Diretoria avalia enchentes, situação das barragens e plano para atender contingências climáticas

21/01/2022 - 16:25

Em reunião nesta quinta-feira (20), por videoconferência, os membros da Diretoria do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas) discutiram, em especial, a cheia do rio neste início de janeiro que culminou em inundações em vários municípios ribeirinhos.

A Diretoria reconhece a enchente do rio como um processo natural, mas se preocupa especialmente com o uso e a ocupação do solo e a apropriação das planícies de inundação – espaços à margem dos cursos d’água que naturalmente ficam inundados durante as cheias.

No sentido de melhor embasar as políticas públicas a serem adotadas para evitar a ocupação dessas áreas e para, gradativamente, promover o processo de realocação das famílias que ali já se encontram, o CBH Rio das Velhas planeja o desenvolvimento de estudos sobre as planícies de inundação de cada município e um plano para atender contingências climáticas na Bacia. “A ideia é que este Plano seja um guia, tanto para as contingências advindas da cheia, como também da estiagem, e que apresente mecanismos de ação e de auxílios à população. Como não temos nada previsto assim no nosso Plano Diretor de Recursos Hídricos, isso deverá ser apresentado como um anexo ao instrumento”, destacou o secretário do Comitê, Marcus Vinícius Polignano.


Assista ao vídeo sobre as cheias do Rio das Velhas, de janeiro de 2022:


Outra apreensão do Comitê em meio a este contexto de cheia é em relação às barragens de mineração inseridas na Bacia Hidrográfica. Duas são especialmente preocupantes, marcadas pelo nível 3 de risco, aquele em que o rompimento é iminente ou já está em curso: Forquilha III, da Mina de Fábrica, em Ouro Preto, no limite com Itabirito, e B3/B4, da Mina Mar Azul, em Macacos, Nova Lima.

Poliana Valgas, presidenta do Comitê, lembrou que 18 barragens da Vale em Minas Gerais – sendo 10 somente na Bacia do Rio das Velhas – vão ter que passar por intervenções preventivas, de acordo com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). “Diante de todo esse cenário, convocaremos o nosso Grupo de Trabalho de Barragens para melhor entender a gravidade de cada uma dessas estruturas, que a cada dia ouvimos saber que tiveram seus níveis de emergência elevados”.

Ainda durante a reunião, os membros da Diretoria discutiram a pesquisa em curso que avalia, juntos aos demais conselheiros do Plenário, qual o melhor formato para as reuniões da entidade ao longo de 2022; a Meta 2025: nadar, pescar e brincar no Ribeirão Onça; a Comissão Gestora Local (CGL) que será criada para tratar da Declaração de Área de Conflito (DAC) na bacia do Ribeirão Ribeiro Bonito; e o planejamento de pautas para a próxima Reunião Plenária do Comitê, prevista para 04 de fevereiro.

 

Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
Texto: Luiz Ribeiro
Foto: Marcos Neves