Na última terça-feira (2), o Subcomitê do Rio Cipó, vinculado ao Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas), promoveu uma expedição ao longo do Ribeirão Soberbo para levar os alunos a refletir sobre a preservação dos mananciais que correm na Serra do Cipó. A atividade fez parte da campanha ‘Que rio queremos? Cuidar é melhor que destruir’.
O Ribeirão Soberbo está totalmente inserido no distrito Serra do Cipó, município de Santana do Riacho. Nasce numa região conhecida como Mãe d`água e forma a cachoeira Véu da Noiva – ponto bastante procurado por turistas. A montante, o ribeirão apresenta águas límpidas que formam a cachoeira. Após atravessar todo o distrito e chegar à sua foz, no encontro com o Rio Cipó, sua qualidade decai um pouco.
A professora de geografia Carolina Noronha mostrou aos seus alunos da Escola Estadual Dona Francisca Josina, durante a expedição, as consequências da perda das matas ciliares: erosão, seca, assoreamento, e alertou: “Para recuperar a vegetação ciliar leva anos. É mais fácil preservar do que recuperar”.
Divididos em grupos, os alunos verificaram, ao longo do percurso, a biodiversidade da Bacia do Rio Cipó, a ocupação humana do território, além de terem promovido o monitoramento do oxigênio diluído, pH e vazão do ribeirão.
Veja as fotos da expedição:
As atividades começaram ainda em sala de aula, capitaneadas pela equipe de mobilização do CBH Rio das Velhas. Izabel Nogueira, Luciana Gomes e Danielli Tolentino explicaram as atividades do dia e enfatizaram que a participação e atenção de todas e todos é essencial para entender como funciona o ecossistema que irão monitorar e quais são as melhores práticas de preservação do meio ambiente no entorno do ribeirão.
Todos receberam, antes de partir rumo à nascente, um kit com camiseta, boné, adesivo da campanha e folhetos informativos sobre a bacia. Juntaram-se à expedição: Renata Apoloni, analista do ICMBio; Daniela de Fillipo, bióloga e membro do Subcomitê do Rio Cipó; Alfredo Ferreira, engenheiro ambiental e Priscila Martins, Turismóloga, ambos da Prefeitura de Santana do Riacho; além de outros conselheiros do subcomitê.
Ao chegar na região conhecida como Mãe d’água, onde o ribeirão nasce, um alongamento deu início à longa caminhada até o Véu da Noiva. Logo no início, os alunos fizeram um exercício com um barbante que demarcava 1m2 e foi pedido a eles que contassem quantas espécies diferentes eles reconheciam. A ideia era que eles entendessem a diversidade de vida que um rio pode sustentar.
No caminho, os alunos verificaram que o ribeirão, a montante da cidade, sobrevive bem, mas, à medida que descemos em direção à foz, a situação muda: o gado é criado às margens do Soberbo, compactando o solo – o que impede a infiltração da água da chuva e consequente reabastecimento do ribeirão – e pisoteando as mudas de árvores – o que atrasa e muito a recuperação da mata ciliar.
O encontro com o Rio Cipó na foz do Ribeirão Soberbo foi marcado pela celebração da caminhada e um rápido mergulho nas águas claras do Rio Cipó. Na quarta-feira (3), uma roda de conversa com os alunos, seus pais e moradores de Santana do Riacho, para fazer um balanço do passado e do futuro do Ribeirão Soberbo, daria continuidade à ação.
Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
Texto: Leonardo Ramos
Fotos: Leonardo Ramos