O último dia do 13º Encontro de Subcomitês do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas), realizado nesta sexta-feira (28), em Belo Horizonte, foi marcado por uma experiência lúdica e colaborativa que conectou os participantes ao tema central do evento: a Educação Ambiental como ferramenta de transformação. A vivência “AkauANA: um jogo de conexão com as águas”, conduzida por Jane Fontana, da Coordenação de Capacitação da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), encerrou o encontro reforçando a importância da aprendizagem compartilhada na gestão dos recursos hídricos.
Uma jornada colaborativa pelo território das águas
Criado pela ANA em parceria com a Unesco, o AkauANA é um jogo educativo baseado na Pedagogia da Cooperação e conduzido por uma narrativa mítica que provoca os jogadores a ampliar seus conhecimentos sobre a bacia hidrográfica em que vivem. Ao longo das jogadas, times constroem um mural — uma espécie de tabuleiro em evolução — no qual registram descobertas, desafios e percepções sobre sua relação com o território.
Durante a vivência, os representantes dos Subcomitês puderam experimentar algumas etapas do jogo e refletir sobre como a metodologia pode ser aplicada em suas ações locais de Educação Ambiental, seja em escolas ou em iniciativas comunitárias.
Segundo Jane Fontana, o AkauANA mobiliza uma série de habilidades essenciais para a participação social na gestão das águas. “Esse é um jogo educativo que estimula o conhecimento coletivamente, colaborativamente, estimula pesquisa e tem uma pegada lúdica com uma narrativa mítica. É voltado para a educação formal, para trazer os estudantes para o contexto da gestão das águas.”
Ela destacou também o potencial transformador do trabalho conjunto entre Comitês de bacia e instituições de ensino: “Me sinto muito grata e honrada por participar de um Encontro de Subcomitês […] que trouxe como tema central a Educação Ambiental. Eu acredito muito nessa parceria possível dos Comitês com as instituições promotoras da educação formal, como também no empoderamento dos comitês como agentes educadores. A educação é para transformar a realidade, para empoderar as pessoas. Quando a gente investe na educação, a gente está investindo num resultado melhor para todo mundo.”
O jogo, originalmente pensado para o Ensino Médio, pode ser aplicado ao longo de um semestre ou ano letivo, funcionando como disciplina optativa no novo ensino médio.
“O AkauANA é uma ferramenta educativa concebida para ser utilizada, inclusive, como disciplina optativa […] devido à sua natureza de jogo de longo prazo. Requer intervalos entre as jogadas, pois os estudantes recebem desafios e missões que demandam tempo para serem cumpridos.”
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Percepções dos Subcomitês: união, pertencimento e gestão compartilhada
Para muitos participantes, a vivência evidenciou a importância do trabalho coletivo para enfrentar os desafios da gestão hídrica na bacia. É o caso de Filipe Morgan, um dos coordenadores do Subcomitê Rio Itabirito. “O AkauANA mostrou que é um jogo muito interessante, que dá para a gente usar com crianças, com adultos, que traz informação, comprometimento, união — que é o que a gente precisa na gestão das águas, pensando na estrutura tripartite do Comitê. […] Só junto que a gente consegue chegar no resultado que a gente precisa – e o AkauANA mostra isso muito claro.”
Ao final da programação, representantes dos Subcomitês reforçaram que os três dias de atividades consolidaram um espaço de construção coletiva, troca de experiências e fortalecimento do papel da Educação Ambiental na revitalização do Rio das Velhas.
Para Álvaro Gomes, coordenador do Subcomitê Guaicuí, o Encontro ampliou a compreensão sobre as diferentes realidades da bacia. “Foi um Encontro muito interessante porque, apesar de cada um ser de uma realidade diferente, tivemos a oportunidade de aprender novas formas de trabalhar a Educação Ambiental […] pela visão e experiência do outro. São técnicas que a gente pode adaptar à realidade do nosso território para poder trabalhar a Educação Ambiental.”
A conselheira Caroline Craveiro, dos Subcomitês Ribeirão Arrudas, Ribeirão Onça e Ribeirão Caeté-Sabará, avaliou positivamente o evento e ressaltou que o Encontro projeta o trabalho dos Subcomitês para o ano que vem. “Considero que todo Encontro é relevante, especialmente com um tema tão fundamental na gestão das águas. Este foi um Encontro enriquecedor, com diversas trocas entre os representantes dos Subcomitês presentes. Foi estabelecida uma agenda para futuros encontros, visando aprofundar os temas discutidos.”
Ela também destacou que o evento delineou caminhos e prioridades para 2026. “O Encontro apresentou itens, temas e linhas de trabalho para serem debatidos, implementados e desenvolvidos ao longo de 2026. Conseguimos vislumbrar e criar perspectivas para o trabalho dos Subcomitês no próximo ano, no que diz respeito à Educação Ambiental e sua articulação com as demais áreas de atuação.”
Encerramento com inspiração e novos compromissos
Com a vivência do AkauANA, o 13º Encontro de Subcomitês se encerrou reafirmando seu propósito: fortalecer a participação social, ampliar o diálogo territorial e impulsionar iniciativas de Educação Ambiental na bacia do Rio das Velhas. A experiência lúdica e colaborativa reforçou que a revitalização das águas depende, sobretudo, de aprendizado contínuo, união entre setores e do sentimento de pertencimento que move cada território.
Assessoria de Comunicação do CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Luiz Ribeiro
*Fotos: Leo Boi
