Sub-bacia do Rio Maracujá receberá obras para controle de erosões, conservação do solo e proteção dos recursos hídricos

22/03/2024 - 18:05

Em meio às celebrações em torno do Dia Mundial da Água, o Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas) promoveu, nesta quinta-feira (21), o lançamento da fase de obras do Programa de Conservação Ambiental e Produção de Água na sub-bacia do Rio Maracujá, em Cachoeira do Campo, distrito de Ouro Preto. O projeto executivo e o evento contou com as parcerias dos Subcomitês Nascentes e Rio Itabirito, a Prefeitura de Ouro Preto, o Instituto Mineiro de Gestão de Águas (IGAM), o Instituto Estadual de Florestas (IEF) e a Agência Peixe Vivo.


Na ocasião, foi apresentado o Projetos Básico e Executivo de ações de conservação do solo, controle de erosões, proteção dos cursos hídricos e conservação de estradas vicinais. Antes de começarem a fase de obras e intervenções na microbacia e na área de estudos, o projeto realizou a caracterização geral da região, cadastrou propriedades e áreas degradadas e gerou o relatório de caracterização do solo.

De acordo com o relatório, a maior concentração de focos erosivos estão nos distritos de Cachoeira do Campo e Santo Antônio do Leite, porção sudoeste da microbacia. Além das áreas degradadas, que impactam diretamente os cursos d’água do Rio Maracujá, com o assoreamento devido aos processos erosivos e voçorocas, o estudo aponta também que o lançamento de esgotos nos trechos urbanos dos distritos e os impactos associados à mineração de topázio no Alto Maruja são alguns dos grandes problemas a serem enfrentados.

Para combater os impactos, o estudo estabeleceu proposições de intervenções para o controle e adequação ambiental para as 20 propriedades cadastradas anteriormente. Os Projetos Individuais de Propriedades (PIPs) preveem o cercamento de áreas estratégicas, o plantio de mudas, terraceamento, correção do solo, controle da intensidade de pastejo, rotação de culturas, regeneração natural com isolamento, recuperação das estradas vicinais, regularização de superfície e a construção de barraginhas.

A presidenta do CBH Rio das Velhas, Poliana Valgas, afirma que, ações como essa, não só garantirão a produção de recursos hídricos, mas também fortalecerão parcerias e articulações feitas ao longo da bacia. “É para isso que o Comitê vem fazendo uma série de articulações e construções. Temos conversado com diversos parceiros, como o IEF, o IGAM e a Copasa, para executar as ações nessa microbacia, já que Ouro Preto é bastante estratégica para o Rio das Velhas e para o abastecimento da Grande BH. Nós precisamos de uma união, de uma entrega de esforços para maximizar esses resultados ao longo da bacia. E é só assim, juntos, que vamos conseguir executar”, explicou Valgas.

Ronald Guerra, vice-presidente do CBH Rio das Velhas, destaca a importância da articulação local para o projeto, que já vem de muitos anos. “Parte disso tudo é fruto de ampla mobilização e articulação dos diversos setores, como a prefeitura municipal de Ouro Preto, os usuários de água, o poder público estadual e a sociedade civil organizada. Nesse processo, foi sendo construído esse programa com a participação ativa das pessoas da região. E é isso que estamos fazendo em todos os Subcomitês, o fortalecimento da articulação e a participação local que, futuramente, irá contribuir muito para que tenhamos um Comitê participativo, ampliado e que conheça muito bem o seu território.”


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O projeto básico e executivo de ações de conservação do solo, controle de erosões, proteção dos cursos hídricos e conservação de estradas vicinais na bacia do Rio Maracujá, em Ouro Preto, tem previsão de dois anos de execução, sendo o primeiro de intervenções e o segundo de manutenção das iniciativas feitas. O orçamento está estimado em mais de R$ 5 milhões.


Saiba mais sobre o Programa de Conservação Ambiental e Produção de Água:


Todos pela revitalização da Bacia do Rio Maracujá

Esse conjunto de ações e intervenções fazem parte do Programa de Conservação Ambiental e Produção de Água do CBH Rio das Velhas, que tem como missão maximizar o potencial de produção de água nas sub-bacias hidrográficas da região.

Presente no evento, o Diretor-Geral do IGAM, Marcelo da Fonseca, reforça a importância de haver recursos e instrumentos para estarem a serviço das necessidades da bacia. “Quando o recurso vem para a bacia, ele retorna como melhorias finalísticas para a mesma, como é o caso deste projeto. É uma intervenção local, aqui no município de Ouro Preto, mas que toda a bacia do Velhas e do São Francisco vão sentir as consequências disso, porque a gente tem uma propagação de todos esses efeitos, hoje negativos e, em breve, positivos a partir dessa iniciativa aqui do Comitê”.

A administradora Leila Maria Pessotti é dona de uma das propriedades que irá receber as intervenções do programa e, há mais de 20 anos, ela e seu marido, vem acompanhado a degradação que as erosões, as voçorocas e a extração de topázio vem causando na região. “Meu coração fica partido de ver a natureza degrada, tanto que estamos sempre participando de todos os projetos que aparecem aqui na região, e esse não poderia ser diferente.

Ela tem expectativa de que as intervenções controlem as voçorocas e que possam controlar as degradações que são feitas na bacia. “A minha expectativa é que esse projeto seja um sucesso e que ele seja levado para outras regiões, para outras bacias, e principalmente que exista um cuidado não só de implantar o projeto e de executá-lo, mas de acompanhá-lo. Esse projeto vai deslanchar e vai trazer um resultado bacana, não só para o nosso sítio, mas para a região toda de forma geral, principalmente a bacia do Rio maracujá”, afirmou Leila.


Diretor-geral do IGAM, Marcelo da Fonseca, e a proprietária beneficiada, Leila Pessotti, participaram do evento


Saiba mais sobre os problemas e desafios na Bacia do Rio Maracujá:

A sub-bacia do Rio Maracujá, no Alto Rio das Velhas, sofre degradação ambiental provocada pelas voçorocas e poluição. Todo esse impacto atinge diretamente a represa Rio de Pedras, em Itabirito, um dos poucos barramentos de água em uma região estratégica para o abastecimento da Grande BH. Esse cenário de degradação tem motivado o CBH Rio das Velhas a pensar soluções de revitalização para o território.



Assessoria de Comunicação do CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: João Alves
*Fotos: João Alves