A perda da vegetação arbórea resulta em vários problemas. A exposição do solo, a poluição da água, a redução da capacidade de armazenamento da bacia hidrográfica e consequentemente a redução da vazão na estação seca, são exemplos.
Em casos como esses e diante da atual situação de crise e falta de espaços conservados das nascentes urbanas, fica imprescindível a realização e fomentação de propostas que visem ações de recuperação de um curso d’água degradado. Nestas propostas, comunidade e academia podem trabalhar juntas e conquistar grandes feitos.
Um projeto realizado por uma equipe de alunos e professores da UNIBH, na sub-bacia Acaba Mundo, região do Subcomitê Arrudas, mostrou que essa união é sempre positiva e possível. O projeto intitulado “Recuperação arbórea de um trecho de área de preservação permanente (nascente)” foi apresentado aos integrantes do Subcomitê de Bacia Hidrográfica (SCBH) Arrudas na última reunião do órgão realizada na sede do CBH Rio das Velhas, no dia 18 de agosto.
Para a integrante do Subcomitê, Cecília Rute, uma oportunidade de conhecer os trabalhos que envolvem a bacia e ao mesmo tempo fazer com que a comunidade participe e se sinta pertencente ao local. “Com a participação dos moradores a conscientização acontece e isso é o que buscamos com os trabalhos do Subcomitê; que todos se envolvam nas ações pró-nascentes urbanas”, disse.
A proposta
De acordo com o estudante de Engenharia Ambiental, Davi Correa, o projeto teve como intuito o plantio de espécies arbóreas nativas e frutíferas, em substituição à espécie exótica Capim-Elefante que dominava a área da nascente. “Após o desbaste o capim foi útil no recobrimento do solo, sendo responsável pela proteção do mesmo e evitando o aumento da turbidez da água da nascente, além de aumentar a disponibilidade de matéria orgânica ao solo, favorecendo a adubação das espécies arbóreas plantadas”, explicou.
O trabalho utilizou como objeto de estudo a nascente da Cachoeira, que compõe o córrego Desenganos, pertencente à sub-bacia Acaba Mundo. A nascente localiza-se na comunidade Acaba Mundo, região Centro-Sul de Belo Horizonte.
Envolvimento da comunidade
A comunidade também se envolveu no trabalho e pôde acompanhar os estudantes em todas as etapas. “Como forma de promover a integração do projeto e a comunidade, foram realizados convites aos moradores para participarem do processo de plantio na área de aplicação, através do presidente da Associação dos Moradores do Acaba Mundo, a fim de englobar a comunidade tornando-os parte importante do processo de recuperação desse bem”, esclareceu Flávio Luiz, também estudante de Engenharia Ambiental.
Para ele, as relações criadas nas atividades com a população local fomentaram uma conscientização ambiental ainda maior pela região. “Os moradores com as atividades revelaram muitas propostas para a área, como a criação de um parque, uma horta comunitária e até a utilização do espaço como área de convivência voltada para o uso da comunidade”, disse.
O envolvimento da comunidade foi tanto que segundo os estudantes, os moradores pararam até de jogar inadequadamente resíduos domiciliares no local. “Nossos resultados foram alcançados, pois a população contribuiu com o projeto e as crianças também participaram construindo assim novos hábitos de conservação e preservação ambientais para o futuro”, destacou Flávio.
Veja o resumo do trabalho apresentado
Após a apresentação do trabalho a reunião teve sequencia com os assuntos em pauta. Ficou acordado que os integrantes atuarão junto a Comissão Extraordinária das Águas, composta na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A Comissão tem por objetivo estudar as condições dos recursos hídricos no Estado, propor políticas de preservação e debater a utilização racional, dentre outros pontos. Seu presidente é o deputado Iran Barbosa (PMDB).
A próxima reunião ordinária ficou agendada para o dia 24 de setembro.
Veja as fotos da reunião do SCBH Arrudas
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