O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas), por meio do Subcomitê Nascentes, realizou o seminário final do Projeto de Revitalização de Quatro Microbacias inseridas na Área de Proteção Ambiental (APA) das Andorinhas. O evento aconteceu no dia 25 de abril, na sede da Associação dos Moradores de São Bartolomeu, distrito de Ouro Preto (MG), e apresentou para a população local os resultados das ações desenvolvidas pelo projeto que tem como objetivo promover a recuperação hidroambiental dessas áreas.
Comunidade de São Bartolomeu participa de Seminário Final do projeto hidroambiental da UTE Nascentes.
As áreas beneficiadas foram as microbacias Córrego do Andaime, Córrego do Jequiti, Córrego do Afogador e Córrego São Bartolomeu, todas próximas ao distrito pertencente ao município de Ouro Preto.
Foram construídas 64 bacias de contenção de água da chuva (barraginhas) e 11 barragens galgáveis para permitir a redução do escoamento superficial e a infiltração da água para alimentação do lençol freático. Também foram realizadas intervenções de terraceamento e formação de curvas de nível, vinculados às bacias de contenção, para controlar os processos de erosão, conservar o solo e prevenir a formação de sulcos e grotas..
O coordenador do Subcomitê Nascentes, Ronald Guerra, explica que este é o primeiro projeto de manejo do uso do solo executado na UTE Nascentes pelo CBH Rio das Velhas. “Esta foi a primeira vez que o Comitê executou ações desse tipo na região. Foi um esforço enorme do Subcomitê Nascentes ao apresentar este projeto no chamamento público do CBH Rio das Velhas, lançado em 2015”, afirmou.
Ronald Guerra esclareceu ainda que além do ganho ambiental, as ações acabam promovendo uma melhora na produção das propriedades rurais. “As obras executadas pelo projeto, como por exemplo, o terraceamento e as barraginhas, vão promover uma melhor infiltração das águas das chuvas no solo, melhorando a performance hídrica das propriedades rurais. Precisamos estender a atuação de projetos como esse na região da UTE Nascentes e mudar, de forma gradativa, a mentalidade dos produtores que fazem o uso do solo de uma forma agressiva e que causam danos ambientais como a impermeabilização do solo”.
Ronald Guerra destacou o esforço do Subcomitê Nascentes para apresentar este projeto no chamamento público do CBH Rio das Velhas, em 2015.
Outra importante mudança que o projeto proporcionou para a região foi o manejo correto das estradas rurais. “Ainda precisamos evoluir muito na manutenção das estradas rurais e as técnicas aplicadas no projeto são mais sustentáveis. Esperamos conseguir um maior convencimento por parte dos proprietários e também do poder público para otimizar os resultados. Avançamos muito com esse projeto e, agora, esperamos ampliar a atuação para, cada vez mais, universalizar essas ações dentro da bacia do Rio das Velhas”, completou.
O Projeto de Revitalização de Quatro Microbacias inseridas na Área de Proteção Ambiental (APA) faz parte do Plano de Manejo da região que também realizou o plantio de mudas, cadastro e elaboração de estudos de alternativas de esgotamento sanitário e ações de mobilização social e educação ambiental
O Plano de Manejo do Parque das Andorinhas propõe mecanismos de integração com base na criação de um mosaico das Unidades de Conservação, contidas na Área de Proteção Ambiental e a sua integração com outros que contemplem demais unidades da região. Dessa forma, foi construída uma política de conservação comum, potencializando as ações administrativas, fortalecendo o envolvimento da sociedade, com foco na preservação da biodiversidade e sustentabilidade regional, bem como a revitalização das quatro microbacias.
Confira fotos das intervenções promovidas pelo projeto:
APA Andorinhas
O Parque Natural Municipal das Andorinhas tem uma área de 557 hectares e abriga a nascente principal do Rio das Velhas. Localizado em Ouro Preto, o parque tem um trecho de 6,27 km da Sub Bacia Nascentes e compõe parte da porção sul do maciço meridional do Espinhaço.
Além de sua importância natural e ambiental, o local também é de grande relevância na história de Ouro Preto, antiga Vila Rica, no contexto do Ciclo do Ouro das Minas Gerais e as expedições que percorreram a região do Rio das Velhas. A área da Cachoeira das Andorinhas constitui patrimônio natural de reconhecido valor histórico, paisagístico, turístico e de rara beleza cênica, e que se insere na vertente norte da Serra de Ouro Preto, cuja vertente sul, tombada pelo IPHAN, emoldura o entorno histórico da cidade.
O território
A Unidade Territorial Estratégica (UTE) Nascentes localiza-se no Alto Rio das Velhas, possui uma área de 541,58 km² integrada pelos municípios de Itabirito e Ouro Preto. Nesta UTE, o Rio das Velhas tem 55 quilômetros de comprimento, desde suas nascentes, no Parque Natural Municipal Cachoeira das Andorinhas, em Ouro Preto, até a barragem de Rio de Pedras, em Acuruí, distrito de Itabirito. Sua área urbana com maior representatividade é Cachoeira do Campo, distrito de Ouro Preto e seus principais afluentes são: Rio Maracujá, Ribeirão do Funil, Córrego Olaria e Córrego do Andaime.
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