Em fase de execução desde outubro de 2017, o projeto hidroambiental na UTE (Unidade Territorial Estratégica) Ribeirão Picão tem por objetivo a identificação de áreas de recarga de lençol freático, através da elaboração de diagnóstico ambiental nas microbacias urbanas de Corinto, na região do Médio Baixo Rio das Velhas. Um Seminário realizado na última quarta-feira (07), na sede do município, atualizou junto às lideranças locais os rumos do projeto, que contará com algumas mudanças.

“Ao longo do diagnóstico, a gente avaliou tecnicamente a necessidade de propor algumas modificações, que valorizassem o projeto naquilo que é o seu objeto principal – que é a avaliação das áreas de recarga da bacia – e, em detrimento disso, foram substituídos alguns serviços”, afirmou o engenheiro agrônomo responsável pelas ações, Rafael Alexandre Sá.

Ainda segundo ele, o cercamento de áreas e o plantio de mudas, inicialmente previstos no escopo, foram retirados do projeto tendo em vista que as áreas onde as intervenções irão ocorrer já se encontram plenamente consolidadas com atividades humanas. “A ideia é abrir mão dessa execução agora e programar uma execução maior e mais completa no futuro. Fazer um estudo mais completo dessas áreas de recarga e, dentro de um plano de ação, ver o realmente a gente deve executar dentro de uma realidade urbanizada”.

Todas as modificações no projeto contaram com a chancela e aprovação da Cobrape, empresa fiscalizadora dos projetos hidroambientais do CBH Rio das Velhas, e Agência Peixe Vivo, a contratante.

As mudanças foram aprovadas por Leandro Vaz Pereira, que é coordenador-geral do Subcomitê (SCBH) Rio Bicudo, mas que, via prefeitura municipal de Corinto, foi o proponente do projeto na UTE Ribeirão Picão. “Apesar de ser uma área que está altamente antropizada [cujas características originais foram alteradas por atividades humanas], ainda se tem esperança que possamos tirar algo de positivo. Uma vez que é um projeto de alta performance, com dados compilados com tecnologia de ponta, será um instrumento de trabalho, pesquisa e educação ambiental para a população e rede pública de ensino inéditas da cidade”, disse.

As atividades do projeto hidroambiental estão concentradas nas microbacias urbanas dos Córregos Curralinho, Pindaíba, Cinzas e um sem nome. Estas microbacias, por apresentarem uma reserva estratégica de água, funcionam como alternativa de abastecimento para a sede urbana, mas têm sofrido com diversas pressões ambientais. “As expectativas são de conscientizar a população e criar um senso de responsabilidade e pertencimento para que possamos obter atitudes sustentáveis de todos, conseguir o maior engajamento possível de todos os seguimentos de representação, pois entendemos que não se consegue sucesso em projetos ambientais onde a massa beneficiada não colabore para tal”, concluiu Leandro.

Veja as fotos do Seminário:

Programa ‘Revitaliza Rio das Velhas’

O Projeto para Melhoria Hidroambiental da UTE Ribeirão Picão está alinhado ao pilar do programa ‘Revitaliza Rio das Velhas’ – pacto em prol da conservação e revitalização de toda a Bacia Hidrográfica – que destaca a conservação e produção de água e prevê ações para proteção de nascentes e áreas de recarga, fortalecimento de programas de nascentes urbanas e rurais e a implantação de projetos voltados para o aumento da permeabilidade do solo.

O projeto foi aprovado no Primeiro Chamamento Público de Projetos do CBH Rio das Velhas, ainda em 2015, quando foram convocadas instituições ambientais, subcomitês e prefeituras dos municípios inseridos na bacia a apresentarem demandas espontâneas de estudos, projetos e obras, visando à racionalização do uso e a melhoria dos aspectos qualitativos e quantitativos dos recursos hídricos.

A região

A UTE Ribeirão Picão localiza-se no Médio Baixo Rio das Velhas e é composta pelos municípios de Corinto, Curvelo, Inimutaba, Morro da Garça e Santo Hipólito. A unidade ocupa uma área de 1.716,59 km² e detém uma população de 1.716,59 habitantes. O rio principal desta UTE é o Ribeirão Picão, com 80,25 km de extensão.

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