Uma área conhecida como “Buracão” no bairro Novo Progresso, na bacia do Ribeirão Onça, em Contagem, foi revitalizada pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas). A área verde de vegetação e nascentes foi entregue à comunidade totalmente revitalizada, no dia 24 de junho, e o seminário de encerramento do projeto foi realizado por videoconferência, no dia 30 de junho.
O local se encontrava abandonado e tinha sido transformado em bota-fora, causando grandes transtornos aos moradores da região. A proliferação de animais peçonhentos, vetores de doenças, mosquitos, a incidência de queimadas e outros impactos ambientais graves incomodava a comunidade. A área de Fundo de Vale foi limpa, o campo de futebol foi recuperado e gramado, as nascentes desassoreadas e protegidas, a edificação existente foi recuperada e a encosta que era usada como lixão ganhou um jardim de girassóis.
De acordo com o coordenador-geral do Subcomitê Onça e superintendente de Fiscalização Ambiental da Prefeitura de Contagem, Eric Machado, um dos pré-requisitos do CBH Rio das Velhas para utilizar os recursos da cobrança pelo uso da água era não ter ocupação irregular na área degradada. “Conseguimos mostrar ao Comitê a necessidade de revitalizar o espaço, justamente por causa da ocupação. Foi uma mudança de perspectiva e de paradigma. Quem conheceu essa área antes sabe o quanto a mudança foi radical. É uma área de apenas 30 mil metros quadrados, mas que tem nascentes e é muito importante para a comunidade. Agora vamos formar um grupo de gestão que ajudará a Prefeitura de Contagem a cuidar do local”, disse.
“
Era uma sujeira só, um abandono, uma sensação de que em área pública podia fazer qualquer coisa. O lugar ficou irreconhecível. Quando cheguei e vi os girassóis fiquei emocionada.
Agora precisamos manter o espaço conservado e isso só será possível com o apoio da comunidade. Por isso, planejamos uma gestão compartilhada”,
explicou a secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento de Contagem,
Maria Thereza Camisão
Darlane da Silva Moura, mãe de quatro filhos, mora há 15 anos na região e contou que um dos filhos teve uma lesão séria no braço quando brincava no espaço antes de ser revitalizado. A criança foi vítima de um vaso sanitário quebrado que estava jogado no bota-fora. “Felizmente mudou! Agora, moramos perto da praça dos girassóis. Agradeço a todos por não terem desistido e concretizado a obra. Agora podemos deixar nossas crianças brincando sem perigo de se machucarem. É um sonho ter a natureza para usufruir com responsabilidade”, afirmou.
As obras de revitalização de Área Verde e Fundo de Vale na UTE Ribeirão do Onça teve um investimento de R$ 393.873,11 pelo CBH Rio das Velhas e teve início em janeiro de 2021, com o prazo de execução de sete meses.
O território
A bacia hidrográfica do Ribeirão Onça tem início no município de Contagem e passa por bairros das regiões Norte e Nordeste de Belo Horizonte. São 11,59 quilômetros de extensão, dos quais cerca de 30% são canalizados. O curso d’água passa dentro da capital mineira, entre a confluência do Córrego Cachoeirinha com o Ribeirão Pampulha, até o lançamento no Rio das Velhas. O ribeirão recebe o nome de Onça quando é formado pelo encontro do Córrego Cachoeirinha e Ribeirão Pampulha, próximo a estação de metrô São Gabriel, desaguando no Rio das Velhas, em Santa Luzia.
O processo de interferência humana no leito do Onça seguiu a tendência histórica do modelo de ocupação da área onde Belo Horizonte. Ao contrário de manter os cursos d´água à vista, suas existências foram, de certa forma, negadas. Milhares de nascentes e leitos de córregos e rios passaram a ser retificados e canalizados para dar lugar a avenidas e empreendimentos imobiliários.
Com o solo cada vez mais impermeável, a bacia sofre ano após ano enchentes, alagamentos, destruições e mortes causadas pela água das chuvas, além da poluição pelo lançamento de efluentes.
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Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
Texto: Luiza Baggio
Fotos: Fernando Piancastelli