Mais um projeto entregue: difusão de sistemas agroecológicos já é realidade na UTE Ribeirão Jequitibá

11/12/2019 - 18:14

Foi realizado, na tarde desta terça-feira (10), o Seminário Final de entrega do “Projeto Hidroambiental de Difusão de Sistemas Agroecológicos em Propriedades Rurais na UTE Ribeirão Jequitibá”. Trata-se de mais uma realização do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas) e Subcomitê Ribeirão Jequitibá que, através de importantes parcerias, integrou o que há de mais avançado e funcional em pesquisas agropecuárias para execução em hortas por pequenos produtores da região. Esse é apenas um dos benefícios, que já tem sua aplicabilidade replicada em hortas comunitárias de Sete Lagoas.

Em 14 meses, com recursos na ordem de R$ 281.046,40, o projeto contemplou intervenções na Microbacia do Córrego Marinheiro e em áreas rurais da Epamig e Embrapa, nos municípios de Prudente de Morais e Sete Lagoas, todas componentes da sub-bacia do Ribeirão Jequitibá. Os recursos são provenientes da cobrança pelo uso da água na bacia.

Para Poliana Valgas, secretária-adjunta do CBH Rio das Velhas, importantes parcerias e o engajamento de pequenos produtores em todo o projeto fortaleceu o Subcomitê. “Foi uma proposta diferenciada, de desenvolver técnicas de difusão de sistemas agroecológicos em nossa bacia. Hoje, os produtores têm acesso a boas práticas graças a parceria efetiva com pesquisadores da Epamig e Embrapa – que também disponibilizaram seu espaço físico. Isso facilitou demais a apresentação e acesso a essas técnicas pelos participantes”, avalia.

Marley Beatriz de Assiz, coordenadora do Subcomitê Ribeirão Jequitibá, considera que o projeto atingiu todas as metas estipuladas e gerou resultados além do esperado. “Para mim, o mais importante foi a construção de um grupo que envolve produtores, estudantes e pesquisadores. Além da interação em redes sociais, foi consolidado aqui um grupo muito unido e que já está aplicando as práticas, se organizando e difundindo tudo que foi aprendido”, conta Marley.

O chefe-geral da Embrapa Milho e Sorgo, Frederico Durães, ressalta que a instituição está sempre aberta a iniciativas dessa natureza e garante que a parceria está mantida. “Estamos aportando aqui não apenas ambiente físico para as reuniões, mas colaborando com a modelagem destas ações ao disponibilizar tecnologia. Dentre elas o mapeamento de algumas espécies de melhor adequação ao nosso sistema. O objetivo é maximizar a adaptação e instalação dessas espécies em toda nossa bacia, refletindo também na agricultura familiar. É o pequeno produtor tendo acesso à ciência que aqui é desenvolvida”, comemora.

O pequeno produtor rural Carlos Adriano do Rosário, da Horta Comunitária do bairro Montreal, em Sete Lagoas, conta sua experiência. “Aprendemos muito na parte da cobertura e manejo do solo, e já estou aplicando na minha hora. Também vivenciamos técnicas sobre adubação e como eliminar pragas através de métodos que não venham a contaminar o solo. É uma alegria muito grande ter tido essa oportunidade”.

A também produtora Maria dos Passos, que há cinco anos tira o seu sustento da Horta Comunitária da Cidade de Deus – também em Sete Lagoas – considera que boas práticas valorizam o que é produzido. “Há vários pontos que podem ser destacados, dentre eles a utilização do adubo verde (orgânico) e o descarte do adubo químico; os resultados são surpreendentes. Produzimos folhosas, leguminosas e tubérculos hoje com mais qualidade e rendimento financeiro. Também destaco a outorga da água, que hoje utilizamos de maneira certa e legalizada junto ao IGAM”, finaliza.

Veja as fotos do seminário:

Com realização do CBH Rio das Velhas, execução da GOS Florestal, apoio técnico da Agência Peixe Vivo e do Subcomitê do Ribeirão Jequitibá, além das parcerias da Epamig e Embrapa, foram executados:

• 15 BARRAGINHAS – Construção de bacias de captação de águas pluviais (barraginhas) para evitar assoreamento de corpos hídricos, aumentar a recarga de água subterrânea e contribuir para a conservação de estradas vicinais;
• UMA ESTUFA – Construção de estufa para produção de mudas de hortaliças não convencionais, na CESR da Epamig;
• 5 SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO – Instalação de unidade demonstrativa de irrigação e uso eficiente da água no cultivo de hortaliças folhosas na CERS da Epamig;
• 70 VISITAS TÉCNICAS – Visitas técnicas e pedagógicas nas áreas da fazenda agroecológica da embrapa, em Sete lagoas, e na CEST da Epamig, em Prudente de Morais;
• 3.200 MUDAS – Plantio de mudas em áreas de proteção da sub-bacia do Córrego do Marinheiro;
• MAIS DE 50 PLACAS INSTALADAS E MANUTENÇÃO – Adequação de áreas na CESR da Epamig com manutenção de Trilha Ecológica, banco de hortaliças não convencionais e banco de adubos verde/forrageiras;
• 37 CADASTRADOS – cadastro e capacitação de produtores rurais da região.

Assista ao vídeo sobre o projeto:

 

Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
* Texto e fotos: Celso Martinelli