Todo ano, durante a primeira semana de junho, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas), especialmente a partir de seus Subcomitês, promove e apoia uma programação com atividades de educação ambiental e social para comemorar o “Dia Mundial do Meio Ambiente”, celebrado no dia 05 de junho. A Semana do Meio Ambiente possui diversas ações, cada uma voltada a um objetivo específico, porém todas têm o mesmo propósito: aproximar a população de questões relacionadas à preservação dos recursos naturais, a produção de água e o controle de crises climáticas.
Instituída em território nacional em 1981, a Semana do Meio Ambiente tem sido uma oportunidade para que os membros dos Subcomitês organizem com diversos atores trabalhos que tratem de questões que estão latentes no dia a dia, como inundações, queimadas, preservação, fauna, flora e o recurso hídrico. Veja algumas ações realizadas ao longo da bacia do Rio das Velhas:
Alto Rio das Velhas
Muitas são as atividades programadas para toda a região do Alto Rio das Velhas. Em Belo Horizonte, no último sábado (8), membros e mobilizadores do Subcomitê Ribeirão Onça participaram do “16º Deixem o Onça Beber Água Limpa”, evento que busca discutir e colocar em prática ações que limpem e preservem as águas e a região do Ribeirão Onça. Entre as pautas tratadas, os organizadores pediram um novo acesso ao bairro Ribeiro de Abreu, a municipalização da rodovia estadual MG-020, e o início imediato da implantação do Parque Ciliar Comunitário do Ribeirão Onça.
Além disso, alunos e corpo docente das escolas da região fizeram uma visita às margens do ribeirão. A ação foi organizada pelo Conselho Comunitário Unidos pelo Ribeiro de Abreu (COMUPRA) e o movimento “Deixem o Onça Beber Água Limpa”.
Na região do Córrego Bom Jesus, em Contagem, também pertencente à bacia do Ribeirão Onça, no sábado (8), foi realizada a 5ª Romaria da Arquidioceses de Belo Horizonte pela Ecologia Integral. O evento, que é realizado pela Vicariato Episcopal para Ação Social, Política e Ambiental (Veaspam), convidou a comunidade local para caminhar, observar e refletir sobre os impactos locais às margens do córrego. Plantio de mudas de árvores e coleta de lixo também foram feitos. A programação terminou às 12h com um momento ecumênico.
Ainda no mesmo dia (8) e na bacia do Córrego Bom Jesus, o CBH Rio das Velhas promoveu uma visita de campo na região com a Escola Municipal Anne Frank. Membros do Comitê, alunos e professores visitaram o mirante do Confisco, o Projeto Pomar na Rua e o Parque Ecológico da Pampulha.
O biólogo e analista da equipe de Mobilização Social e Educação Ambiental do Subcomitê Ribeirão Onça, Bruno von Sperling, comentou como o colegiado é um espaço importante de fortalecimento entre diversos atores que estão na bacia. “Essas atividades, não foram puxadas especificamente pelos Subcomitês, mas elas são a confluência de atores que também se traduzem nos Subcomitês, que, por sua vez, estão preocupados com a gestão hídrica. (…) Então nesse caso, nós funcionamos como um dos espaços propositivos e de fortalecimento de elos entre esses atores”, explicou Bruno.
Para ele, a visita de campo contribuiu para fortalecer parcerias e pensar novas maneiras de gerir as águas que pertencem à região da Lagoa da Pampulha e, consequentemente, o Ribeirão Onça. “Pudemos observar o quanto a gestão das águas da Pampulha está diretamente relacionada ao território das bacias de seus afluentes, em especial os córregos Ressaca, Sarandi e o Bom Jesus. E relembro, a água não é uma parte do meio ambiente, é um todo”.
Já na Unidade Territorial Estratégica (UTE) Ribeirão Caeté-Sabará, o Subcomitê local participou das ações do projeto de Recomposição Florestal do território, executado pela empresa Probiomas. Durante a quinta-feira (6), oficinas, plantios, blitz ambiental e ações de Educação Ambiental no CEA da AngloGold em Nova Lima foram feitas.
Médio-Alto Rio das Velhas
No Médio-Alto, durante a última quinta-feira (6), membros do Subcomitê Carste junto a alunos, professores e sociedade civil participaram da “1ª Caminhada por uma Lagoa Viva” na cidade de Lagoa Santa. A ação foi organizada pela ONG Lagoa Viva e buscou chamar a atenção das autoridades e lideranças para a preservação da Lagoa de Santo Antônio.
Além dos presentes, alunos das escolas estaduais, E.E. Magno Claret e E.E. Rui Barbosa, se reuniram em volta da lagoa e realizaram um abraço simbólico em volta dela.
Conceição Lima Lopes, do Subcomitê Ribeirão da Mata, falou sobre como a caminhada foi utilizada para iniciar um diálogo com a população local, a fim de criar um sentimento de pertencimento por parte da comunidade e entendimento sobre a revitalização da Lagoa Santo Antônio. “Realizar essa primeira caminhada (…) foi importante para que a comunidade compartilhasse o sentimento de responsabilidade em relação a este recurso hídrico. Que eles tivessem o sentimento de pertencimento. A caminhada abriu ainda um diálogo sobre este tema com os locais, compartilhando com todos a proposta de que já existe um programa de revitalização para a lagoa. Agora vamos dialogar com cada morador para realizar essas ações”, comentou.
Veja mais fotos dos eventos:
Médio-Baixo Rio das Velhas
Na região da Serra do Cipó, o Subcomitê local promoveu e apoiou atividades de educação ambiental, gerenciamento de recursos hídricos e visitas de campo. Nos dias 05 (quarta) e 10 (segunda) de junho, a E.M. Sempre-Viva, com apoio do Subcomitê, realizou atividades envolvendo mudanças climáticas, preservação do recurso hídrico e da natureza, e promoveu uma visita de campo ao Parque Natural Municipal Mata da Tapera, que fica ao lado da escola.
No sábado (8), professores do município Santana do Riacho participaram da capacitação “Enquadramento das águas da Bacia do Rio das Velhas”, promovida pelo Projeto Bandeirinhas. A capacitação foi realizada na Usina Pacífico Mascarenhas.
O coordenador-geral do Subcomitê Rio Cipó e analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Luiz Fernando Loureiro, esteve presente nas atividades e compreende que, para além do formar, o trabalho precisa sensibilizar as pessoas em relação à pauta hídrica. “São professores de todas as áreas e de todas as idades. A capacitação, portanto, precisou sensibilizá-los sobre a importância da preservação da água. A capacitação também recebeu várias entidades, vários órgãos públicos, como o ICMBio, a EMATER e prefeituras. Então, acaba que não é só uma formação, uma sensibilização dos professores, mas também é uma sensibilização dos órgãos da administração pública”, explicou.
Leonardo Ribeiro, analista do Subcomitê Rio Cipó, entende que a capacitação impactará diretamente no território. “No caso específico do projeto Bandeirinhas, é mais interessante ainda, porque tivemos a oportunidade de levar um assunto que está em voga nos Subcomitês, que está no próprio CBH Rio das Velhas, que é o enquadramento das águas. Mais de 60 professores puderam aprender e entender o que é o enquadramento, a importância de ele ser bem-feito e em que que isso implicará para o território” comentou Ribeiro.
O enquadramento é um recurso que classifica os corpos de água de uma bacia em classes. Esse instrumento tem como objetivo assegurar a qualidade das águas compatível com os usos, além de diminuir os custos de combate à poluição das águas.
Na quarta-feira (5), na E.E. Irmã Clarentina, em Curvelo, membros do Subcomitê Santo Antônio-Maquiné ministraram palestras sobre a importância dos recursos hídricos e apresentaram as funções que o CBH Rio das Velhas realiza na gestão desses corpos d’água.
A assessora de meio ambiente da prefeitura de Santo Hipólito e conselheira do Subcomitês Rio Pardo e do Rio Paraúna, Debora Alves, viu na Semana do Meio Ambiente a oportunidade para que alunos aprendessem sobre a bacia do Rio das Velhas. “Esse tipo de ação é muito importante, pois, assim, as crianças aprendem sobre os cuidados que temos que ter com o rio e com todo o meio ambiente. Além disso, a exposição trouxe um vasto conhecimento. Elas puderam conhecer mais sobre a região, na qual a nossa cidade está inserida, e também sobre o principal rio que banha o município, o Rio das Velhas”.
Já nas UTEs Ribeirão Tabocas e Onça e Rio Pardo, foi promovida a exposição educativa “Velhas, Eu Faço Parte”. A E.M. Adélia Moreira Rocha, em Santo Hipólito, recebeu os totens informativos e educativos durante toda a última sexta-feira (7). Já na UTE Ribeirão Tabocas e Onça, a exposição ficará em Cordisburgo, na Gruta do Maquiné, entre os dias 11 e 21 de junho.
Baixo Rio das Velhas
No Baixo, a partir do Subcomitê Rio Curimataí, a programação ocorreu durante três dias em localidades diferentes. A exposição itinerante “Velhas, Eu Faço Parte”, na terça-feira (4), passou pelo município Augusto de Lima, na E.M. Profª. Laura Martins. Já na quarta-feira (5), Joaquim Felício recebeu a exposição na E.M. Profª. Odilia da Costa.
Para finalizar, na quinta feira (6), o município de Buenópolis recebeu a exposição, no Parque Estadual Serra do Cabral, e palestras sobre o meio ambiente, com plantio de árvores nativas, no Instituto Raio de Sol.
A analista ambiental no território, Irene Rodrigues, analisa e reflete a importância de haver ações como essa, não só no território onde atua, mas também na bacia do Rio das Velhas como um todo. “A Semana do Meio Ambiente é um momento na qual ressaltamos a necessidade de falar e pensar mais as questões ambientais, de reunir parcerias, de fazer trabalhos com as escolas, com as comunidades, de apresentar e desenvolver ações, de fazer encaminhamentos, de falar de temas que são relevantes, temas que são atuais e que todos estão falando neste momento. Então, você tem uma notoriedade quando traz atividades para dentro da Semana do Meio Ambiente, principalmente quando você trabalha com as escolas. E, claro, os parceiros têm a oportunidade de demonstrar o que estão fazendo. Isso faz toda a diferença para a região e para o Rio das Velhas”, finalizou.
Assessoria de Comunicação do CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: João Alves
*Fotos: Divulgação