Sertão! Sua natureza enigmática, repleta de elementos simbólicos, está na cultura, no dedo de prosa, no bom causo, na fauna e na flora, na religiosidade. Está no Rio das Velhas, nas andanças e nas almas!
Poesia: Tinga das Gerais
Fotos: Lucas Nishimoto, Michelle Parron e Ohana Padilha
RIOS, SERTÃO E ALMAS
A água brota da terra
Varre o chão
Feito labaredas…
Sacia a sede de vales
Rega o chão bruto
Dá o fruto
Invade e serpenteia o caminho…
É peixe pra barranqueiro
Tem carranca
Tem Caboclo
Caboclo D’água
Canoeiro!
Alegria das Lavadeiras
O canto da Iara
E água fresca nas corredeiras…
Um Velho…
As Velhas…
Um Nhonha…
Rios…
Meus pés deixam marcas
E a poeira sobe
Onde os meus sonhos
São meros encantos…
Cantos dos pássaros
Causos e prosas…
É o costume com cheiro de flores!
Amores e licores
Um carro de boi que geme
Porteiras de braços abertos
Violas encantando a lua
Nua…
Fogão à lenha
E que a fome venha…
Serras em caracóis
Lá vem o trem
É hora da ordenha…
Uai sô…
A procissão que passa
O Congado e a graça
A folia e a bandeira
E lá vem ela…
A rezadeira!
É o sertão…
E em seus versos
Brotam a essência do sertanejo
Sou matuto
Assim me vejo…
Animais
Mananciais
Buritis e ipês
O caboclo fazendo prece
Todo dia
Todo mês…
São almas
São vidas
São sinas…
O amor adentra o coração
Pessoas que passam
Pessoas que ficam
São esquinas da vida
Almas e a lida…
Vou tecendo caminhos
Trilhos em pergaminhos
Não vivo só
Sou rios
Sou sertão
Sou almas…
Rios, Sertão, e Almas
Pedaço de mim ancestrais…
E não os esqueço jamais…
Sou andarilho
Sou o Rio das Velhas
Sou Minas Gerais!
Inté…
Em cima: Parque Estadual Serra do Cabral, em Buenópolis. Embaixo: Rio das Velhas, em Lassance. Crédito: Michelle Parron e Ohana Padilha
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