Entre o rio das Velhas e o ribeirão da Mata, ao norte de Belo Horizonte,  nos municípios de Lagoa Santa, Confins, Pedro Leopoldo, Matozinhos, Funilândia, Vespasiano e Prudente de Morais localiza-se a Área de Proteção Ambiental Carste de Lagoa Santa – APA Carste. O termo carste vem do idioma servo-croata,  “karst”, nome de uma região europeia que compreende três países: Itália, Croácia e Eslovênia, caracterizada pela presença de rochas solúveis que sulcadas e corroídas ao longo do tempo geram cavernas subterrâneas, lagoas, sumidouros e depressões, possuindo rico acervo paleontológico e arqueológico.

Nesse ambiente de belas paisagens e que busca preservar os rios que compõem o Velhas, foi realizado no dia 20 de novembro, a 42ª reunião do Subcomitê Carste. Realizado em Lagoa Santa, o encontro foi concorrido e discutiu vários assuntos relacionados às demandas locais. “O subcomitê é mais um organismo de proteção. Junto a outras entidades que propõem preservação ambiental, o Subcomitê é mais um órgão de apoio na defesa dos nossos rios e nascentes”, afirmou o coordenador geral do Subcomitê Carste, Daniel Duarte de Oliveira.

Para ele, as expectativas são muitas e a proposta principal é implantar o plano de ação do Subcomitê. “Nosso maior desafio é estruturar o Subcomitê de forma a ter metas e objetivos bem traçados e alcançar o objetivo maior, que é a conservação dos nossos recursos hídricos”, disse ao revelar que o Subcomitê é recente e foi instaurado a pouco mais de um ano. “Estamos agora caminhando para estabelecer a estratégia de funcionamento do Subcomitê. Atualmente contamos com uma boa estrutura, mas queremos melhorar ainda mais nossa gestão. A expectativa é que em 2015 consigamos implantar nosso plano estratégico”, reforçou.

Veja fotos da reunião

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Entre os assuntos debatidos, um projeto voltado às escolas da região foi apresentado e pretende desenvolver ações de educação ambiental nessas instituições. O objetivo é fazer com que os alunos conheçam, se interajam e participem do processo de proteção ambiental local. O projeto está sendo desenvolvido e as ações que serão implementadas construídas.

ASCAPEL

A crescente produção de resíduos sólidos urbanos deixa clara a necessidade de estudos que orientem o poder público a otimizar a sua gestão, que não deve se limitar apenas à coleta e sua disposição em aterros. As associações de catadores têm, nesse contexto, papel fundamental, já que atuam na reciclagem de materiais, o que é uma iniciativa que contribui para a redução de resíduos a seres dispostos, além de contribuir para a diminuição da exploração de recursos naturais.

Para valorizar o trabalho dessas associações e saber um pouco mais sobre a ASCAPEL (Associação dos Catadores de Papel de Pedro Leopoldo), a coordenação do Carste, convidou Keila Tassiana, coordenadora da entidade para apresentar os trabalhos realizados pela associação.
Segundo ela, a associação foi criada em 2005, é composta atualmente por 19 famílias que vivem da renda da venda dos resíduos. “Passamos de casa em casa para apanhar os materiais recicláveis. Nosso trabalho é gratificante, pois sabemos que também estamos contribuindo com o meio ambiente”, disse.

“Os benefícios da reciclagem extrapolam a questão ambiental, sendo de fundamental importância para a geração de emprego e renda para a população não qualificada”, avalia Daniel ao argumentar que a proposta do Subcomitê ao chamá-los foi entender a dinâmica do trabalho das associações de catadores, por meio da coleta de dados sobre o seu modo de atuação, a sua infra-estrutura e o rendimento e as dificuldades intrínsecas do processo de triagem realizado pelas associações. “Os catadores estão muito ligados à preservação. E essa pode ser uma via de mão dupla, eles podem nos ajudar e nós também podemos ajudá-los. A associação dos catadores é uma proposta que deu certo”, completou.

A próxima reunião do Subcomitê Carste ficou agendada para o dia 18 de dezembro, em Confins.

Saiba mais sobre o Carste

O Carste é um tipo de relevo formado pelo efeito corrosivo da água sobre rochas solúveis como o calcário, mas também pode ocorrer em quartzitos e basaltos. O efeito das águas sobre esse tipo de rocha propicia o aparecimento de características físicas muito peculiares, tais como paredões rochosos sulcados e corroídos ao longo do tempo, cavernas subterrâneas, lagoas, sumidouros e depressões, possuindo rico acervo paleontológico e arqueológico.

No Brasil, uma das principais áreas de relevo cárstico encontra-se na região da Área de Proteção Ambiental (APA) Carste de Lagoa Santa, em Minas Gerais. Nessa região, a ação solúvel da água sobre as rochas calcárias propiciou a formação de estruturas típicas do carste, como as cavernas.

Para mais informações consulte a Cartilha Carste – Manuelzão vai à escola

Veja o próximo evento realizado na região