Logo CBH Rio das Velhas

Valter Vilela assume a presidência do CBH Rio das Velhas com amor pela bacia e esperança no futuro

05/09/2025 - 8:55

O Rio das Velhas é mais do que o maior afluente em extensão do Rio São Francisco. Ele é parte da identidade mineira, atravessando 51 municípios, abastecendo comunidades inteiras e carregando histórias de resistência e transformação. Desde a criação do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas), em 1998, uma figura esteve sempre presente nas principais decisões do colegiado: Valter Vilela, engenheiro, sanitarista e gestor, agora presidente da instituição para o período 2025-2027.


Natural de Uberaba, no Triângulo Mineiro, Valter mudou-se para Belo Horizonte para estudar e construiu ali sua vida profissional. Formou-se em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e, mais tarde, fez pós-graduação em Engenharia Sanitária e Engenharia Econômica. O primeiro emprego foi na Prefeitura de Belo Horizonte, na Seção de Projetos de Canalizações. Em seguida, ingressou no Departamento Municipal de Águas e Esgotos (Demae). Em 1973, com a criação da Companhia Mineira de Águas e Esgotos (Comag), o departamento foi absorvido pela nova companhia, que posteriormente se transformaria na Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais).

Na empresa, Vilela construiu uma carreira sólida que atravessou décadas. Ocupou diferentes funções estratégicas, chegando a ser Superintendente de Projetos e, depois, Superintendente de Meio Ambiente e Recursos Hídricos. “A Copasa foi a grande escola da minha vida profissional. Ali aprendi a importância de planejar e executar obras que mudam a vida das pessoas. Mas foi no Comitê que encontrei o espaço de diálogo e construção coletiva que me motivou a seguir”, conta.

Uma vida ligada ao Velhas

Nos anos 1990, Vilela coordenou, pela Copasa, o Programa de Saneamento Ambiental das Bacias do Arrudas e Onça (Prosam), financiado pelo Banco Mundial, que deu origem às primeiras estações de tratamento de esgoto da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). “Esse programa foi um divisor de águas. Ele mostrou que o saneamento pode transformar cidades inteiras. O encerramento do Prosam, em 1998, trouxe também a recomendação de criar um Comitê para acompanhar o sistema. Foi aí que nasceu o CBH Rio das Velhas”, relembra.

Desde então, ele nunca mais se afastou. “Participei de todas as gestões do Comitê desde a fundação. É uma caminhada de mais de 25 anos, marcada por aprendizados, parcerias e conquistas”, afirma. Ao longo do tempo, exerceu cargos de secretário, vice-presidente, representante dos usuários de água e integrante da diretoria ampliada nesse mandato.

Vilela também esteve presente em momentos históricos: a criação dos Subcomitês (2004), a elaboração do Plano Diretor de Recursos Hídricos (2004), a fundação da Agência de Bacia Peixe Vivo (2006) e a implementação da Cobrança pelo uso da água (2010). “Foram conquistas coletivas que mostram a força da participação social. O Comitê é um espaço de construção democrática e eu me orgulho de ter feito parte dessas etapas”, ressalta.


Veja mais fotos da trajetória do novo presidente:


O futuro que inspira

Casado há 45 anos, pai de dois filhos e avô de quatro netos, Vilela encara a presidência como um compromisso que vai além da gestão. “Sempre gostei do trabalho nas bacias. Quando me aposentei, resolvi me dedicar ainda mais ao Velhas, porque acredito que posso contribuir para que as próximas gerações recebam um rio mais vivo, saudável e justo”.

O plano de trabalho para o triênio 2025-2027 se ancora em quatro pilares: água em qualidade e quantidade, fortalecimento da gestão dos recursos hídricos, participação social e o fortalecimento institucional. As prioridades incluem a recuperação de nascentes, a gestão responsável da água em consonância com as normas estaduais e a ampliação da participação da sociedade nos processos decisórios. “Queremos manter o protagonismo natural do Comitê, com um olhar atento para os usos múltiplos da bacia e com ações integradas que assegurem sustentabilidade. Nosso papel é ser guardião da água e da vida na bacia”, explica.

Para ele, o maior desafio é manter o equilíbrio entre desenvolvimento e preservação. “O Velhas é um rio que sustenta a vida, a agricultura, a indústria e o abastecimento de milhões de pessoas. Precisamos garantir que esses usos sejam compatíveis e que o rio continue a correr limpo e forte”, reforça.

Ao lado de Ronald Guerra (vice-presidente), Renato Constâncio (secretário) e Poliana Valgas (secretária-adjunta), Vilela assume a missão de manter o protagonismo histórico do Comitê e, ao mesmo tempo, construir pontes para o que vem pela frente. “O futuro do Rio das Velhas depende do envolvimento de todos. Precisamos de união, de participação social ativa e de coragem para enfrentar os desafios. É com esse espírito que assumo a presidência”, conclui.


Assessoria de Comunicação do CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Luiza Baggio
*Fotos: Acervo TantoExpresso