O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas), com apoio do Subcomitê Guaicuí e Agência Peixe Vivo, realizou, na última quarta-feira (06), em Várzea da Palma, reunião para lançamento do Projeto de Produção de Água na Microbacia do Córrego Pedras Grandes, no Baixo Velhas.

A ação integra o Programa de Conservação Ambiental e Produção de Água do Comitê que, efetivado com recursos oriundos da Cobrança pelo uso de recursos hídricos na bacia, atua em quatro microbacias consideradas prioritárias.

O evento realizado em Várzea da Palma contou com a participação dos produtores rurais que possuem propriedades no entorno do córrego e estão sendo beneficiados pelo projeto. Os presentes, além de entenderem a concepção da produção de água na microbacia, também tiveram uma Oficina de Sustentabilidade Ambiental e Proteção de Nascentes.

Para o mobilizador socioambiental Gustavo Ganzaroli Mahé, da empresa Fortal, que executa o projeto, todo trabalho realizado na microbacia é de suma importância, pois todo serviço feito vai impactar de forma positiva o Rio das Velhas. “São mais de 20 famílias beneficiadas pelo programa, mas o benéficio vai além, pois o projeto visa melhorar a infiltração de água no solo, através das intervenções aplicadas em torno do córrego, que são as barraginhas, melhorias de estradas, cercamento, além do plantio de mudas em áreas de reserva e de preservação permanente”, explica.

Gustavo Mahé observa também que, além das intervenções no Córrego Pedras Grandes, a parte da mobilização socioambiental é vital para o sucesso do projeto. “É importante porque, além de ter essa parte prática de melhoria do recurso hídrico, o programa visa também a capacitação e a mobilização dos produtores. Temos uma meta ousada nos 36 meses do projeto, sendo um ano para execução de obras, pois serão mais de 300 barraginhas feitas na região, 40 quilômetros de cerca e quase 20 hectares de plantio, ou seja, de recuperação de áreas. Depois dois anos de manutenção, então, durante todo esse processo desenvolveremos cursos de capacitação, para que todos possam apreender e posteriormente repassar este conhecimento”, observa o mobilizador.

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Conhecimento este que já está sendo disseminado pelo produtor rural Geraldo Borges de Sampaio, um dos beneficiados. “Sou muito preocupado com a questão ambiental. Precisamos educar nosso povo, para não destruir tanto as nascentes, os córregos, então este projeto é o primeiro efetivado, que vai servir de abertura para muitos outros. Se nós melhorarmos as nascentes, os córregos que abastecem o Rio das Velhas, daqui uns anos o povo terá água em abundância, então estamos de fato produzindo água”, disse.

Outra propriedade beneficiada é a da produtora rural Glaucy Moraes. No terreno há obras de barraginhas, cercamento e plantio de mudas. “É um projeto divino, uma esperança renovada, porque a gente sofre com a escassez de água. E, através do Programa, percebemos que é possível melhorar com ações ambientais. Ações que já são perceptíveis, pois percebemos que estamos segurando mais água nos terrenos, o solo já não está tão seco, ou seja, temos uma oferta maior de água”, relatou Glaucy.

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Segundo a Secretária Municipal de Meio Ambiente de Várzea da Palma, Rosa Martins, o projeto é muito maior que as obras realizadas no entorno do córrego. “Primeiro, a administração ficou muito satisfeita em receber através do CBH Rio das Velhas esse projeto de revitalização do Córrego Pedras Grandes, pois sabemos que a somatória dessas intervenções gerará em médio e longo prazo uma produção de água substancial, que consequentemente continuará a abastecer o Rio das Velhas. Então, não é somente um projeto pontual numa determinada área. São obras hidroambientais aliadas ao trabalho de capacitação e conscientização da população, importantes para o rio, para as nossas vidas e para a área socioeconômica do nosso município” ponderou a secretária.

Um dos incentivadores do projeto e coordenador do Subcomitê Guaicuí, Álvaro Gomes, também avalia como positiva todo impacto gerado não somente na microbacia, mas em várias áreas de Várzea da Palma. “São diversas áreas no município que sofrem dos mesmos problemas. A exploração e a degradação foram aumentando e isso tem um impacto muito grande nesses córregos, a diminuição da água e mata ciliar são visíveis. E com poucas ações executadas neste início já vemos a água aumentando no leito do Córrego Pedras Grandes. Portanto, o impacto no entorno do córrego e para a população é muito grande, pois a produção de água no Pedras Grandes se converte em água para o Rio das Velhas, que é o rio onde captamos água para cidade, que abastece milhares de produtores, nos alimenta, ou seja, é o rio da nossa subsistência”, finaliza Álvaro.

Assessoria de Comunicação do CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Tiago Rodrigues
*Fotos: Tiago Rodrigues