Depois de mais de 14 meses de trabalho e um investimento superior a R$ 1,6 milhões, o Projeto Hidroambiental promovido pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas) na UTE (Unidade Territorial Estratégica) Rio Curimataí, no Baixo Rio das Velhas, foi encerrado com todos os objetivos alcançados. Foram diversas intervenções que buscaram a preservação e a recuperação ambiental de microbacias dos municípios de Augusto de Lima, Buenópolis e Joaquim Felício, beneficiando, assim, vários produtores rurais e moradores da região.
Para apresentar as atividades e os serviços executados durante este período, o CBH Rio das Velhas e o Subcomitê Rio Curimataí realizaram, na última sexta-feira (26), um seminário na cidade de Buenópolis. O evento, que aconteceu na sede do Parque Estadual da Serra do Cabral (Casarão), no Horto Florestal, contou com a presença de autoridades, empresários, produtores rurais beneficiados, instituições ligados ao meio ambiente, além da população em geral.
Durante o encontro, a empresa Inovesa, responsável pela execução do projeto, apresentou os resultados e os quantitativos alcançados e também abriu espaço para a fala de prefeitos e produtores rurais beneficiados. Todos puderam expor suas opiniões sobre as ações executadas. “Ao todo foram construídas 925 unidades de barraginhas (bacias de contenção). Além disso, cercamos áreas de proteção ambiental (APP) e nascentes. Plantamos mais de 6.700 mudas de espécies nativas, serviço este feito por trabalhadores locais. Fizemos paliçadas, que têm como objetivo reter os sedimentos que vêm com a chuva e terrações ou curvas de níveis, técnica utilizada para barrar a água em terrenos com declives. E tudo isso irá refletir no abastecimento do lençol freático”, explicou o engenheiro civil da empresa, Rogério Rodrigues Pedrosa.
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Os resultados obtidos foram comemorados por todos. Segundo o coordenador-geral do Subcomitê Rio Curimataí, Valmir Barral, muitos produtores rurais já relatam que a água está correndo em lugares onde antes não mais se via. “Estamos no final do período chuvoso e já percebemos isso, alguns beneficiados já relataram a água correndo em lugares de seca. Este é o retorno que todos queriam desse projeto. A captação de água e a retenção do sedimento, para diminuir o assoreamento dos córregos e do rio. E isso só foi possível porque em 2014, quando apresentamos o projeto ao Comitê, lutamos para que as barraginhas e demais intervenções fossem executadas, em sua maioria, em propriedades dentro das microbacias. E assim foi feito”, relata Barral.
O coordenador ressalta ainda que o projeto não se encerra com o seminário. “Estamos colhendo os resultados, mas o projeto não acaba, pois ele foi abraçado pelos beneficiados, então temos certeza que ao longo dos anos este projeto vai estar ativo. Temos que fazer a nossa parte e realizar as manutenções das barraginhas e demais benfeitorias. O subcomitê, que é integrado por produtores rurais, técnicos da Emater e pessoas da prefeitura de cada município, tem a função de acompanhar este projeto. Dessa forma, se um produtor rural não tiver em harmonia com as ações, faremos a parte educativa de ir visitar e explicar. Tudo para que as áreas beneficiadas continuem a progredir”, observa o coordenador-geral do subcomitê.
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Outro que estava empolgado com os resultados do projeto era o diretor de Meio Ambiente da prefeitura de Buenópolis, Hugo Lana Filho, que também é membro do Subcomitê Rio Curimataí. “Projeto maravilhoso e de muita importância para nossa região. Estamos recuperando uma área enorme, um benefício muito grande para os produtores, pois as barraginhas têm dupla função em algumas áreas – além de abastecerem o lençol freático, elas também nos ajuda no período da escassez. O beneficiado usa para o gado beber e também em outras atividades no período de seca. É uma conquista gratificante, conseguimos atingir os objetivos, agora precisamos dar continuidade”, disse emocionado Hugo Filho.
Para o apicultor, Carlos Roberto Pereira Ramos, um dos produtores rurais beneficiados, é um projeto de grande valor ambiental. “Eu acompanhei e ajudei no plantio de mudas. Todos que foram beneficiados estão felizes, pois na região existe muito desmatamento, o que causa o assoreamento. Com as intervenções feitas e o plantio em áreas degradadas, hoje já percebemos uma melhora significativa. Cabe agora ao beneficiado preservar”, adverte Carlos.
Já o prefeito de Augusto de Lima, João Carlos Batista Borges (PSB), disse que o sentimento é de gratidão. “Só temos que agradecer e parabenizar todas as instituições e pessoas envolvidas. Preservar o meio ambiente e ainda gerar benefícios aos produtores não é fácil. Nosso município vive uma escassez de recursos e não conseguimos sanar todos os problemas da cidade. Portanto, este projeto ajuda principalmente o pequeno produtor, que terá água para tocar as atividades rurais. Espero que a parceria entre CBH Velhas e município seja duradoura, para que possamos fazer novos projetos que beneficiem a população”, finaliza.
No final do seminário foi entregue os termos de parceria às prefeituras municipais de Augusto de Lima, Buenópolis e Joaquim Felício.
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Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
Texto: Tiago Rodrigues
Fotos: Tiago Rodrigues e Fernando Piancastelli