
Nos dias 20 e 21 de março, a Câmara Municipal de Belo Horizonte foi palco de um importante debate sobre o direito à água e sua relação com a cultura, o meio ambiente e o território. O seminário, promovido pela vereadora Luiza Dulci (PT) em parceria com coletivos e entidades, discutiu temas como abastecimento, saneamento, mudanças climáticas e a preservação das bacias hidrográficas que abastecem a capital mineira e sua região metropolitana.
Um dos destaques do evento foi a participação da geógrafa Márcia Marques, coordenadora do Subcomitê Ribeirão Arrudas e representante do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas), na mesa “Água, mudanças climáticas e ambiente urbano”. Durante sua fala, na manhã do dia 21, Márcia alertou para os impactos negativos do modelo de urbanização adotado em Belo Horizonte, que, segundo ela, tem sido “desastroso” para a preservação dos recursos hídricos. “Temos rios canalizados e cobertos, pavimentação excessiva e áreas verdes cada vez mais escassas. Esse modelo precisa ser repensado urgentemente”, afirmou a geógrafa.
Ela destacou a necessidade de se investir em Soluções Baseadas na Natureza (SBN) para mitigar os impactos das mudanças climáticas e melhorar a qualidade de vida da população. Segundo Márcia, medidas como a recuperação de nascentes, a ampliação de áreas verdes e o fortalecimento de ecossistemas naturais podem reduzir a vulnerabilidade das cidades e trazer benefícios ambientais, econômicos e sociais.
“As cidades precisam se adaptar com urgência, priorizando áreas e populações mais vulneráveis. Com planejamento adequado, as SBN podem reduzir riscos de enchentes, evitar perdas e gerar resiliência para comunidades historicamente desassistidas. Cidades como Nova York, Berlim, Copenhague, Medelin, Curitiba e Fortaleza são exemplos a se seguir na implantação de soluções baseadas na natureza, ”, explicou.
A representante do CBH Rio das Velhas também ressaltou o papel essencial dos ecossistemas íntegros na proteção contra eventos climáticos extremos, como inundações e ondas de calor. “Além de garantir a segurança hídrica, a adoção de soluções baseadas na natureza representa uma oportunidade para o Brasil avançar em uma retomada verde da economia”, completou.
Veja mais fotos:
Mobilização comunitária e próximos passos
Além das discussões teóricas, o seminário promoveu ações práticas no dia 22 de março, com um mutirão no bairro São Geraldo. Moradores e voluntários participaram da limpeza urbana, do plantio de mudas e do cuidado com uma horta comunitária.
Para dar continuidade às discussões e ampliar o diálogo com a sociedade civil, a vereadora Luiza Dulci agendou para o dia 31 de março uma audiência pública na Câmara Municipal. O objetivo é acolher e debater as demandas levantadas durante o evento, visando a implementação de políticas públicas mais eficazes para a gestão da água e a adaptação das cidades às mudanças climáticas.
O seminário reforçou a importância da participação social na construção de um modelo urbano mais sustentável e da urgência de medidas para preservar os recursos hídricos da capital mineira e região.
Assessoria de Comunicação do CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Luiza Baggio
*Fotos: Luiza Baggio