Convazão e GT de Barragens discutem segurança de estruturas no Alto Rio das Velhas

23/11/2021 - 13:14

A mineradora Vale realizará intervenções na Barragem Maravilhas II, localizada na Mina do Pico, em Itabirito, para reforçar a segurança e futuro retorno das operações. O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas) foi notificado sobre a obra, visto que necessitará de outorga. As intervenções foram apresentadas aos membros do Grupo Gestor de Vazão do Alto Rio das Velhas (Convazão) e Grupo de Trabalho de Barragens, em reunião realizada no dia 18 de novembro, de forma virtual.

A barragem Maravilhas II se encontra em nível de emergência 1, já que não tem laudo de estabilidade. O nível 1 é acionado quando detectada uma anomalia quanto ao estado de conservação ou para qualquer situação com potencial comprometimento de segurança da estrutura, que demande inspeções diárias. As operações dessa barragem estão paralisadas desde fevereiro de 2019, porém a mineradora busca retornar as atividades nessa estrutura.

Em caso de rompimento, além dos condomínios próximos, o conteúdo da barragem destruiria Bela Fama – sistema de captação de água do Rio das Velhas que abastece Belo Horizonte – e ainda percorreria o território de 17 municípios.

Maravilhas II é uma das 13 barragens que integra o Complexo Vargem Grande, que é formado ainda por seis minas, oito usinas e três terminais de carga, sendo que quatro de suas barragens são de rejeitos.

Os representantes da Vale também apresentaram ao Convazão e ao GT Barragens do CBH Rio das Velhas o processo de licenciamento para ampliação das minas Tamanduá e Capitão do Mato, no que tange à gestão dos recursos hídricos. As duas minas também pertencem ao Complexo Vargem Grande.

O projeto de expansão foi anunciado em setembro pela Vale e ficam próximas da Estação Ecológica de Fechos, responsável pelas águas que abastecem aproximadamente 280 mil pessoas na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

 

Estruturas de segurança de barragens da Vale caem em Itabirito

Duas torres instaladas no entorno das barragens Forquilha I e Forquilha II, mantidas pela Vale na região de Itabirito, na bacia do Rio das Velhas, desabaram em 12 de novembro. As estruturas foram construídas para as obras da descaracterização dos espaços de depósito de rejeitos.

A estrutura foi construída para dar segurança aos funcionários que atuavam nas obras de descomissionamento das barragens. “As torres não atingiram as barragens, as quais não tiveram alteração em suas condições de segurança. As estruturas da empresa passam por inspeções rotineiras de campo e são monitoradas permanentemente por uma série de instrumentos e pelo Centro de Monitoramento Geotécnico (CMG)”, informou o gerente de Gestão da Informação da Vale, Arthur Guerra.

O desabamento não deixou feridos. As torres foram erguidas para auxiliar, também, no processo de descaracterização da mina Fábrica, que fica nas proximidades das barragens.

A Vale esclareceu aos membros do Convazão e GT Barragens que a área atingida pelo incidente está isolada. A companhia assegurou ter emitido comunicação às autoridades competentes informando o problema.

As torres estavam sendo vistoriadas rotineiramente. As inspeções, de acordo com a Vale, são encabeçadas pelo Centro de Monitoramento Geotécnico da mineradora. As causas da queda são investigadas por equipes da Agência Nacional de Mineração (ANM) e de uma auditoria.

O GT Barragens do CBH Rio das Velhas realizou uma visita às barragens Forquilha I e II há dois meses para averiguar a descaracterização.

 


Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
Texto: Luiza Baggio