Convazão inicia monitoramento para garantir segurança hídrica da RMBH

18/07/2022 - 17:20

O Grupo Gestor de Vazão do Alto Rio das Velhas (Convazão), liderado pelo Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas), teve sua primeira reunião do período de estiagem em 2022.


O coletivo, criado com o intuito de pensar soluções para a segurança hídrica da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), reúne também o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM), a Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais) e o SAAE de Itabirito, além de Cemig (companhia Energética de Minas Gerais) e das mineradoras Vale e Anglogold Ashanti, que possuem barramentos de água na região do Alto Velhas.

Logo no início dos trabalhos, conduzidos em videoconferência, Renato Constâncio, vice-presidente do CBH Rio das Velhas e conselheiro pela Cemig, trouxe informes sobre o andamento do Protocolo de Intenções, documento que abarca diversas medidas para garantir a segurança hídrica da Grande BH, assinado em 25 de novembro passado.

Segundo Constâncio, as instituições signatárias já realizaram três encontros, nas quais foi elaborada planilha com todas as ações de cada órgão participante, em execução e a desenvolver, com vistas a alcançar os objetivos propostos. A quarta rodada está prevista para o início de agosto, quando será feito o balanço das iniciativas.



Cenários

Baseado nos dados colhidos até o momento, Constâncio informou que “este ano a resiliência do rio está ‘menos pior’ do que em 2021”. Letícia Vitorino, da equipe de Mobilização do CBH Rio das Velhas, apresentou os números. Em julho, a vazão do Rio das Velhas caiu a 12,63 m3 por segundo. A vazão mínima de referência é de 10,5 m3/s. Abaixo disso entra-se em estado de alerta.

Um dos recursos empregados pelo Convazão para manter os níveis de segurança são os três reservatórios do Sistema Rio de Peixe, da AngloGold. Existe, no entanto, discrepância entre os valores registrados de restituição do volume de água ao Velhas – da ordem de 1,4 m3/s – e a análise da mineradora. Segundo Weider de Oliveira, representante da empresa no Grupo Gestor, “as fortes chuvas de janeiro alteraram completamente o leito do rio onde é feita essa medição”, afetando a aferição.

Oliveira garante que a AngloGold mantém a restituição normal à calha do rio –nos mesmos níveis de 2021, de 2,5 a 3 m3 por segundo – e comprometeu-se a compartilhar mais informações em breve, já que a mineradora contratou consultoria para averiguar o problema.

Outro barramento (Rio de Pedras), de propriedade da Cemig, integra o sistema de apoio emergencial ao abastecimento da RMBH. Segundo os dados exibidos por Vitorino e confirmados por Constâncio, o reservatório está apenas 1 metro abaixo da cota máxima e tem 90% do volume útil.

A Copasa reduziu a captação no Rio das Velhas, informou Roberto Alves. De acordo com ele, a reservação no Paraopeba está em bom nível, “o que permitiu retirar cerca de 1,5 m3/s a menos” em Bela Fama [no Sistema Rio das Velhas, em Nova Lima]. Alves prometeu levar estudos da chamada curva de recessão – vazão expressa em função do tempo, durante um período sem precipitações significativas, em que o rio é alimentado exclusivamente pelas contribuições do aquífero subterrâneo – à próxima reunião do Convazão, prevista para 4 de agosto.


Assessoria de Comunicação do CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
Texto: Paulo Barcala
Foto: Ohana Padilha; Paulo Barcala