Lagoa de Santo Antônio, em Pedro Leopoldo, terá estudos para revitalização

17/03/2021 - 9:55

Uma antiga reivindicação dos moradores de Pedro Leopoldo, localizado na região do Médio Alto Rio das Velhas, está próxima de ser atendida: a revitalização da Lagoa de Santo Antônio. O cercamento da Lagoa foi realizado no início de março e foi a primeira ação para dar início ao estudo que objetiva sua revitalização e proteção.

A ação é fruto de uma articulação entre os Subcomitês Ribeirão da Mata e Carste, pertencentes ao Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas), juntamente com o Instituto Guaicuy, Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais), ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), ONG Lagoa Viva, Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Prefeitura de Pedro Leopoldo.

O secretário de Meio Ambiente do município, Mauro Lobato, esclarece sobre a situação da Lagoa de Santo Antônio. “Observamos nos últimos meses um aumento na proliferação de espécies vegetais venenosas, lixo e da ocupação irregular na área, o que acaba prejudicando o ambiente e, consequentemente, quem mora e frequenta a região da lagoa. Estamos elaborando um plano de trabalho para a revitalização da Lagoa de Santo Antônio, em conjunto com todos os parceiros, que será dividido em quatro etapas: estudos técnicos, elaboração e apresentação do projeto de revitalização, apreciação da comunidade local e contribuições e, por fim, a execução das ações propostas”, afirmou.

A revitalização da Lagoa Santo Antônio será custeada com recursos provenientes de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre o Conselho de Meio Ambiente (COMAM) de Pedro Leopoldo e um empreendimento da região, como condicionante ambiental.

Uma das integrantes da ONG Lagoa Viva e membro dos Subcomitês Ribeirão da Mata e Carste, Conceição Lima Lopes, comentou que a revitalização da Lagoa de Santo Antônio é de grande relevância para o município. “A data é histórica e de grande valor para nós moradores de Pedro Leopoldo. A esperança de uma lagoa que todos nós possamos ter orgulho está acontecendo. Precisamos zelar, preservar e cuidar do nosso patrimônio”, disse.

Conceição Lima esclareceu ainda que um dos grandes problemas relacionados à Lagoa de Santo Antônio é a falta de estudos científicos das águas que a alimentam. “A lagoa se encontra em uma região cárstica e, para revitalizá-la, precisamos saber o que pode e o que não pode ser feito. Sabe-se que o Carste de Lagoa Santa é uma região que apresenta características físicas e uma geomorfologia típica e diversificada. Por isso, a necessidade de um estudo para a sua revitalização”, acrescentou.

A ONG Lagoa Viva foi criada em 2012 e luta pela revitalização da lagoa. “Já avançamos em alguns aspectos pela revitalização da lagoa como, por exemplo, o saneamento básico com a construção da ETE [Estação de Tratamento de Esgoto] de Pedro Leopoldo. Lutamos por qualidade de vida e saúde da população associada a uma lagoa bonita e com margens recuperadas. A Lagoa de Santo Antônio mais do um cartão postal possui características que a colocam como um patrimônio da humanidade”, explicou.

A Lagoa de Santo Antônio

A Lagoa de Santo Antônio é uma lagoa cárstica de fundo de dolina, localizada na Área de Preservação Ambiental (APA) Carste a menos de 5 km do Parque Estadual do Sumidouro e tem um longo histórico de degradação: três minerações no seu entorno com detonações diárias, uma estrada asfaltada que corta o seu meio, barramento do seu sumidouro e histórico de contaminação de algas cianofíceas, além de grande adensamento de seu entorno.

Como toda lagoa de característica cárstica ela possui grande variação de seu volume hídrico, estando quase seca em determinada época e apresenta inundações em outras, tem também alto coeficiente de risco de contaminação. Por estar situada no fundo de dolina todo lixo e resíduos de materiais de construção e de assoreamento provocado pelo carreamento das águas pluviais e agravado pelo modelo de urbanização do entorno vai acabar dentro da lagoa.

A Lagoa de Santo Antônio foi palco do Projeto Rede Asas do Carste realizado pelo CBH Rio das Velhas. O objetivo principal do projeto foi envolver as escolas na proteção e preservação do meio ambiente e fazer com que os alunos se sintam conhecedores e participantes na construção e conscientização das mudanças ocorridas no local em que vivem. Além da Lagoa de Santo Antônio, também fizeram parte do projeto as lagoas cársticas, situadas nos municípios de Lagoa Santa (Lagoa Central e margem do Rio das Velhas), Confins (Lagoa Vargem Bonita), Pedro Leopoldo (Sumidouro), Matozinhos (Lagoa Fluminense), Funilândia (Lagoa d’Fora) e Prudente de Morais (Lagoa do Cercado).


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Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Luiza Baggio
*Fotos: Paulo Vilela