CSUL apresenta estudos sobre a realidade hídrica do vetor Sul da RMBH

01/06/2022 - 19:05

Um estudo hidrogeológico com o detalhamento das características hídricas subterrâneas da região onde se pretende instalar o empreendimento CSul, em Nova Lima, foi apresentado aos membros do Subcomitê Águas da Moeda, no dia 31 de maio, em reunião online. O empreendimento gera preocupação quanto ao abastecimento de água na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), pois pode ser construído na Serra da Moeda, área de recarga dos Rios das Velhas e Paraopeba, cursos d’água que abastecem a região.


De acordo com a CSul, o “Projeto de Monitoramento e Pesquisa Hidrogeológica” contemplou perfurações de quatro poços tubulares e oito poços de monitoramento, que permitiram a coleta de dados detalhados para a atualização das informações geológicas disponíveis e até a quantificação da disponibilidade hídrica subterrânea na região da Lagoa dos Ingleses. Durante 43 meses, especialistas realizaram o monitoramento dos cursos d´água. Os dados coletados foram utilizados na elaboração de um modelo numérico matemático que vai retratar o aquífero Cauê (localizado na região) e a hidrogeologia.

“Os pesquisadores concluíram, de forma técnica, que o aquífero estudado tem plena capacidade de atender de forma sustentável a demanda projetada, sem prejuízo ao equilíbrio ambiental do território. Os testes e estudos são conclusivos e foram protocolados na SEMAD [Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais]. Cabe acrescentar que o trabalho revelou um potencial hídrico ainda maior do que o anteriormente previsto.”, disse Mauricio Bertachini, diretor Operacional da MDGEO, empresa responsável pelo estudo hidrogeológico.

No entanto, segundo laudo da Central de Apoio Técnico do Ministério Público Estadual de Minas Gerais (MPMG), “após os cálculos realizados constatou-se que a disponibilidade hídrica para captações a fio d´água, seja atual ou futura, encontra-se praticamente esgotada nas seções avaliadas”. O laudo considera necessário melhorar o detalhamento de informações sobre as condições hídricas da região onde se pretende realizar as captações de abastecimento de água.

Os membros do Subcomitê Águas da Moeda destacaram o potencial de atingir nascentes, fauna, flora e comprometer o abastecimento da RMBH e se mostraram preocupados com a instalação do empreendimento que prevê a utilização de 18.000 m3/dia de água.

Quando concluído, o CSul aumentará em mais de 100% a população de Nova Lima. “A capacidade de abastecimento de água e os efeitos sobre Belo Horizonte e as cidades vizinhas preocupam. O empreendimento planeja retirar água do aquífero Cauê. Nós do Subcomitê Águas da Moeda trabalhamos para assegurar água em qualidade para a nossa sub-bacia”, afirmou o coordenador do Subcomitê Águas da Moeda, Daniel Becho.


Estudo hidrogeológico sobre a região que receberia o empreendimento foi apresentado em reunião virtual


O empreendimento

Pelo projeto, uma área de 2.015,30 hectares receberá o CSul, que contempla o planejamento integrado de uma centralidade metropolitana, que poderá reunir 150 mil pessoas durante décadas de desenvolvimento. Lá, serão abrigados terrenos de usos mistos, multifamiliar, unifamiliar, empresarial, tecnológico, comercial, de serviços e logística.

O empreendimento recebeu a Licença Prévia (LP) do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) no segundo semestre de 2018 e agora se prepara para a próxima fase: a de Licença de Instalação. Para isso, a equipe técnica da CSul e seus consultores estão empenhados no detalhamento dos estudos e programas ambientais e de todos os projetos necessários à proposta da Centralidade Sul (urbanístico, terraplenagem, geométrico, drenagem, abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto, iluminação, entre outros).

As obras estão previstas para ser implantadas em quatro fases, com término estimado até 2065. Segundo a SEMAD, para cada uma dessas etapas, será exigida, em caso de licenciamento, a demonstração de disponibilidade hídrica que seja capaz de não gerar impactos no abastecimento público da RMBH.


Assessoria de Comunicação do CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
Texto: Luiza Baggio
Fotos: Bianca Aun