O Grupo Gestor de Vazão do Alto Rio das Velhas (Convazão), liderado pelo Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas) e composto também por representantes da Copasa, IGAM, SAAE Itabirito, Cemig e as mineradoras Vale e Anglogold Ashanti, reuniu-se na última sexta-feira (11), via internet, para iniciar o planejamento de ações que visam garantir a segurança hídrica da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
A iniciativa visa orientar medidas e intervenções necessárias à consecução dos objetivos propostos no Protocolo de Intenções firmado entre Comitê, Agência Peixe Vivo, Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM), Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Instituto Estadual de Florestas (IEF), Agência de Desenvolvimento da RMBH e Copasa. Outras metas do documento são aumentar a capacidade de resiliência da região hidrográfica do Alto Rio das Velhas e promover a manutenção dos ecossistemas aquáticos do rio.
Poliana Valgas, presidenta do CBH Rio das Velhas, saldou o que considera “um pontapé inicial para o Plano de Trabalho do protocolo iniciado em novembro, saindo de campo das intenções e indo para a prática”, e ressaltou: “É um protocolo elaborado a várias mãos e agora passamos para a fase de construção”.
Renato Constâncio, vice-presidente do CBH e representante da Cemig, lembrou que o secretário do Comitê, Marcus Vinícius Polignano, já dizia que “o trabalho do Convazão não podia se limitar aos momentos de crise, só durante a seca”. Constâncio alerta: “a resiliência do rio vem diminuindo”. Manifestou ainda inquietação com o pronunciado atraso das águas de março, que tem deixado “o setor de meteorologia da Cemig muito preocupado”.
Para Marcelo da Fonseca, diretor-geral do IGAM, começa a fase de “amadurecer as tratativas do protocolo, que, por enquanto, é de intenções. O dever de casa é trabalhar o que ficou como responsabilidade para cada órgão e propor um detalhamento, com tempos, etapas, ver o que já está em andamento e definir o timing de avaliação”.
Grupo inicia trabalho voltado para manutenção da segurança hídrica de Belo Horizonte
Passo a passo
A reunião repassou as obrigações acordadas com cada signatário, que serão detalhadas em planilha por eixos de intervenção, responsável, atividades parciais, forma de execução, cronograma, percentual de desempenho ao longo do tempo e indicadores.
As ações estruturantes incluem o aprimoramento do sistema de gerenciamento dos recursos hídricos, a gestão ambiental e os planejamentos territorial e estratégico do abastecimento público. As estruturais abarcam a construção de bacias de captação ao longo das estradas rurais; intervenções de manejo e conservação do solo; recuperação de áreas degradadas; recuperação de voçorocas na sub-bacia do rio Maracujá, em Ouro Preto; restauração ecológica; revitalização e proteção de nascentes, matas ciliares e áreas de recarga hídrica e, finalmente, a promoção de recarga dos lençóis subterrâneos.
A próxima reunião do Convazão ficou marcada para o dia 7 de abril, com a apresentação, pelo IGAM, do Plano Mineiro de Segurança Hídrica. Até lá, todos os parceiros terão programado suas ações, inaugurando nova etapa na consolidação da segurança hídrica para o Alto Velhas e os seis milhões de habitantes da região metropolitana de Belo Horizonte.
Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
Texto: Paulo Barcala
Fotos: Ohana Padilha