Todas as atenções do mundo estão voltadas para a luta contra o novo coronavírus (Covid-19) e um cuidado de higiene é fundamental para evitar pegar a doença e propagar o vírus: lavar corretamente as mãos com água e sabão.
Lavar as mãos é ato reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um dos principais instrumentos contra epidemias. Dados mostram que o hábito pode reduzir em até 40% a contaminação por vírus e bactérias que causam doenças como gripes, resfriados, conjuntivites e viroses.
No entanto, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), 40% da população mundial, ou 3 bilhões de pessoas, não têm lavatório com água e sabão em casa e quase três quartos das pessoas nos países menos desenvolvidos não têm instalações básicas para lavar as mãos em suas residências.
O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas), Marcus Vinícius Polignano, é médico e professor da UFMG com mestrado em Epidemiologia e doutorado em Pediatria Social. Ele chama atenção para a importância de preservarmos as águas em quantidade e qualidade. “Vivemos um momento de crise na saúde mundial e a higiene das mãos com água e sabão tem se mostrado o principal combate contra o coronavírus. Mais uma vez, é importante conscientizar as pessoas sobre a importância de termos água em quantidade e qualidade na luta contra o vírus e para mantermos nossas vidas”.
Marcus Vinícius Polignano, presidente do CBH Rio das Velhas
Melhorar, em qualidade e quantidade, as águas do Rio das Velhas é um dos principais objetivos do Comitê que realiza a gestão descentralizada e participativa dos recursos hídricos da bacia, na perspectiva de proteger seus mananciais e contribuir para o seu desenvolvimento sustentável. Diante disso, por meio dos recursos arrecadados com a Cobrança Pelo Uso da Água, desde 2011 até 2019, o Comitê já investiu mais de R$ 42 milhões com a contratação de projetos e estudos, visando melhorias na bacia.
Cuidados com o coronavírus ao retornar para casa
Alguns cuidados extras são importantes para evitar a contaminação e a transmissão do vírus, sobretudo ao retornar para casa, seja para quem trabalha ou para quem precisou fazer compras. Confira 10 dicas de cuidados essenciais ao retornar para casa:
1 – Tire as roupas e calçados no quintal (deixe sempre uma muda de roupa pronta ao sair);
2 – Se precisar trazer as roupas para dentro, coloque-as em um saco plástico;
3 – Se possível, lave as mãos na área externa da casa;
4 – Se não puder lavar as mãos antes de entrar, evite tocar nas coisas antes de lavar as mãos;
5 – Não cumprimente crianças, cônjuges ou outras pessoas que morem na casa antes de trocar de roupa e lavar as mãos;
6 – Se possível, tome banho assim que chegar;
7 – Desinfete celular, chaves e cartões bancários com álcool a 70%;
8 – Mochilas e bolsas de uso diário devem ficar em uma caixa, na área externa da casa;
9 – Limpe as embalagens que trouxe com solução de água sanitária (20 ml para cada 1 litro de água);
10 – Lave alimentos com água e sabão e os deixe 10 minutos imersos em solução de água sanitária (20 ml para cada 1 litro de água).
Confira o vídeo do Instituto Butantan que orienta sobre a forma correta de lavar as mãos e prevenir contaminação.
Quarentena causa melhoria na qualidade do ar na China e Itália
A pandemia de coronavírus tem causado efeitos inesperados no meio ambiente. A emissão de poluentes despencou conforme os países fecham fábricas, lojas e escolas e tiram meios de transporte das ruas. Em países paralisados pelo coronavírus, a população respira melhor graças à redução da poluição do ar, mesmo que ainda seja muito cedo para medir os efeitos a longo prazo.
Cientistas ponderam que não há motivo para comemoração, pois temem que a população acredite que a preservação ambiental só é possível diante de uma crise sanitária e econômica. No entanto, esperam que, quando a situação voltar ao normal, os governos percebam a importância de investir em sustentabilidade.
Na China, a liberação de dióxido de nitrogênio (NO2), um gás poluente, despencou 25% entre janeiro e fevereiro, quando mais de 40 milhões de pessoas cumpriam quarentena. A produção industrial foi paralisada em muitas regiões do país. No dia 04 de março, a NASA (Agência Espacial dos Estados Unidos) divulgou imagens de um satélite que flagrou como a presença de dióxido de nitrogênio, um gás poluente, praticamente desapareceu sobre a nação.
A Itália, também registrou mudanças em sua paisagem. As águas turvas dos canais de Veneza geralmente cheios de turistas em gondolas e outros barcos agora estão cristalinas. Segundo a Agência Reuters, é possível ver pequenos peixes prateados nadando no fundo dos canais. Em cidades como Milão, as emissões de NO2 também caíram, diminuindo cerca de 40% em semanas.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, durante coletiva de imprensa virtual sobre a pandemia de COVID-19, afirmou que a redução das emissões de gases poluentes durante alguns meses não devem ser superestimadas. De acordo com ele, o novo coronavírus deve ser temporário, enquanto as alterações climáticas vão manter-se por décadas, requerendo uma ação constante. “Mas, ao gerenciar essa crise, também temos uma oportunidade única. Feita corretamente, podemos orientar a recuperação em direção a um caminho mais sustentável e inclusivo”, afirma.
As mudanças climáticas são um problema grave que diz respeito à água. Especialistas preveem a diminuição dos recursos hídricos que irão sentir os impactos decorrentes das alterações climáticas.
“Nossos rios estão contaminados por esgotos domésticos, industriais, resíduos de minerações agrotóxicos, poluentes químicos e outros. Estamos transformando rios vivos em rios sem peixes, sem biodiversidade, sem possibilidade de uso: em rios mortos. Volto a dizer que a água é um bem comum, essencial à vida planetária, um direito de todos”, finalizou Polignano.
Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto : Luiza Baggio