Primeiro “Diálogo Regional” reúne coordenadores de Subcomitês do Alto Rio das Velhas

17/06/2022 - 17:15

Com o objetivo de avaliar projetos já executados no território e levantar as possibilidades de novas ações, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas) promoveu a primeira rodada dos “Diálogos Regionais da Bacia do Rio das Velhas”. No primeiro encontro, realizado na sede do Comitê, estiveram presentes representantes dos Subcomitês que integram a região do Alto Rio das Velhas, área de intensa urbanização e atividades mineradoras. Nas ações coordenadas pela equipe de Mobilização do CBH, os presentes puderam trocar experiências positivas e negativas e projetar o futuro das ações na bacia.


A presidenta do CBH Rio das Velhas, Poliana Valgas, esteve presente e abriu o encontro afirmando que aquele seria um momento de escuta por parte da diretoria do Comitê. “Se eu pudesse resumir em uma palavra o que significam estes diálogos, a palavra seria “integrar”. Esse encontro visa fortalecer a governança do Comitê, ampliar o diálogo entre os Subcomitês e entender o que está sendo desenvolvido, levando em conta os problemas e pressões nos territórios. Ao final dos encontros, esperamos ter em mãos um produto com todas as demandas e potencialidades da bacia de forma sistematizada, a fim de que possamos potencializar os resultados”, explicou.

Tendo iniciado o encontro, os participantes tiveram a oportunidade de compartilhar num primeiro momento o que acontece em cada território, entre boas práticas e obstáculos. Enquanto os representantes dos Subcomitês transmitiam suas percepções locais, a equipe de mobilização fazia um mapeamento dos assuntos mais comuns, sendo eles positivos ou negativos. Ao final da rodada, uma nuvem de palavras foi produzida, destacando-se três principais termos: “turismo”, “mineração” e “nascentes”. A impressão partilhada pelos presentes ressaltou a vocação natural para o turismo da região do Alto Rio das Velhas, assim como a necessidade do monitoramento da atividade mineradora e da proteção das inúmeras nascentes, rurais e urbanas.

Em seguida, Thiago Campos, Gerente de Projetos da Agência Peixe Vivo, apresentou a estrutura da agência, suas atribuições e um resumo do Plano Diretor de Recursos Hídricos (PDRH) da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas no intuito de subsidiar as discussões seguintes. Durante a apresentação, Ronald Guerra, dos Subcomitês Nascentes e Rio Itabirito, questionou a pouca participação do poder público nas ações que não competem ao CBH, preocupação comum aos demais Subcomitês presentes. Thiago, então, lhe disse que uma das funções do PDRH é incentivar essas ações. “A gente pretende usar o Plano Diretor como instrumento indutor de outras ações. A gente não consegue instalar tratamento de esgoto, mas consegue fazer monitoramento ou pesquisa para auxiliar nesse tipo de serviço de competência de outros órgãos públicos”, respondeu.


Confira mais fotos do encontro:


Após a apresentação, uma outra rodada de discussão foi aberta, desta vez para avaliar os projetos ambientais executados no âmbito dos subcomitês, o que levou à confecção de uma nova nuvem de palavras. Nesse tema, as principais palavras mais frequentes foram: “recuperação de nascentes”, “manutenção” e “pró-mananciais”, evidenciando que a proteção de nascentes e a preservação de áreas foram prioridades na execução dos projetos ambientais do CBH Rio das Velhas.

Definidos como base o PDRH e as duas nuvens de palavras, a equipe de mobilização dividiu os participantes em duplas para que projetassem o futuro das ações na região. Os frutos desse último debate contemplaram o fortalecimento do Ecoturismo nas áreas já protegidas e preservadas e a ampliação do Pagamento pelos Serviços Ambientais (PSA), ação que já acontece em Itabirito.

Poliana pôde, então, finalizar o encontro, destacando a partilha valiosa de experiências de sucesso bem como as dificuldades que os subcomitês da região do Alto Rio das Velhas têm em comum. “Foi um momento tão rico que é até difícil de sintetizar! A partir dessas reflexões, poderemos fazer um plano de ação bem completo. Como encaminhamentos, estou propondo uma revisão no projeto Pró-Mananciais que inclua uma rearticulação com o poder público. Vou encaminhar um ofício à Peixe Vivo demandando um escritório de apoio aos subcomitês com equipe multidisciplinar para essa rearticulação. Além disso, vamos planejar um seminário prático sobre o PSA que possa explicar a outros subcomitês como o processo acontece em Itabirito”.

“Achei muito positivo o encontro, especialmente para entendermos a diversidade das realidades existentes no alto da bacia”, avaliou Márcia Marques, representante do Instituo Guaicuy e coordenadora do Subcomitê Ribeirão Arrudas. Ela destacou durante os debates que o Arrudas possui mais de mil nascentes e que, mesmo que os projetos hidroambientais não consigam agir sobre todas elas, todo programa de proteção de nascentes incentiva a mobilização social e a consciência ambiental. “Além da importância das áreas das nascentes, que precisam ser bem monitoradas para manter a quantidade e qualidade das águas, há a questão da grande ocupação humana e urbanização da Região Metropolitana de Belo Horizonte com todos os problemas que essas áreas apresentam: falta de saneamento básico e rios invisíveis canalizados ou virando receptores de esgoto. O debate e a troca de experiências neste encontro foram muito produtivos”, finaliza.



Assessoria de Comunicação do CBH Rio das Velhas
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
Texto: Leonardo Ramos
Fotos: Leonardo Ramos