Na última terça-feira (4), aconteceu o primeiro dia de oficina do Plano de Manejo do Parque Estadual da Serra do Sobrado (PESS) no Restaurante Bastião, em São José da Lapa – uma realização do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas) e Subcomitê Ribeirão da Mata, com apoio da Agência Peixe Vivo.
O PESS é uma unidade de conservação estadual, cujo órgão gestor é o IEF (Instituto Estadual de Florestas). A área está localizada ao norte de São José da Lapa, na divisa com o município de Pedro Leopoldo e faz parte do Sistema de Áreas Protegidas do Vetor Norte da Região Metropolitana de Belo Horizonte (SAP Vetor Norte). A região do parque tem sido ameaçada pela expansão urbana, incêndios criminosos e descarte irregular de lixo.
A oficina foi ministrada pelos profissionais da empresa responsável pela elaboração do Plano de Manejo, Detzel, e tem uma programação de quatro dias, sendo os dois primeiros encontros presenciais, no Restaurante e Bar Bastião, e os dois últimos realizados no formato virtual.
O objetivo geral das oficinas é reunir setores da sociedade civil, instituições e empresas relacionadas ao parque e coletar contribuições para a elaboração do Plano de Manejo. Cada etapa de debate das oficinas têm alguns objetivos específicos que são necessários para construir o instrumento de gestão. É necessário reunir impressões e informações sobre o contexto da Unidade de Conservação (UC) para formação do Propósito, Significância, Recursos e Valores Fundamentais (RVF’s), Questões-Chave e priorização das necessidades de dados e de planejamento. Além dos pontos citados, é necessário identificar áreas estratégicas do parque para a formação de seu zoneamento e os usos desses espaços.
A programação do primeiro dia de oficina contou com uma roda de apresentações dos profissionais envolvidos, das instituições e representantes que marcaram presença. O engenheiro, Matheus Baldim (Detzel), apresentou novamente um diagnóstico da UC, já apresentado em uma reunião virtual. No decorrer da apresentação, os participantes da oficina prestaram suas considerações a respeito, contribuindo com o documento. O ponto principal do dia foi as dinâmicas em grupo organizadas para identificar e discutir os Recursos e Valores Fundamentais (RVF) do parque.
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A coordenadora do Subcomitê Ribeirão da Mata, turismóloga e engenheira sanitarista, Mônica LaTorre, comentou sobre o primeiro dia da oficina: “Foi muito proveitosa e participativa. Várias pessoas de vários segmentos dando opinião com algumas divergências também, mas enfim, todos buscando construir os principais pontos fundamentais para construir o Plano de Manejo do Parque Serra do Sobrado.”
Além de representantes do CBH Rio das Velhas, Subcomitê Ribeirão da Mata e Agência Peixe Vivo, participaram representantes do Subcomitê Carste, IEF (Instituto Estadual de Florestas), ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais), prefeituras de São José da Lapa e Pedro Leopoldo, FAEMG (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais), Sindicato dos Produtores Rurais, Instituto Guaicuy, Instituto Lixo Zero, Núcleo de Atividades Espeleológicas (NAE), ICAL, Condomínio Tiradentes, Associação Civil Movimento Lagoa Viva, além de proprietários e moradores do entorno.
Plano de Manejo do Parque Estadual da Serra do Sobrado (PESS)
O Parque Estadual da Serra do Sobrado foi criado em 2010, possui área de mais de 380 hectares e perímetro de quase 13 km, e faz parte da Bacia do Ribeirão da Mata, afluente da margem esquerda do Rio das Velhas. Utilizando recursos provenientes da cobrança pelo uso da água, o CBH Rio das Velhas, contratou por meio da Agência Peixe Vivo, a empresa Detzel para elaboração do Plano de Manejo do PESS que será feito em colaboração com atores da região por meio das oficinas.
Um Guia do Participante elaborado pela empresa define o Plano de Manejo como o documento técnico no qual se estabelece o zoneamento e as normas que devem presidir o manejo dos recursos naturais e o uso da área, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da UC.
A gestora do PESS, Silvana Maria Costa, falou da importância do Plano como um mecanismo que ajuda na proteção e preservação da UC. “Uma unidade de conservação é um bem público e tem um sistema de gestão para que ela continue sendo preservada e dentro desses mecanismos, um deles é o Plano de Manejo. O parque presta serviços ambientais e muitas vezes são ignorados, não são visíveis e por isso muitas vezes a UC é subestimada e às vezes até temida pela população do entorno.”
Desenvolvido a partir dos recursos arrecadados com a cobrança pelo uso da água na bacia, o projeto tem um custo de R$ 419 mil e previsão de conclusão em fevereiro de 2025.
Assessoria de Comunicação do CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Yasmin Paulino
*Fotos: Miguel Aun