Levar essa mensagem à bacia do Rio Cipó significa evitar que a situação se assemelhe à da bacia de Pampulha. A principal lição de hoje foi a importância de valorizar o que temos e reconhecer o esforço contínuo, ainda que gradual, que nos permite alcançar resultados.”

Programação segue até sexta-feira

As atividades do Encontro continuam nesta quinta-feira (27), com a apresentação das ações de Educação Ambiental promovidas pelos Subcomitês, debates em grupos de trabalho e oficinas educativas. Já na sexta-feira (28), último dia, os participantes irão vivenciar “AkauANA: um jogo de conexão com as águas”, promovido pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), encerrando o evento com uma experiência imersiva sobre a relação entre sociedade e recursos hídricos.

O 13º Encontro de Subcomitês do CBH Rio das Velhas reafirma a importância do diálogo territorial, da educação ambiental e da mobilização social como pilares para a revitalização do Rio das Velhas e de suas sub-bacias.

Assessoria de Comunicação do CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Luiz Ribeiro
*Fotos Leo Boi