Revista Rio das Velhas 01: As nascentes urbanas e sua valorização

06/04/2015 - 14:49

Projeto mapeia e cadastra nascentes urbanas na Região Metropolitana de Belo Horizonte

Texto: Renato Crispiniano
Foto: Michelle Parron

No meio urbano é raro encontrar alguém que de fato se preocupe com as nascentes ou imagine que elas existam dentro das cidades. As paisagens urbanas muitas vezes impedem que as pessoas as enxerguem e compreendam o quanto são importantes para a sobrevivência dos rios. Ao contrário do que se pensa, elas são muitas e estão espalhadas por diversas partes da Região Metropolitana. Belo Horizonte possui ínumeros córregos e ribeirões. Pensando nesse processo de preservação, valorização e recuperação das nascentes, córregos e rios, foi criado pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas, o projeto hidroambiental: “Valorização das Nascentes Urbanas das Bacias dos Ribeirões Arrudas e Onça”.

Realizado com apoio dos Subcomitês Arrudas e Onça e posteriormente incorporado pelo CBH Rio das Velhas, o projeto foi viabilizado por recursos obtidos com a cobrança pelo uso da água na bacia, o que possibilitou o levantamento das áreas com maior concentração de nascentes nas duas bacias.

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Nascentes cuidadas por Ernesto Soares (Seu Nonô) – Sub Bacia do Córrego Navio-Baleia – Unidade Territorial Estratégica: UTE Ribeirão Arrudas – Cidade: Belo Horizonte/MG

O trabalho consistiu no cadastramento das nascentes existentes ao longo dos ribeirões e seus afluentes, na sensibilização e mobilização da comunidade e na identificação das pessoas, que tentam de alguma forma, proteger esses olhos d’água. O estudo mostrou ainda que as pessoas que cuidam das nascentes são mais que zeladores, possuem um sentimento de pertencimento e adesão voluntária em busca de um bem comum: a preservação do meio ambiente.

No desenvolvimento do projeto, as nascentes foram mapeadas e foi elaborado um diagnóstico das suas principais características. No total foram cadastradas 183 nascentes na Bacia do Ribeirão Arrudas e 162 na Bacia do Ribeirão do Onça. Dessas, 60 foram selecionadas para receber o plano de ação para sua revitalização. Além do cadastramento dos cuidadores, houve um intenso trabalho de sensibilização, educação ambiental e comunicação junto às comunidades.

Para o Comitê, o envolvimento da população foi condição essencial para o êxito do projeto e para a integralidade de ações especificas em sua implantação e continuidade.

Finalista do prêmio ANA 2014

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José Procópio de Castro (coordenador do Subcomitê Ribeirão da Mata); Cecília Rute de Andrade (Câmara Técnica de Outorga e Cobrança – CTOC);  Ênio Resende de Souza (Vice-presidente CBH Rio das Velhas); e Maria Zeferino (Subcomitê Ribeirão do Onça).

O projeto “Nascentes Urbanas” foi um dos três finalistas, na categoria ‘Organismo de Bacia’, e foi homenageado com ‘Menção Honrosa’ pela proposta do trabalho.

O Prêmio ANA (Agência Nacional de Águas) é a maior premiação do Brasil quando o tema é água e em 2014, recebeu o recorde de 452 inscrições. O evento aconteceu no auditório da Caixa Cultural em Brasília, quando foram anunciados os trabalhos vencedores nas categorias: Empresas; Ensino; Governo; Imprensa; ONG; Organismos de Bacia; e Pesquisa e Inovação Tecnológica.

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Cecília Rute (Subcomitê Arrudas)em visita às Nascentes no Parque Ecológico do Eldorado – Sub Bacia do Córrego Ferrugem – Unidade Territorial Estratégica: UTE Ribeirão Arrudas – Cidade: Contagem/MG

 

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