Na última quarta-feira (26), o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas) realizou, na comunidade Pé de Serra, no município de Buenópolis, o Seminário ‘Que Rio Queremos? Cuidar é melhor que destruir’. A ação aconteceu no galpão da igreja e contou com a presença dos moradores da localidade e do entorno.
O mobilizador do CBH Rio das Velhas, Élio Domingos Neto, iniciou o seminário com uma atividade lúdica. A ideia era demostrar para a comunidade a grandeza do Rio das Velhas, que é o maior afluente em extensão da Bacia do São Francisco e que passa por 51 municípios. “Imagina a quantidade de famílias que são beneficiadas pelo Velhas e seus afluentes. Então precisamos refletir sobre ‘Que Rio Queremos’, que Rio das Velhas você deseja? É algo urgente, para o presente”, disse.
Em seguida, a analista ambiental do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Aneliza Miranda Melo, que também é conselheira no CBH Rio das Velhas, ministrou uma palestra para a comunidade. “A realidade é uma só, se não preservar haverá um esgotamento dos recursos hídricos. Tem lugares que falta água para beber. Isso é preocupante. Então, a comunidade tem que abraçar a causa”, salientou a analista.
De forma bem didática, Aneliza informou aos produtores rurais sobre o que é possível fazer para preservar não somente as nascentes, mas também os locais onde a água da chuva infiltra, importante para o abastecimento do lençol freático.
Porém, a analista do IEF ponderou que todas essas ações, assim como o combate ao assoreamento e recuperação da mata ciliar, só serão possíveis se a comunidade se envolver de forma total. “O trabalho será feito na maioria dentro das propriedades. O beneficiado perceberá o resultado na própria terra, mas é preciso articular as forças, dividir responsabilidades e somar esforços. Cuidar da água é um dever de todos”, argumentou Aneliza.
Veja as fotos do seminário:
Ciente da situação, o vice-presidente da Associação Pé de Serra, o produtor rural José de Souza, já pensa em articular reuniões em todas as propriedades. “Este seminário e essa parceria com o comitê veio num momento certo. Podem contar com a gente. Moro aqui há 40 anos e nunca vi a região desse jeito, muito córrego e riachinho secando. Precisamos de ações concretas, como as barraginhas, que já foram feitas em outras regiões”, observa José.
Hugo Lana, que é coordenador-geral do Subcomitê Rio Curimataí e também diretor de Meio Ambiente na prefeitura de Buenópolis, disse que este primeiro encontro foi importante pois o CBH Rio das Velhas pode falar abertamente sobre a necessidade de preservação, principalmente das nascentes. “A comunidade entendeu qual o papel do comitê e do subcomitê e o que podemos entregar. Também ouvimos as necessidades dos moradores, sabemos, por exemplo, que cercar as nascentes é uma prioridade. Juntos, secretaria de meio ambiente, CBH Velhas, subcomitê e moradores faremos isso acontecer”, disse Hugo.
Muito feliz em participar do seminário, a professora Elizangela Ataíde Santos, que mora na comunidade, espera ansiosa que os moradores sejam beneficiados com várias ações. “Temos várias demandas, uma delas é o cercamento das nossas nascentes e o reflorestamento das áreas degradadas. Pois, respondendo ao questionamento feito pelo Élio, queremos um rio que volte a correr igual no passado, preservando as nossas nascentes e conservando as matas ciliares. Por isso, contamos com a contribuição de todos”, falou de forma esperançosa.
Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
Texto: Tiago Rodrigues
Fotos: Tiago Rodrigues