Criado com a finalidade de acompanhar a situação das barragens de mineração que apresentam instabilidade na região do Alto Rio das Velhas, o Grupo de Trabalho de Acompanhamento de Barragens do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas) realizou uma reunião, por videoconferência, na última quinta-feira (09). O objetivo foi criar o plano de trabalho e o cronograma das atividades grupo.
O vice-presidente do CBH Rio das Velhas e coordenador do GT, Ênio Resende, esclarece que o GT foi formado para acompanhar principalmente o trabalho da Vale nas barragens que não têm garantia de estabilidade. “Em 2019, o presidente do CBH Rio das Velhas, participou de uma reunião em conjunto com o promotor de Justiça Francisco Generoso [coordenador regional das Promotorias de Justiça do Meio Ambiente das Bacias dos Rios das Velhas e Paraopeba] e a Vale. A partir desta reunião, o Comitê definiu a criação desse GT para acompanhar as ações da mineradora nas barragens que não possuem estabilidade garantida. Trabalhamos com as informações cedidas pela Vale para auxiliar o Comitê a atuar de forma proativa e informando a população sobre a real situação das barragens”.
Ênio Resende ressalta que um eventual rompimento de barragem na região do Alto Rio das Velhas comprometerá a qualidade da água de toda a bacia. “Fizemos algumas reuniões presenciais, mas mesmo com a pandemia de coronavírus não podemos parar o trabalho do GT, visto que as barragens representam uma constante ameaça à bacia e a segurança hídrica da região”, diz o vice-presidente do CBH Rio das Velhas, destacando que agora as reuniões ocorrem por meio de videoconferências.
A secretária-adjunta do CBH Rio das Velhas, Poliana Valgas, informa que o foco do grupo é a segurança hídrica da bacia. “Nosso objetivo é obter informações junto a Vale sobre a situação das barragens para garantir segurança hídrica à bacia, pois um novo rompimento de barragem nos levaria a um colapso. Decidimos inicialmente acompanhar apenas as barragens da Vale que têm alto risco de rompimento e que estão em processo de descomissionamento, pois no momento não adianta gastar energia com barragens que foram abandonadas e que não conseguiríamos a documentação necessária”, afirma.
Das barragens da Vale que não tem estabilidade garantida e que representam ameaça para a bacia do Rio das Velhas estão: B3/B4 na Mina Mar Azul, Forquilhas I, II e III, Maravilhas I e II e Barragem Capitão do Mato.
Poliana Valgas finaliza explicando que, em um segundo momento, o GT vai ampliar o acompanhamento para outras barragens e mineradoras. “Após desenvolvermos uma metodologia de trabalho, vamos expandir as atividades para outras barragens, o que pode até mesmo servir de base para o CBH Rio Paraopeba em sua atuação”, afirma a secretaria-adjunta do CBH Rio das Velhas.
As reuniões do GT de Acompanhamento de Barragens do CBH Rio das Velhas serão realizadas quinzenalmente e o próximo encontro virtual contará com a participação de um representante da Vale e outro da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam).
O Grupo de Trabalho de Acompanhamento de Barragens é formado por representantes dos três segmentos do CBH Rio das Velhas (poder público estadual e municipal, usuários de água e sociedade civil organizada). Fazem parte do grupo: Ênio Resende de Souza (coordenador), Eric Alves Machado (relator), Fúlvio Rodriguez Simão, Nelson Cunha Guimarães, Poliana Aparecida Valgas de Carvalho, Renato Júnio Constâncio, Sérgio Gustavo Resende Leal e Valter Vilela Cunha.
Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Luiza Baggio