Marcus Vinícius Polignano, presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas), fez uma dura intervenção sobre o que chama de “esquizofrenia institucional” do modelo de gestão de barragens e abordou os aspectos humanos, sociais e políticos envolvidos no crime de Brumadinho.
O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) está promovendo nesta quarta-feira, 15 de maio, em Brasília (DF), o Seminário Segurança de Barragens da Bacia do Rio São Francisco. O evento foi realizado em conjunto com a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados, no Plenário 2.
A abertura institucional contou com uma breve saudação do deputado Rodrigo Agostinho, presidente da CMDAS e autor do requerimento de realização da audiência e do presidente do Comitê da Bacia do Rio São Francisco, Anivaldo Miranda.
O presidente do CBH Rio das Velhas, Marcus Vinicius Polignano, participou da mesa-redonda “A política Nacional de Segurança de Barragens e a Bacia do Rio São Francisco” e fez uma dura intervenção sobre o que chama de “esquizofrenia institucional” do modelo de gestão de barragens e abordou os aspectos humanos, sociais e políticos envolvidos no crime de Brumadinho. “Quem licencia não fiscaliza, quem é empreendedor e deveria cuidar não cuida, quem fiscaliza não possui pessoal suficiente para fiscalizar e com isso colocamos toda a sociedade em risco”, afirmou.
Ao argumentar sobre o que chamou de crime, Polignano afirmou que a sociedade foi negligente ao ignorar o crime de Mariana. “Brumadinho é a consequência de uma crise mal resolvida de Mariana. Como a sociedade não encarou de frente os problemas de Mariana, ao contrário, atenuou, estamos assistindo a sociedade pagando o preço do risco”, afirmou.
Ao falar das vidas humanas perdidas em Brumadinho, Polignano mencionou o total despreparo da empresa para assegurar a vida dos seus próprios funcionários. “Estamos falando de quase 300 mortos cuja grande parte eram operários da empresa. Então, estamos falando também do maior acidente de trabalho da história desse país”, lembrou.
Marcus Vinícius Polignano, presidente do CBH Rio das Velhas (à esquerda). Anivaldo Miranda, presidente do CBHSF (à direita).
A mesa-redonda teve como objetivo apresentar o funcionamento do sistema de segurança de barragens com a participação da Agência Nacional de Mineração (ANM), representada pelo chefe da divisão executiva de barragens e mineração da Agência, Eliezer Senna; do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), representada pelo gerente Vinícius Rocha, do superintendente de Fiscalização da Agência Nacional de Águas (ANA), Alan Vaz Lopes, do presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas, Marcus Vinicius Polignano, do Ministério Público Federal, representado pela promotora Andressa Lanchotti, e da, Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais, representada pelo presidente da FEAM, Renato Teixeira.
Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Flávia Azevedo
*Fotos: Ricardo Botelho