O município de Jequitibá possui uma das maiores diversidades culturais do país. Tida como a capital mineira do folclore, a ostentação do título se deve à forma com que tais manifestações surgiram nesta pequena cidade do Médio Rio das Velhas.

No passado, Jequitibá foi um importante porto onde atracavam os vapores, nos tempos antigos das tropas. Por ali passavam todos os que vinham do sertão de Minas Gerais, margeando o Rio das Velhas. Gente de todo o Nordeste, da Bahia em especial, que deixou pelo caminho cultura e tradição.

A alcunha de capital mineira do folclore tem suas razões: Jequitibá conta com mais de 15 grupos folclóricos que preservam inúmeras manifestações populares e se destaca por preservar o batuque de viola, único no Brasil. A cultura local reúne ainda a arte popular das Pastorinhas, do Congado, das Cantigas de Roda, das Ladainhas, das Quadrilhas Folclóricas e de várias outras danças e folias.

O movimento de preservação da cultura popular de Jequitibá começou na década de 1980, por iniciativa do advogado Geraldo Inocêncio de Sousa, grande amante e incentivador das tradições folclóricas. Em 1988, ao ser convidado para participar como festeiro da principal celebração católica da cidade, a festa do Santíssimo Sacramento, o Padroeiro de Jequitibá, Inocêncio propôs que os grupos folclóricos do município participassem também da comemoração. A ideia foi aceita e, naquele ano, dez grupos se apresentaram. Era o início do Festival do Folclore, que esse ano chega a sua 30ª edição.

Na área urbana da cidade, há a Igreja do Santíssimo Sacramento, tombada pelo patrimônio histórico, com altar atribuído a Aleijadinho.

Já a área rural de Jequitibá guarda, escondidos, interessantes registros históricos. Em um platô nas margens do Rio das Velhas existiu um antigo aldeamento indígena que nunca foi estudado cientificamente. Sempre que o terreno é arado para o plantio, surgem da terra cacos de cerâmica e instrumentos de pedra polida, como machados, cuias e bastões.

8º Encontro de Subcomitês

Com o tema ‘O Território Que Eu Cuido’, o 8º Encontro de Subcomitês do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas) acontece, esse ano, entre 06 e 08 de setembro, com uma programação especial conjunta com o 30° Festival de Folclore de Jequitibá. “Serão momentos de trocas de experiências entre os Subcomitês, abarcando desafios e perspectivas da gestão em cada território e de ouvir os povos tradicionais da bacia. Tudo isso em consonância com as diversas manifestações culturais da América”, definiu a anfitriã do evento, Poliana Valgas, secretária de meio ambiente de Jequitibá e secretária-adjunta do Comitê.

Ainda segundo ela, o grande diferencial do Encontro de Subcomitês deste ano será justamente a junção entre meio ambiente e cultura. “Jequitibá torna-se um palco de discussões sobre cultura, arte e sustentabilidade ambiental da bacia. Tudo está preparado com muito carinho e zelo para que possamos ter momentos produtivos aqui. Aguardamos todos na certeza que arte, cultura e meio ambiente são indissociáveis”.

O 8° Encontro de Subcomitês terá início amanhã (6), a partir das 17h, com a abertura oficial pelas instituições parceiras, apresentação da programação e orientações sobre o evento e uma dinâmica de apresentação dos participantes.

Confira a programação completa dos três dias de evento.

O Encontro de Subcomitês tem o objetivo de reunir os representantes das sub-bacias do Rio das Velhas para aprimorar os processos da gestão participativa, trocar experiências sobre os projetos hidroambientais e discutir ações que acontecem nos territórios da bacia hidrográfica.

Confira as fotos de Jequitibá e seu Festival de Folclore: