CBH Rio das Velhas e IEF articulam ações para implantar corredores ecológicos

30/05/2022 - 14:15

Com o objetivo de dialogar sobre a implantação de corredores ecológicos, a presidenta do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas), Poliana Valgas, e o vice, Renato Júnio Constâncio, se reuniram com diretores do Instituto Estadual de Florestas (IEF), no dia 26 de maio, de forma virtual. As ações do Comitê em benefício das Unidades de Conservação foram apresentadas ao diretor de Unidades de Conservação, Breno Esteves Lasmar, e ao diretor de Conservação e Recuperação de Ecossistema, Cezar Augusto Fonseca e Cruz.


“O nosso objetivo é dar ciência e colocar os estudos realizados pelo CBH Rio das Velhas à disposição do Estado. Sonhamos com o dia em que essas Unidades de Conservação [UC] se consolidem e, por isso, apresentamos os nossos estudos ao IEF para verificar a viabilidade de implantação, principalmente dos corredores ecológicos”, disse Poliana Valgas na abertura da reunião.

O CBH Rio das Velhas já finalizou o estudo de diagnóstico para a criação da Área de Preservação Ambiental (APA) Municipal Pedra Rachada (UTE Caeté-Sabará), o Plano de Manejo das APAs Municipais Cachoeira da Lajinha (UTE Ribeirão da Mata) e Morro da Garça (UTE Rio Bicudo) e estudos de mapeamento e criação de áreas de conectividade na bacia do Rio Taquaraçu.

O Comitê ainda executa o mapeamento dos corredores ecológicos do Sistema de Áreas Protegidas (SAP) vetor Norte no âmbito das UTEs Carste e Ribeirão da Mata e tem mais dois Planos de Manejo em fase de contratação: o do Parque Estadual da Serra do Sobrado (UTE Ribeirão da Mata) e da APA Municipal Andrequicé e Refúgio de Vidas Silvestres Macaúbas.

O integrante do CBH Rio das Velhas, José de Castro Procópio, destacou que a maior dificuldade é a mobilização dos proprietários rurais. “A preservação da mata nativa em áreas localizadas dentro dos corredores ecológicos é de suma importância para a produção de água na bacia do Rio das Velhas. O grande problema para implantar os corredores ecológicos é a aceitação dos produtores rurais. Por isso, precisamos definir a política que poderá ser aplicada para aumentar a adesão dos proprietários, como por exemplo o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA)”, explicou.

Corredores ecológicos são áreas que unem os fragmentos florestais ou unidades de conservação separados por interferência humana. São áreas que permitem o livre deslocamento de animais, a dispersão de sementes e o aumento da cobertura vegetal e reduzem os efeitos da fragmentação dos ecossistemas ao promover a ligação entre diferentes áreas e permitir o fluxo gênico entre as espécies da fauna e flora. Esse trânsito concilia a conservação da biodiversidade e o desenvolvimento ambiental na região.

O diretor de Unidades de Conservação do IEF, Breno Esteves Lasmar, afirmou que o Instituto e o Comitê podem construir uma iniciativa conjunta. “Temos ações que estão sendo desenvolvidas no âmbito do IEF e que podemos casar pretensões para trabalhar de forma conjunta. O importante é iniciar a construção até mesmo para que se possa definir uma agenda para os próximos anos”, afirmou.

Para dar continuidade, será criado um grupo de trabalho para definir planos de ações e cronograma de execução com base nos estudos do CBH Rio das Velhas de criação dos corredores ecológicos.


Implantação de Corredores Ecológicos foi tema de reunião entre diretoria do CBH Rio das Velhas e IEF


Regularização Ambiental

Durante a reunião, o diretor de Conservação e Recuperação de Ecossistema do IEF, Cezar Cruz, apresentou o Programa de Regularização Ambiental (PRA). “O Programa busca acelerar a recuperação ambiental de áreas de vegetação nativa desmatadas, além de criar bases para uma economia voltada para a restauração de áreas verdes. O instrumento, que é uma forma de regularização ambiental de imóveis rurais no Brasil, foi instituído pelo Código Florestal Federal e traz benefícios para proprietários que se comprometerem a recuperar áreas degradadas, como a extinção de sanções administrativas e criminais, condicionada à recuperação ambiental”.

O PRA compreende o conjunto de ações ou iniciativas, a serem desenvolvidas por proprietários e possuidores rurais, que vão no sentido de adequar e promover a regularização ambiental. Para a adesão ao PRA e, consequentemente, realizar a regularização do imóvel, se faz necessária a inscrição do imóvel rural no CAR obrigatoriamente. No alvo do decreto do PRA estão três tipos de áreas, previstas no Código Florestal: reserva legal, áreas de uso restrito e as Áreas de Preservação Permanente.


Assessoria de Comunicação do CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
Texto: Luiza Baggio
Foto: Lucas Nishimoto