Na última sexta-feira (14), membros dos Subcomitês Nascentes e Rio Itabirito realizaram uma visita de campo em Acuruí, distrito de Itabirito, onde está sendo construída a Rota Turística Jaguara, de iniciativa da mineradora Ferro Puro. Na ocasião, a comitiva também teve a oportunidade de visitar as instalações da própria Ferro Puro como também as da Jaguar Mining, e verificar as condições de segurança da barragem Paciência, que se encontra com operação paralisada. Durante a visita, empreendimentos de gastronomia, hotelaria e outros que compõem a rota turística também puderam ser conhecidos.
O encontro se iniciou na pousada Recanto dos Búfalos, um dos empreendimentos que fazem parte da Rota Turística Jaguara. A rota tem por objetivo incentivar o turismo ambiental consciente, bem como proporcionar para a comunidade de Acuruí um retorno mitigatório da atividade mineradora na região. No caso da empresa Ferro Puro, sua mina fica na Bacia Hidrográfica do Rio Doce, mas o beneficiamento é feito em Acuruí, na Bacia do Rio das Velhas. É o que explica Mariana Morales, Coordenadora de Relação com Comunidades e Projetos Sociais da empresa. “A mina propriamente está no município de Santa Bárbara, mas o pátio de transbordo e de beneficiamento do minério fica em Acuruí”. Também na rota, outras ações são realizadas, como a promoção da cultura local e a instalação de Ecopontos para a gestão de resíduos em parceria com as Secretarias de Meio Ambiente de Ouro Preto e Itabirito.
Após esse primeiro momento, em que as mineradoras apresentaram suas atividades e ações, os participantes da visita se dirigiram para as instalações das duas empresas. A primeira a ser visitada foi o Complexo Paciência, da Jaguar, e sua barragem, que conta hoje com cerca de 1.400.000 m³ de rejeito. No local, foi apresentada a estrutura da barragem com foco nas inspeções, monitoramentos e manutenções realizadas para assegurar a estabilidade e segurança da estrutura. A barragem Paciência não recebe rejeitos desde 2012, ano em que a unidade foi paralisada até que sejam desenvolvidos novos projetos para viabilidade da operação da mina. Foram apresentadas também a estrutura do Plano de Ação de Emergência para Barragens de Mineração (PAEBM) e da mancha de inundação da barragem, áreas seguras e orientações sobre como agir em caso de emergência. “É importante entender que a população que não se encontra na área da mancha de inundação não deve sair de casa em caso de acionamento das sirenes. Estamos trabalhando no estreitamento de laços com a comunidade e apostando na disseminação de informações, para que os moradores se sintam seguros com relação à barragem. No dia 19 de novembro faremos um simulado de emergência da barragem Paciência”, informa Christiane Alam, Especialista em Relações Institucionais da mineradora.
Além das mineradoras, a comitiva também visitou a Pousada Serra Verde, às margens do Rio das Velhas, e a Cervejaria Uaimií.
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Frederico Leite, Secretário de Meio Ambiente de Itabirito e coordenador do Subcomitê Rio Itabirito, avalia que a visita apresentou alternativas viáveis para atividades econômicas locais que perdurem para além da exploração minerária, como é o caso da Rota Turística Jaguara. “Atualmente somos dependentes da mineração, mas, quando as jazidas forem exauridas, do que vamos sobreviver? O que vimos aqui hoje é uma possibilidade real de que o turismo, aos poucos, ocupe o lugar da mineração e se torne uma atividade economicamente sustentável, fixando as pessoas no local. Estamos trabalhando para que o retorno de investimento das mineradoras no desenvolvimento turístico e econômico incentive os empreendimentos que apostam na preservação do meio ambiente”.
Na mesma linha, Raul Castro, representante da Associação Comunitária de Acuruí e conselheiro do Subcomitê Nascentes, entende que o estreitamento da relação da comunidade com as mineradoras precisa ser incentivado, para que as questões que a mineração traz sejam resolvidas com mais diálogo e menos conflitos. Para ele, a visita de campo cumpriu esse papel. “Este momento foi muito importante para integrar os Subcomitês e para que os conselheiros possam conhecer melhor o território. A presença das mineradoras geralmente gera conflitos, mas a comunidade tem recebido as ações dessas empresas com mais cuidado e respeito. Essa aproximação cria um clima de parceria no intuito de resolver os problemas, e nós precisamos desse canal de comunicação aberto. A expectativa para a Rota Turística Jaguara é muito boa. A iniciativa preserva a identidade da comunidade, valorizando o empreendedor local para que continue habitando a região”, celebra.
Assessoria de Comunicação do CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Leonardo Ramos
*Fotos: Leonardo Ramos