Para quem vive nas cidades grandes, dar um tempo na rotina urbana e entrar em contato com a natureza é uma ótima forma de revigorar as energias. Mas além de proporcionar descanso, o turismo ecológico também pode colaborar com a conservação do meio ambiente. Para proteger os cursos d’água e preservar os pontos ecoturísticos na Unidade Territorial Estratégica (UTE) Águas do Gandarela, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas) e o Subcomitê Águas do Gandarela realizam o projeto Eco Águas. O projeto foi apresentado à comunidade de Rio Acima em um evento híbrido (presencial e online), realizado no dia 26 de junho.
A Serra do Gandarela se localiza no Alto Rio das Velhas, na Cordilheira do Espinhaço e no interior do Quadrilátero Ferrífero, abrangendo Raposos, Rio Acima e Caeté. Esses municípios apresentam atrativos naturais que há anos são utilizados para o ecoturismo. Nesse contexto, as ações propostas no projeto visam promover a proteção dos recursos hídricos para garantir as atividades sustentáveis vinculadas à balneabilidade, turismo, lazer e educação ambiental desses pontos ecoturísticos.
O projeto tem como área de atuação três pontos turísticos: complexo da cachoeira do Viana e do Índio em Rio Acima, Parque Municipal Ribeirão da Prata (Poço da Barragem, Poço da Pedra e Poço Azul) em Raposos e Cachoeira de Santo Antônio, localizada na divisa entre Caeté e Raposos. As áreas escolhidas se encontram na bacia do Rio das Velhas e são as mais visitadas e, consequentemente, as que mais sofrem impactos com a visitação.
A coordenadora-geral do Subcomitê Águas do Gandarela, Maria Teresa Corujo, a Teca, esclarece que Raposos e Rio Acima são áreas consideradas prioritárias para conservação, de acordo com o Plano Diretor da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas.
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O Subcomitê Águas do Gandarela propôs a realização do projeto hidroambiental para estruturar as entradas das unidades de conservação em uma região considerada prioritária para conservação. O projeto foi construído pelos membros do Subcomitê. A ideia é criarmos mecanismos para que o uso já consolidado desses potenciais ecoturísticos seja feito de maneira consciente e que os visitantes contribuam para a preservação do nosso território”,
Maria Teresa Corujo, a Teca, coordenadora-geral do Subcomitê Águas do Gandarela
Teca esclareceu ainda que a Serra do Gandarela tem uma grande beleza paisagística, relevo montanhoso, biodiversidade bem preservada, a segunda maior extensão de Mata Atlântica contínua e maior extensão de campos rupestres sobre cangas ferruginosas de Minas Gerais, além de dezenas de cachoeiras, mais de cem cavidades, sítio paleontológico, flora e fauna muito rica. “É um local de grande relevância que deve ser preservado”, disse.
O chefe do Parque Nacional da Serra do Gandarela, Tarcísio Nunes, representante do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) no Subcomitê Águas do Gandarela, explicou que o ecoturismo acontece na região há mais de 40 anos de forma desorganizada. “O Parque Nacional da Serra do Gandarela foi criado em 2014 e ainda carece de muitas ações estruturantes para o turismo e de educação ambiental. Estamos tratando de um território onde o turismo ocorre desde os anos 1980, muito antes da criação do parque. O interessante desse projeto é que ele conjuga ações de infraestrutura, mobilização e educação ambiental. Assim, vai gerar renda para os municípios e auxiliar na preservação”, comentou.
O projeto Eco Águas pode ser acompanhado pelo Siga Rio das Velhas, no módulo acompanhamento de ações.
No próximo sábado (03) o Eco Águas será apresentado para a comunidade de Raposos. O evento acontecerá na Casa de Gentil (Rua Sergipe, 689 – Várzea do Sitio), às 15h30 e poderá ser acompanhado pelo canal no YouTube da Myr Projetos Sustentáveis, empresa executora do projeto.
Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
Texto: Luiza Baggio
Fotos:Tiago Ciccarini/Myr Projetos Sustentáveis