Copasa apresenta recuperação de barragens abandonadas em Rio Acima

06/05/2021 - 20:01

As barragens, com rejeitos químicos altamente tóxicos da exploração de ouro, abandonadas pela empresa Mundo Mineração estão sendo descomissionadas pela Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais). A ação foi apresentada aos membros do Grupo de Trabalho (GT) Barragens do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas), em reunião realizada no dia 05 de maio, por videoconferência.

As barragens 1 e 2 da Mina Engenho, localizadas em Rio Acima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foram abandonadas em 2011. As estruturas são as únicas do país na lista da Agência Nacional de Mineração (ANM) com classificação A, ou seja, risco alto e elevado potencial de dano. Elas ficam na zona rural da cidade, a cerca de 40 quilômetros de Belo Horizonte. No caminho, está o Rio das Velhas, umas das principais fontes de abastecimento de água da Região Metropolitana.

Uma das barragens armazenava rejeitos sólidos com 600 mil m³ e a outra com rejeito líquido tinha 80 mil m³. “A Copasa esvaziou a barragem de rejeito líquido, tratou o material em uma ETA [Estação de Tratamento de Água] móvel que foi instalada na região. Depois de tratado, o efluente foi lançado em um córrego afluente do Rio das Velhas, já sem nenhum contaminante”, afirmou o conselheiro do CBH Rio das Velhas, representante da Copasa, Nelson Guimarães.

Já com o rejeito sólido foi feito um envelopamento e retirado o contato do mesmo com o solo. “A Copasa adquiriu novas mantas, que foram instaladas e, em cima desse envelope de geotêxtil, envelopamos parte dos rejeitos sólidos. A segunda etapa será a obra para realizar o canal de drenagem que foi licitado recentemente. Para finalizar faremos a revegetação”, explicou Nelson Guimarães.

A Copasa informa que as estruturas não representam mais nenhum risco de rompimento e contaminação para a bacia do Rio das Velhas.

Descaracterização dique auxiliar Mina Águas Claras

A mineradora Vale apresentou na reunião do GT Barragens do CBH Rio das Velhas a descaracterização do dique auxiliar da barragem B5, na Mina Águas Claras, em Nova Lima. A obra teve início essa semana e, com isso, a estrutura construída pelo método a montante deixa de exercer a função de barragem. Antes desta etapa, será implantada uma estrutura de contenção, cuja finalidade é reter os rejeitos na hipótese de haver ruptura do dique auxiliar.

O gerente de implantação de projetos da Vale, Marcel Pacheco, explicou que na construção será utilizada a técnica de gabião (malhas de fios de aço preenchidas com pedras). “A previsão é concluir a obra no final deste ano e iniciar o processo de descaracterização do dique auxiliar em abril de 2022.Os estudos para implantação da contenção demonstraram que a obra não interfere na condição de estabilidade da barragem B5, que está inativa desde 2000 e passa por auditoria periodicamente, conforme estabelece a legislação”, disse.

As estruturas da Mina Águas Claras são monitoradas 24 horas no Centro de Monitoramento Geotécnico (CMG). O dique auxiliar também possui uma estação total robótica, que é capaz de detectar movimentações na estrutura, com inspeções diárias e leitura dos instrumentos semanalmente.

Novo coordenador do GT de Barragens

Os membros do GT Barragens elegeram como novo coordenador do grupo o conselheiro representante da sociedade civil, Valter Vilela.

O grupo era coordenado pelo então secretário-adjunto do CBH Rio das Velhas, o representante da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado Minas Gerais (Emater/MG), Ênio Resende, que se aposentou em março deste ano.

 

Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Luiza Baggio
*Foto destaque: Obras da Copasa na Mundo Mineração