Chuva ainda deve tardar e pode ficar abaixo da média até dezembro

20/09/2024 - 15:05

Reunidos na última quinta-feira (19), os integrantes do Grupo Gestor de Vazão do Alto Rio das Velhas (Convazão) assistiram à apresentação das previsões climáticas para o período que vai até fevereiro de 2025, conduzida pelo especialista da Cemig (Companhia energética de Minas Gerais) e mestre em Meteorologia, Arthur de Paiva.


O colegiado, liderado pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas), acompanha com lupa a vazão do rio em seu alto curso para assegurar, principalmente em épocas de forte estiagem, como a atual, que não seja comprometido o abastecimento da capital mineira e da Região Metropolitana.

Segundo Paiva, setembro deve registrar chuvas isoladas em algumas regiões do Estado, incluindo tempestades, mas até o final do mês a expectativa segue fraca. Espera-se boa pluviometria para o início de outubro, com aguaceiro abaixo da média em novembro e dezembro e índices bem acima para os dois primeiros meses de 2025.

Quanto às temperaturas, o meteorologista aponta que volta a esquentar a partir deste domingo ou segunda, à média de um grau por dia. Ciclos de subida e descida dos termômetros podem, então, passar a se alternar a cada quatro ou cinco dias. À medida que a chuva mostre a cara, a tendência é o calor ficar, conservado pela umidade.

“Estamos na neutralidade entre El Niño e La Niña”, explica, “e La Niña só deve atuar a partir de dezembro, mesmo assim em baixa intensidade”, afastando a possibilidade de um verão marcadamente ameno.



Vazão baixa

No dia da reunião, o monitoramento remoto pela plataforma Ecosistemas apontava, às 8h45 em Rio Acima, a montante da captação da Estação de Tratamento de Água (ETA) Bela Fama, da Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais), vazão de apenas 10,76 m3/s, informou Patrícia Gaspar, do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM).

Um dia antes, a Copasa retirara do rio 8,19 m3/s, enquanto a outorga para Bela Fama determina que a vazão residual mínima seja de 3,04 m³/s. Isso quer dizer que, sem o auxílio do Sistema Rio de Peixe, operado pela AngloGold Ashanti, que tem aportado até 2,8 m3/s ao volume que chega à ETA, a escassez crítica já estaria atingindo os milhões de habitantes de BH e região.

De acordo com Weider de Oliveira, representante da mineradora, “os níveis dos reservatórios vêm caindo bastante”. “Continuando a liberar essa quantidade e ainda sem chuva, conseguiremos mantê-la até o final de outubro”, calcula.

Para seguir marcando o tema bem de perto, o Convazão volta a se reunir em 4 de outubro.


Assessoria de Comunicação do CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Paulo Barcala
*Foto: Bianca Aun